Enquanto brasileiros têm de pagar metade do valor do pet food em impostos, norte-americanos gastam menos de US$ 0,07 em tributos por dólar
O mercado pet mundial cresceu 3,2% em 2022 em relação a 2021, mas a perspectiva é de um crescimento tímido em 2023, tendo em vista o cenário mundial instável. A análise é da Abinpet — Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação.
Para o mercado brasileiro, no entanto, há boas notícias. O Brasil atualmente, se consolida no terceiro lugar entre no quesito faturamento, representando 4,95% dos US? 145 bilhões, atrás somente de Estados Unidos (43,7%) e China (8,7%). Atrás de Brasil estão Reino Unido (4,66%); Japão (4,61%); Alemanha (4,5%), França (4%), Canadá (3,26%), Itália (2,74%) e Rússia (2,59%).
O mercado pet brasileiro chegou a cair para o sétimo lugar do ranking mundial durante os momentos mais imprevisíveis da pandemia de covid-19, no entanto, nossa indústria é resiliente e conseguimos voltar ao top 3 — comenta o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França — no entanto, seria possível até competir de igual para igual com o faturamento da China, caso nossa carga de impostos não fosse tão alta”.
Para efeito de comparação, a carga tributária brasileira é 87% maior do que aquela dos Estados Unidos. Enquanto os brasileiros pagam cerca de 50% do valor final em impostos, nos EUA, a arrecadação é apenas de 6,6% do preço final. Na prática, a cada real investido pelos consumidores brasileiros, R$ 0,50 são impostos. Nos Estados Unidos, para cada dólar, somente US$ 0,07 são impostos.
“É preciso mudar o entendimento da Receita Federal para que o pet food não seja tributado com a mesma carga das bebidas alcoólicas e cigarros, considerados itens supérfluos. Além do fato de que os pets hoje são parte da família, o pet food é crucial para a saúde e bem-estar dos animais”, finaliza Galvão de França.
Veja a comparação dos tributos pet no Brasil em relação a outros países do mundo:
- Estados Unidos – carga tributária: 6,6% do preço final
- China – carga tributária: 17% do preço final
- Reino Unido – carga tributária: 20% do preço final
- Alemanha – carga tributária: 7% do preço final
- Itália – carga tributária: 22% do preço final
Balanço 2022 | A indústria pet brasileira encerrou 2022 com um faturamento de R$ 41,9 bilhões, crescimento de 17,2% sobre o ano de 2021. Desde o último levantamento realizado pela Abinpet — Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, o cenário permanece estável.
Desses R$ 41,9 bilhões faturados ao longo de 2022, pet food representa 80% (R$ 33,3 bilhões); pet vet (produtos veterinários), R$ 5,9 bilhões, ou 14% do total, e pet care (produtos de higiene e bem-estar animal) R$ 2,68 bilhões, ou 6% do faturamento total. Isoladamente, cada segmento cresceu 18%, no caso do pet food; 16,5% no caso do pet care e 12% no caso de pet vet, quando comparados com os números de 2021.
O balanço Abinpet não leva em consideração a movimentação no varejo, e não inclui a venda de animais diretamente de criadores.
A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) representa uma indústria que congrega os segmentos pet food (alimento e ingredientes), pet vet (medicamentos veterinários) e pet care (equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza). A entidade fortalece o setor por meio de ações que contribuem para o desenvolvimento de seus associados. Também atua para aumentar a percepção de que os benefícios da relação entre seres humanos e animais de estimação se estendem a toda a sociedade.
Além disso, é cada vez maior a participação desse setor na economia nacional e, por isso, é parte relevante do agronegócio: cerca de 73,9% do faturamento é proveniente dos produtos para nutrição animal, cuja composição é 95% agropecuária, com ingredientes como milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes.
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