JK: A BANDEIRA DE NOSSAS BANDEIRAS É A ESPERANÇA*
A bandeira de nossas bandeiras é a Esperança. Um país como este nosso, que avança vergado ao peso de tantas dificuldades, de tantas contradições, necessita de um conteúdo de Esperança para sustentar-se, para ter ânimo de enfrentar um destino que parece duro demais à força de sua grandeza.
E aonde nós, homens que aprendemos na atuação longa e intensa tantas coisas amargas, aonde iremos nós renovar e saciar a nossa esperança, senão junto ao povo, junto àqueles que guardam intactas as reservas de amor, de idealismo, de crença, de alegria, de tudo aquilo, enfim, que significa essa mesma esperança – elemento insubstituível e único que nos permite enfrentar a travessia terrestre?
Pois é a esses que em primeiro lugar falo, convocando-os a formar comigo a mesa cordial e resoluta do diálogo – o diálogo – o diálogo que assim iniciamos e que é aberto a todos, sem distinção política ou filosófica, de cor ou de classe, de religião ou de nacionalidade.
Este diálogo é um convite ao exame e ao debate da perspectiva brasileira, no particular e no geral, em que atuei, atuo na medida extrema da minha energia e nas dimensões maiores da consciência social que formei à luz da fé cristã, da doutrina democrática e no apego à legalidade. Quero deixar bem claro isto: desde o instante em que transferi a meu sucessor a faixa presidencial, determinei zelar pela clareza da doutrina que implantei em meu governo – a do Desenvolvimento; mais ainda, continuar cooperando, não só na solução dos problemas remanescentes, ou que surgissem, mas também daqueles, tanto e tão graves, que já existiam e, mesmo a poder de fé, técnica e recursos infinitos, não seria possível sequer enfrentar e muito menos resolver num quinquênio administrativo.
A verdade, cristalina e inegável, é que lutei, sem medida, dias e noites, por dar outra dimensão, interna e externamente, a nosso País.
Quis que, da minha administração, não se pudesse dizer, sem pecar contra a verdade, que o Brasil crescia nas horas noturnas, enquanto o Governo dormia. Não! O Governo não dormiu, em minhas mãos.
Os anseios que ora agitam a alma brasileira, a clamar por reformas e maior iniciativa, são efeitos naturais da nova mentalidade que avassala o mundo e na qual o País se enquadrou ao sentir vibrar, em seu próprio corpo, o espírito do Desenvolvimento, ideal que é o meu ideal e foi o ideal de meu Governo.
*(Texto extraídos da Coletânea de 3 volumes da obra “Juscelino Kubitschek – Profeta do Desenvolvimento – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI”, de autoria de Carlos Alberto Teixeira de Oliveira e publicada por MercadoComum – Comum. Publ. Ltda.)