Substância é conhecida pelos efeitos neuroprotetores em doenças como Alzheimer e Parkinson
A citicolina tem efeito neuroprotetor no glaucoma, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes com danos glaucomatosos. Estes são achados de inúmeros estudos científicos ao longo dos anos a respeito desta substância.
O uso da citicolina não é recente. Ela é usada há mais de cinco décadas em doenças neurodegenerativas como demência, doença de Parkinson e em pessoas que ficaram com sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo a Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, ao longo dos anos diversos estudos científicos apontaram que a citicolina é capaz de neutralizar danos nas células nervosas da retina, mais especificamente nas células ganglionares, responsáveis por enviar as informações visuais para o nervo óptico. “Desta forma, a substância foi considerada um recurso adicional no tratamento do glaucoma, por seu efeito neuroprotetor”.
Citicolina e seu efeito nas doenças neurodegenerativas
A citicolina é um precursor do neurotransmissor acetilcolina e de outros componentes da membrana neuronal, que protegem as células nervosas de danos. A acetilcolina assegura o bom funcionamento do sistema nervoso e está associada a diversos processos cognitivos, como aprendizagem e memória.
“Hoje temos um corpo robusto de estudos sobre os efeitos da citicolina no glaucoma. As pesquisas apontaram que a substância está associada à redução da progressão do glaucoma, independente da pressão intraocular e do estágio do glaucoma. Outro achado é que os pacientes que usam a citicolina apresentam melhora na acuidade visual”, comenta Dra. Maria Beatriz.
Citicolina protege todo o cérebro como um todo
Um aspecto que nos chama atenção é que até pouco tempo, a neuroproteção no glaucoma se concentrava na retina e no nervo óptico.
“Nos últimos anos, no entanto, muitos estudos experimentais e clínicos mostraram que no glaucoma a degeneração neuronal ocorre não apenas na retina e no nervo óptico, mas em toda a via visual e no cérebro. E este achado pode ser a chave para entender os efeitos positivos da citicolina para os pacientes com glaucoma”, ressalta a oftalmologista.
Dose certa
Apesar da citicolina ser facilmente encontrada em forma de suplementos, é preciso cautela.
“Os efeitos neuroprotetores da substância no glaucoma dependem de uma prescrição específica de dose. Além disto, os resultados são em médio e longo prazo. Há ainda diferentes apresentações e a prescrição precisa ser individualizada e monitorada pelo oftalmologista”, finaliza Dra. Maria Beatriz.
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