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Investimentos recordes prometem conferir mais competitividade ao agronegócio

Com: Antônio Andrade – Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

 

O ministro Antônio Andrade é, hoje, um dos principais representantes de Minas em âmbito nacional. Engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e produtor rural, ele foi um dos protagonistas de uma importante vitória para o Estado, a assinatura da Instrução Normativa 30, que permite a comercialização do queijo Minas Artesanal em todo o território nacional. A conquista foi alcançada após uma década e meia de luta pela liberação da venda do produto, inquestionável patrimônio das Gerais.

Responsável, junto à presidenta Dilma, pelo lançamento de um dos mais vultuosos programas voltados para o setor agrícola e pecuário da história do País, que investirá R$136 bilhões em áreas estratégicas, como armazenagem, irrigação e seguro rural, Antônio Andrade fala, com exclusividade para a MercadoComum sobre os primeiros seis meses à frente do Ministério e quais medidas têm sido tomadas para fortalecer o agronegócio, um dos setores mais importantes do Brasil.

 

MC: Em março de 2013, o senhor assumiu como ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e, desde então, vem tomando medidas efetivas e eficazes visando ao aumento da produtividade brasileira. Qual é o balanço que o senhor faz destes seis meses à frente do Mapa e quais são as maiores dificuldades encontradas?

Antônio Andrade: Considero que o período tem sido bastante positivo e os números mostram isso. Lancei em junho, junto com a presidenta Dilma, o maior e mais abrangente Plano Agrícola e Pecuário da história, com R$ 136 bilhões e mais recursos previstos para áreas estratégicas, como armazenagem, irrigação e seguro rural. O setor tem respondido positivamente e, só nos meses de julho e agosto deste ano, o volume de financiamentos aumentou 35,5%. Outro dado fantástico vem das exportações. Só entre setembro e agosto deste ano, o volume já é superior a US$ 100 bilhões. Claro, ainda há desafios, especialmente no aperfeiçoamento da logística para o escoamento da safra, mas tenho conversado com os órgãos governamentais responsáveis por essa questão para agilizarmos o processo de melhorias favoráveis ao setor produtivo.

MC: A assinatura da Instrução Normativa 30, que permite a comercialização do queijo Minas Artesanal, no último mês de agosto, representou uma vitória para Minas Gerais. Esta luta, no entanto, durou cerca de 15 anos. Por que o tema era tão polêmico, quais os empecilhos que travavam as negociações para a normatização?

Antônio Andrade: A principal questão é que os produtores artesanais tinham dificuldade para atender às exigências do serviço de inspeção federal, reconhecimento necessário para a circulação de produtos alimentícios dentro do país. Com a nova norma, além de expandir os requisitos de certificação de queijarias, foi flexibilizada a análise de estudos técnicos-científicos comprovando que a redução do período de maturação não compromete a qualidade e a inocuidade do produto. Esse tipo de queijo é diferente e tem suas particularidades, logo, precisa de critérios de análise diferentes. Felizmente, agora será mais fácil para que o produto mineiro possa ser encontrado pelo país. É importante lembrar que as novas regras são baseadas em critérios aceitos internacionalmente.

MC: O Governo anunciou, recentemente, a retirada do mercado de 13 milhões de sacas de café, por meio dos leilões dos contratos de opções de venda e dos financiamentos concedidos para apoiar a comercialização. O que esta medida representará para a indústria cafeeira?

Antônio Andrade: Representa que o Governo apoia a produção e entende que existe espaço para a melhoria dos preços em nível de produtor sem comprometer as margens da indústria e gerar aumento de preços. A melhoria do preço para o cafeicultor representará mais renda nas cidades do interior, mais emprego, mais distribuição de renda e fará a economia nas mais de 1.900 cidades onde o café tem grande peso econômico.

MC: Quais outras medidas serão implantadas para fortalecer este setor?

Antônio Andrade: Dentre as medidas que serão implantadas, podemos citar o Plano de Viabilização/Revigoramento dos Cafés de Montanha. Estamos aprofundando a proposta, que será uma revolução em termos de agregação de renda, tecnologia e resgate desse importante segmento da cafeicultura nacional, principalmente em Minas Gerais e São Paulo. Além disso, as lavouras de até 20 hectares de café representam 83,3% do total de das propriedades com café no Brasil. Outra medida relevante é o fortalecimento do programa de qualidade do café torrado e moído da ABIC para que todo brasileiro tenha em sua casa um produto certificado e de acordo com os padrões de qualidade dos melhores cafés do mundo.

MC: O cooperativismo é um segmento forte no agronegócio e importante para o desenvolvimento do País. Que medidas vêm sendo tomadas pelo Mapa para fortalecer essas entidades?

Antônio Andrade: Sabendo a importância do segmento para o país, o Mapa elaborou um Plano Agrícola e Pecuário mais abrangente na atual safra, disponibilizando um volume maior de recursos para as cooperativas: R$ 5,3 bilhões. Outro auxílio para o setor foi a liberação de R$ 2,3 milhões para entidades privadas que desenvolvem ações ligadas ao associativismo e cooperativismo. Desse montante, R$ 1,26 milhão foi para a região do semiárido brasileiro.

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