Gabriel Viégas Nego, presidente do BDMG
Em parceria com instituições, como a Fapemig, o Banco vai disponibilizar a empresas e cooperativas volume recorde de recursos para esta finalidade
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) vai oferecer R$ 300 milhões em financiamentos a projetos de inovação em 2024. Os valores serão ofertados por meio de linhas de crédito com a menor taxa do mercado para o segmento, prazos diferenciados e se destinam a empresas de todos os portes que buscam crédito para desenvolver novo produto, serviço, processo ou tecnologia. O volume de recursos é inédito para este tipo de operação no Banco e representa um crescimento de 60% em relação a todo o desembolso realizado pelo BDMG para a inovação desde 2019, um total de R$ 180 milhões.
O presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, explica que o crédito estará disponível para todas as empresas mineiras que queiram lançar alguma novidade no mercado. “O interessante, além das taxas e dos prazos ampliados para pagar, é a ampliação do conceito de inovação. As iniciativas precisam ser novas para as empresas e, não necessariamente, para o mercado. Por exemplo, uma fábrica de tênis que quer começar a produzir sandálias está inovando e pode ter acesso a esse crédito. Uma empresa de software que está incorporando inteligência artificial, também pode. Por isso temos reforçado que, para o BDMG, a inovação significa algo novo para a sua empresa”, pontua.
“Esse crédito vai transformar ideias e projetos em realidade. A inovação é um dos focos de atuação do Governo do Estado, sendo uma maneira de alavancar a economia, gerando emprego, renda e tornando as empresas mais competitivas no mercado”, completa o presidente do Banco.
Os recursos que se transformarão em crédito para as empresas foram captados junto a instituições estaduais e federais, como a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), por meio do Programa Pró-Inovação, que no ano passado passou a atender empresas de todos os portes. No âmbito federal, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) é a principal parceira, sendo o BDMG o principal repassador da Finep em Minas, responsável por 95% dos repasses em que a instituição precisa de um agente financeiro como mediador.
Além de projetos, com o crédito será possível financiar itens como máquinas, veículos e até robôs e tecnologias da indústria 4.0, desde que já tenham sido previamente credenciados pelos fabricantes como difusores de inovação. Outro atrativo é que algumas operações – que podem variar de R$ 150 mil a R$ 30 milhões – terão custos abaixo da Selic, que é o padrão referencial de mercado. Há ainda linhas de crédito atreladas à Taxa Referencial (TR) e isentas do Imposto Sobre Operação Financeira (IOF), resultando em custo final ainda mais atrativo.
Aplicação
É a partir de um financiamento para inovação contratado junto ao BDMG que a Bioclin, localizada em Belo Horizonte, está desenvolvendo um modelo moderno de testes para diagnósticos na área da Saúde. O CEO da indústria, Victor Arndt Júnior, conta que o crédito oferecido pelo BDMG com liberação rápida e taxas diferenciadas foi essencial para a compra de equipamentos importados, contratação de profissionais especializados e a aquisição de um software para a criação de uma plataforma – que em breve será lançada no mercado – que objetiva simplificar a realização de testes que entregam o resultado em minutos e sem a necessidade de o paciente ir ao laboratório, pois utiliza máquina portátil.
“Este é um setor muito inovador. Se você não tem a visão de melhoria contínua, fica para trás. Essa plataforma é um teste rápido ainda mais rápido. Muitas vezes os departamentos de pesquisa e desenvolvimento têm grandes ideias, mas não têm dinheiro para executar. Este é o quarto financiamento que contratamos com o BDMG para projetos de inovação”, afirma Victor Arndt Júnior, destacando a importância do investimento para o avanço dos produtos da empresa.
O futuro lançamento da Bioclin é mais um capítulo da história da companhia mineira, que começou há 47 anos quando o professor Victor Arndt, do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), decidiu empreender em testes para diagnósticos. Agora, a fábrica está em sua terceira geração, e tem planos para novos produtos e expansões.
Entre os mais de 300 kits para diagnósticos que ela já desenvolveu estão testes rápidos para auxiliar na identificação da dengue, zika, chikungunya, covid e hanseníase, sendo que, no caso desta última doença, é a única empresa a oferecer este produto em todo o mundo. “Meu pai estaria orgulhoso se estivesse aqui”, diz Victor, que conduz a empresa ao lado da mãe, do irmão e da recente colaboração dos jovens sobrinhos. A indústria também atua com linhas veterinárias.
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