Para CNI e Sebrae, desempenho no Índice Global de Inovação, divulgado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, reforça necessidade de investir em inovação no país
Entre 129 países, o Brasil é o 66º mais inovador, segundo o Índice Global de Inovação (IGI). O país perdeu duas posições em relação ao ano anterior, em que ocupava o 64ª lugar. Suíça, Suécia, Estados Unidos, Países Baixos e Reino Unido lideram o ranking divulgado em 24 de julho, em Nova Deli, na Índia. A China, por sua vez, segue em ascensão, agora em 14º lugar entre as nações mais inovadoras, ultrapassando o Japão (15º).
A classificação é publicada anualmente pela Universidade Cornell, pelo INSEAD e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) são parceiros do IGI.
Um dos fatores determinantes para o resultado foi a piora na avaliação dos insumos para inovação, que são o conjunto de ferramentas disponíveis no país para o desenvolvimento da inovação – o Brasil caiu de 58º para 60º lugar. Por outro lado, o país teve leve melhora de posição no sub ranking de resultados da inovação, saindo de 70º para 67º.
“Mais uma vez, esta lista demonstra que o Brasil tem um grande e importante trabalho pela frente para se tornar um país mais inovador, com desempenho proporcional ao tamanho da 9ª economia do mundo. Em um ambiente de crescente competição internacional, a inovação já é um grande diferencial e terá peso cada vez maior. É preciso agir e agir rápido”, afirma Glauco Côrte, presidente em exercício da CNI.
“Para enfrentar obstáculos, temos que compreender o problema. O Índice Global de Inovação oferece-nos indicadores de informação que nos mostram onde se encontram os maiores desafios à inovação no Brasil. Neste sentido, o Sebrae tem uma importante missão: ajudar o Brasil a reencontrar o crescimento, sendo que esta reconstrução passará necessariamente pelas micro e pequenas empresas, que representam 98,5% da atividade formal do país”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
CLASSIFICAÇÃO – O Índice Global de Inovação está na 12ª edição e se tornou uma ferramenta quantitativa detalhada que auxilia em decisões globais para estimular a atividade inovadora e impulsionar o desenvolvimento econômico e humano. O IGI classifica 129 economias com base em 80 indicadores, que vão desde as taxas de depósito de pedidos de propriedade intelectual, até a criação de aplicativos para aparelhos portáteis, gastos com educação e publicações científicas e técnicas.
Confira os 20 primeiros colocados na classificação global:
América Latina – Apesar de ser a maior economia da região, o Brasil é apenas o 5º mais inovador entre as 19 economias da América Latina e Caribe, e segue atrás de Chile (51º), Costa Rica (55º) e México (56º). “O progresso do desempenho em inovação ainda é lento na América Latina e no Caribe, e o IGI indica que, apesar de melhorias incrementais e iniciativas encorajadoras, o potencial de inovação da região segue, em larga medida, inexplorado”, afirma o documento.
Segundo a publicação, os brasileiros se destacam em pesquisa e desenvolvimento (P&D), tecnologias de informação e comunicação (TIC), comércio, escala de mercado e contratação de trabalhadores especializados, absorção de conhecimento e criação de conhecimento, onde o Brasil aparece entre os 50 primeiros no mundo. O Índice também destaca a presença de empresas globais no país e ressalta que o Brasil é o único da região a abrigar um cluster de ciência e tecnologia de peso internacional.
Ascensão chinesa – Pelo 7º ano consecutivo, a China é a primeira em qualidade de inovação entre as economias de renda média do mundo e alcança as primeiras posições em patentes, design industrial e marcas por origem, bem como exportações de alta tecnologia e de produtos criativos. Com 18 dos 100 mais importantes clusters de ciência e tecnologia, neste indicador, a China só fica atrás do líder EUA.
O documento também destaca que economias médias asiáticas têm sido destaque no desenvolvimento de P&D global e também no depósito de patentes pelo Sistema Internacional de Patentes da OMPI. Por outro lado, a publicação alerta para o “crescimento lento, senão nulo” dos investimentos públicos em P&D em economias de alta renda.
Protecionismo ameaça inovação – De acordo com a análise, “o aumento do protecionismo representa riscos. Se não for contido, acarretará desaceleração do crescimento da produtividade e da difusão das inovações em todo o mundo”. O IGI deste ano também reforça a necessidade de desconcentração dos esforços e resultados da inovação em mais economias. “Insumos e produtos de inovação continuam concentrados em pouquíssimas economias. O fosso também é observado na eficiência das economias para obter o retorno de seus investimentos em inovação. Algumas conseguem mais com menos”, destaca o relatório.
“O Índice traz lições preciosas sobre a dinâmica da inovação global e destaca economias que se distinguem na área e as que têm mais sucesso transformando investimentos nos insumos em produtos reais. As lições desses líderes proporcionam orientações úteis sobre políticas de inovação para os demais”, explica Soumitra Dutta, ex-reitor e professor de Gestão da Universidade Cornell, co-editor do ranking.
Semana da Inovação
O Sebrae promove a inovação nos pequenos negócios por meio da qualificação empresarial, conexão com novos mercados e fortalecimento dos ecossistemas de inovação. A instituição investe na consolidação de um ambiente de inovação mais consistente e eficaz, para que empresas mais capacitadas e competitivas possam surgir no mercado. Em agosto, ocorre em Florianópolis (SC), a Semana da Inovação, com dois dos mais importantes eventos do país na área de inovação e startups:
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