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Copom eleva Selic em 50 pontos-base e indica que “avaliará a necessidade de um ajuste residual na sua próxima reunião” de política monetária

Copom eleva Selic em 50 pontos-base e indica que “avaliará a necessidade de um ajuste residual na sua próxima reunião” de política monetária.

Em reunião de política monetária realizada no dia 03 agosto último, o Copom elevou a sua taxa básica de juros, a Selic, em 50 pontos-base, para 13,75% ao ano. A decisão, novamente unânime, veio em linha com a expectativa da LCA – Consultores Associados e com a expectativa largamente predominante nos mercados.

De acordo com a LCA, o comunicado da decisão, o Copom avaliou que o “ambiente externo mantém-se adverso e volátil”; que a atividade econômica brasileira continuou a crescer ao longo do segundo trimestre, “com uma retomada no mercado de trabalho mais forte do que era esperada pelo Comitê”; e que a “inflação ao consumidor continua elevada, tanto em componentes mais voláteis como em itens associados à inflação subjacente”.

As projeções oficiais de inflação sofreram ajustes expressivos, ao passarem a incorporar “o impacto das medidas tributárias recentemente aprovadas”. Com isso, a projeção para a alta do IPCA em 2022, no cenário de referência, recuou de 8,8% para 6,8%, enquanto a projeção para 2023 elevou-se de 4,0% para 4,6%; para 2024, a projeção manteve-se em 2,7%.

Ainda em relação às projeções de inflação, o Copom notou que “as projeções de inflação para os anos de 2022 e 2023 estavam sujeitas a impactos elevados associados às alterações tributárias” – o que levou o Comitê a optar “neste momento por dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora seus impactos secundários sobre as projeções de inflação relevantes para a decisão de política monetária”. Para este horizonte, a projeção oficial aponta inflação acumulada em 12 meses de 3,5%, não muito distante, portanto, do centro das metas para 2023 (3,25%) e 2024 (3%).

A autoridade tornou a enfatizar, em diversas oportunidades, que é elevado o grau de incerteza em torno das premissas e projeções sob as quais são tomadas as decisões de política monetária. No documento, a autoridade destacou “a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes”, o que tenderia a acentuar “os riscos de alta para o cenário inflacionário”. Por outro lado, o Copom notou que “o aumento do risco de desaceleração da economia global (…) acentua os riscos de baixa [da inflação]”.

No trecho prospectivo do comunicado, o Copom afirmou que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. Ou seja, avaliará se encerrará o ciclo de ajuste monetário com a Selic nos atuais 13,75% ao ano ou se promoverá um ajuste adicional de 25 pontos-base, encerrando o ciclo com a taxa básica de juros em 14% ao ano.

De acordo com o Cenário LCA divulgado no dia 02 de agosto, a empresa de consultoria macroeconômica avalia como preponderante a perspectiva de que o aumento promovido na reunião do dia 03 tenha sido o derradeiro ajuste do atual ciclo de aperto monetário e mantém essa avaliação à luz do comunicado de política monetária, mas segirá alertando para o risco nada desprezível de que eventual deterioração das conjunturas internacional e/ou doméstica leve o Copom a estender o ciclo de aperto.

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