Desempenho do PIB de Minas Gerais ficou inferior à média nacional do 1º trimestre de 2021

PIB de Minas Gerais
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A Fundação João Pinheiro divulgou, no dia 10 de junho, os resultados do PIB – Produto Interno Bruto de Minas Gerais relativos ao 1º trimestre deste ano: queda de 0,2% na comparação ao último período do ano passado. Houve crescimento na Agropecuária (0,8%) e no Setor de Serviços (0,2%), mas constatou-se recuo de 0,4% no Setor Industrial.

Com isso, o resultado do Estado destou do apurado em relação ao Brasil, que registrou crescimento de 1,2% no mesmo período.

O coordenador de Contas Regionais da Fundação João Pinheiro, Raimundo Souza, prevê um crescimento de 4% a 5% no PIB mineiro deste ano, acompanhando o ritmo que deve seguir a economia brasileira. Segundo ele, a produção de 2020 foi muito ruim por conta do primeiro semestre, que teve queda acentuada. “Por isso, verificamos com muita clareza  o peso do auxílio emergencial concedido pelo governo federal. Injetou diretamente na veia da economia do país uma demanda imediatamente respondida por vários setores como supermercados, produção de alimentos e construção civil, que puxaram a recuperação econômica do segundo semestre de 2020 para cá”, observou.

Nos primeiros cinco meses de 2021 Minas Gerais registrou, no acumulado do período, um superávit de US$ 9,682 bilhões na Balança Comercial estadual, montante 56% superior aos US$ 6,175 bilhões apurados em igual período de 2020.  Os dados são da Secretária Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais – SECINT, do Ministério da Economia.  Esse desempenho se deu graças à recuperação das economias asiáticas, europeia, americana, bem como a valorização do dólar em relação ao real.

De acordo com o analista de Estudos Econômicos da FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Marcos Marçal, o minério de ferro e os alimentos vêm puxando o desempenho da balança comercial mineira neste exercício. Segundo ele, Mais de 47% das exportações do Estado no acumulado de 2021 foram do insumo siderúrgico que tem sido favorecido ainda pela elevação do preço no mercado internacional e pela recuperação da economia asiática, principalmente a chinesa.

PREÇO DO MINÉRCIO DE FERRO.

Desempenho do PIB de Minas Gerais ficou inferior a? me?dia nacional do 1º trimestre de 2021

PIB de Minas Gerais em 2020 foi menos pior do que o brasileiro, retraiu 3,9% e somou US$ 125,53 bilhões.

Já no acumulado da última década, a economia mineira retraiu 2,37% e registrou desempenho pior do que a média brasileira.

O PIB-Produto Interno Bruto de Minas Gerais, considerado o 3ª maior entre os estados brasileiros, vem apresentado desempenho medíocre na maior parte dos anos do século XXI e, em nove deles – (2002, 2003, 2004, 2005, 2010, 2012, 2016 e 2017 e 2020)  é que houve registro de desempenho melhor do que a média verificada em relação ao Brasil. Há uma particularidade nos anos em que o crescimento econômico de Minas supera o brasileiro: nesse período constata-se que, em sua maioria, houve uma significativa valorização dos preços das commodities e, em especial, do minério de ferro.

Em 2020, análises preliminares da FJP-Fundação João Pinheiro, divulgadas em março último, revelaram que o PIB de Minas Gerais recuou 3,93% – o que corresponde a uma variação 0,13 pontos percentuais inferior à queda de 4,06% ocorrida na economia nacional.

De 2011 a 2020, a taxa de variação do PIB de Minas Gerais registra uma retração média de 0,22% ao ano e de 2,43% no acumulado do período – contra uma expansão média anual de 0,30% e acumulada de 2,69% do Brasil, respectivamente. Já o desempenho da economia mundial, no mesmo período, alcançou uma média anual de 2,84% de crescimento – acumulando expansão de 32,03%.

Dados preliminares apontam que a participação relativa de Minas Gerais no PIB nacional em 2020 deve ter sido de 8,957%.

Em 2020, a Renda Per Capita dos mineiros alcançou US$ 5.851,98 – inferior à registrada em 2008, de US$ 7.663,28.

A MinasPart Desenvolvimento estima que, em 2020, o PIB de Minas Gerais totalizou US$ 125,51 bilhões e equivale, atualmente, a quase à metade do valor que prevalecia no início da década de 2011, quando atingiu US$ 240,77 bilhões.

MINAS GERAIS X BRASIL X MUNDO– TAXA ANUAL E

ACUMULADA DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO

INTERNO BRUTO2011/2020 – Em %

PIB-Produto Interno Bruto de Minas Gerais
AnoMinas GeraisBrasilMundo
2011 2,483,974,27
2012 3,331,923,53
2013 0,473,013,46
2014-0,700,503,56
2015-4,26-3,553,49
2016-2,00-3,283,29
2017 1,661,333,76
2018 1,331,783,57
2019 -0,54*1,412,76
2020 -3,93* -4,06-3,27
Média – 0,170,272,73
Acumulada -2,372,3030,54

*Estimativas da FJP-Fundação João Pinheiro/FMI

Fonte: FMI-World Economic Outlook-abril 2020/IBGE/FJP/MinasPart Desenvolvimento

RESULTADO DO 1º TRIMESTRE DE 2021

Após apresentar variações positivas nos dois últimos trimestres de 2020, o índice de volume do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro registrou ligeira queda (-0,2%) no primeiro trimestre de 2021. Os números são parte do Informativo FJP – Contas Regionais: PIB MG – 1º trimestre de 2021 e foram apresentados no dia 10 de junho, durante webinar promovido pela Fundação João Pinheiro (FJP).

A íntegra do relatório da Fundação João Pinheiro sobre o desempenho do PIB mineiro está a seguir:

No período avaliado, o PIB brasileiro teve expansão de 1,2%. “Tanto em Minas quanto no Brasil, a crise econômica associada à pandemia da covid-19 teve um formato em V. No país como um todo, o mergulho e a recuperação foram mais pronunciados do que no estado”, explicou o coordenador de Contas Regionais da FJP Raimundo de Sousa Leal Filho.

Taxa trimestre

Um dos principais fatores que explica a diferença entre as economias estadual e nacional foi o desempenho desfavorável da atividade de energia e saneamento em Minas Gerais, provocado, principalmente, pela redução na geração de eletricidade. Com isso, o volume de Valor Adicionado Bruto (VAB) do segmento recuou 6,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e 8,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Nas mesmas óticas de comparação, o segmento expandiu 0,9% e 2,1%, respectivamente, no âmbito nacional.

A indústria de transformação também contribuiu para a retração da economia mineira, com recuo de -1,7% em relação ao quarto trimestre de 2020. Nesse contexto, a queda do volume de produção da fabricação de papel e celulose, máquinas e equipamentos, bebidas, produtos químicos e do refino de petróleo e biocombustíveis foi determinante para o resultado negativo em Minas Gerais. No Brasil, no mesmo período, a redução no volume de VAB do segmento foi de 0,5%.

Usinas Hidrele?trica

Já a indústria extrativa mineral foi a atividade que apresentou a maior variação positiva no volume de VAB (7,4%) no primeiro trimestre de 2021 no estado, comparativamente ao quarto trimestre de 2020, especialmente pela evolução positiva dos preços internacionais das principais commodities minerais, sobretudo o minério de ferro. Na mesma base de comparação, a atividade de extração mineral expandiu 3,2% no âmbito nacional.

Na comparação com os três primeiros meses do ano passado, o segmento da indústria no estado apresentou resultado positivo. “No primeiro trimestre de 2021, o VAB industrial de Minas Gerais esteve 4,9% acima do observado no primeiro trimestre de 2020”, observou Leal.

O agrupamento outros serviços, que registrou queda de 0,7% nos três primeiros meses de 2021, também foi relevante para explicar o recuo do nível de atividade econômica em Minas Gerais. Enquanto esse segmento evoluiu positivamente (0,5%) na economia brasileira, na comparação com o quarto trimestre de 2020, em Minas Gerais o agrupamento vem registrando performance desfavorável e desempenho modesto nos segmentos que dependem mais diretamente do fluxo de pessoas (serviços prestados às famílias, serviços domésticos, serviços de hospedagem e alimentação fora dos domicílios e atividades turísticas).

Produto interno bruto

Mesmo com resultados positivos no primeiro trimestre de 2021, as atividades de comércio (0,5%) e de transporte (1,6%) tiveram desempenho ainda inferior ao observado em âmbito nacional. No período, no Brasil, a expansão registrada para o comércio foi de 1,2% e, para o transporte, de 3,6%.

No setor agropecuário, o crescimento observado no primeiro trimestre de 2021 em Minas Gerais foi de 0,8% e, no Brasil, de 5,7%. “No entanto, na comparação com o mesmo trimestre de 2020, período em que as proporções e safras colhidas são, nesse caso, semelhantes, a expansão no estado (5,4%) foi ligeiramente superior à observada em âmbito nacional (5,2%)”, esclareceu Raimundo Leal.

A construção civil foi outra atividade em que o desempenho de Minas Gerais (3,1%) foi superior ao observado no cenário nacional (2,1%) no primeiro trimestre de 2021. Já o volume de VAB da administração pública estadual apresentou ligeira redução, de 0,1%, no primeiro trimestre de 2021, em relação ao trimestre imediatamente anterior. No país, nesse mesmo período, houve redução de 0,6% no volume de VAB.”

Pib Mineiro

O PIB de Minas Gerais no primeiro trimestre de 2021 foi estimado em R$ 180,2 bilhões e representou 8,8% do PIB nacional no trimestre de referência (Gráfico 3). Desse total, R$ 21,5 bilhões dizem respeito aos impostos indiretos líquidos de subsídios e R$ 158,6 bilhões referem-se ao Valor Adicionado Bruto (VAB). Em Minas Gerais, na composição setorial relativa ao primeiro trimestre de 2021, o VAB agropecuário foi responsável por R$ 15,6 bilhões (9,8% do total); o da indústria, por R$ 43,8 bilhões (27,6% do total); o dos serviços, por R$ 99,3 bilhões (62,6% do total).

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