Saldo do Balanço de Transações Correntes – Em % do PIB
Ano %
2010 -3,58
2011 -2,92
2012 -3,40
2013 -3,23
2014 -4,13
2015 -3,03
2016 -1,35
2017 -0,73
2018 -2,20
2019 -2,76
Fonte: Banco Central do Brasil
Para a Rosenberg & Associados, o déficit em Transações Correntes ampliou-se em 2019 na comparação com 2018, de US$ 41,5 bilhões para US$ 50,8 bilhões – em linha com o esperado pela empresa de consultoria econômica. Segundo a mesma, a maior contribuição para esse movimento veio da queda do superávit da balança comercial, de US$ 53,0 bilhões em 2018 para US$ 39,4 bilhões em 2019; essa piora foi mitigada pelo menor déficit da conta de serviços e rendas, de US$ 94,6 bilhões para US$ 91,1 bilhões.
O maior rombo das contas externas anteriormente havia sido registrado em 2015, quando o déficit apurado foi de US$ 54,47 bilhões.
O buraco no balanço de transações correntes em 2019 chegou a 2,76% do PIB – Produto Interno Bruto (em 2018 chegou a 2,20% do PIB). Apesar da piora, ele foi coberto com folga pelos investimentos diretos estrangeiros, que alcançaram R$ 78,56 bilhões.
Em 2019, as remessas de lucros e dividendos de multinacionais instaladas no Brasil caíram 14,8% sobre o ano anterior e alcançaram US$ 31,13 bilhões.
Na conta de serviços, houve redução no ano tanto nos gastos líquidos de brasileiros no exterior, com recuo de 5,4% em relação a 2018, a US$ 11,68 bilhões, quanto nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, que caíram 8,2%, a US$ 14,48 bilhões.
Para 2020, a Rosenberg & Associados espera continuidade do aprofundamento do déficit em Transações Correntes em dólares – num ritmo mais moderado que o visto em 2019. A deterioração mais lenta da balança comercial também deve ser a maior responsável pelo movimento. De todo modo, o déficit segue plenamente financiável pela entrada de recursos para investimentos (IDP).
Estrangeiros retiraram US$ 5,6 bilhões do País com venda de ações em bolsa de valores
Os investidores estrangeiros retiraram US$ 5,666 bilhões de aplicações em ações do Brasil, revelam dados do Banco Central divulgados em 27 de janeiro último, sendo esse resultado o pior já registrado para a negociação direta de papéis em bolsa no mercado doméstico desde 2008, quando a fuga foi de US$ 10,850 bilhões. Em 2018, o resultado negativo apurado foi de US$ 4,265 bilhões.
Em relação aos fundos de investimento houve entrada de US$ 2,053 bilhões em 2019, ante retirada de US$ 850 milhões.