A Copa e a vocação de Minas para turismo de negócios atraem os investimentos
O número de leitos no setor hoteleiro da Região Metropolitana de Belo Horizonte (até 100 quilômetros de BH) vai aumentar em cerca de 60% até a Copa do Mundo FIFA 2014. Estão em construção na capital 28 hotéis e outros 17 empreendimentos estão na reta final do processo de licenciamento.
Com isso, serão 45 hotéis a mais na cidade que acrescentarão 16.042 leitos.
Entre os hotéis em obras, um tem classificação cinco estrelas; dez, quatro estrelas; 17, três estrelas e um de uma estrela. Em fase de licenciamento, há mais seis hotéis cinco estrelas.
A maior rede hoteleira do mundo, a americana Wyndham, que conta com 15 marcas e 7,2 mil hotéis em seis continentes, chegou a Belo Horizonte por meio de uma parceria com a mineira Vert. Nos próximos três anos, a Vert vai investir cerca de R$ 800 milhões em 11 hotéis em Minas. Em abril deste ano, o grupo inaugurou um hotel em Lagoa Santa, a 42 km de Belo Horizonte, o Hotel Ramada Airport Lagoa Santa com 140 apartamentos.
“Quando um empresário decide onde investir, muitos critérios são analisados. Em Minas, o PIB cresceu 10,9% em 2010. Foi um recorde. Isso não passa despercebido pelos investidores. Eles são atentos e sabem onde investir”, afirma Sergio Barroso, secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo. “É muito importante o crescimento da hotelaria mineira, pois a curva da demanda nos apresenta, em um futuro próximo, perspectivas muito positivas de ocupação”, acrescenta Agostinho Patrus Filho, secretário de Estado de Turismo. Atualmente, são 30.194 leitos distribuídos em 314 meios de hospedagem situados a, no máximo, 100 quilômetros de Belo Horizonte. A taxa de ocupação média é de 80%, mas de terça a quinta-feira facilmente chega a 100%. Projeta-se um total de 50.919 leitos para a região de BH até 2014.
Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas, 66% dos brasileiros e 83% dos estrangeiros usam hotéis para se hospedar. Essa pesquisa diz ainda que uma a cada três pessoas que visitam Belo Horizonte pela primeira vez viaja motivada por um evento.
Belo Horizonte vem se firmando como um dos principais destinos do turismo de negócios. Os principais espaços para
congressos e feiras como Expominas e Minascentro têm taxa de ocupação média de 80%, chegando, em alguns meses, a 100%. Os pontos fortes de Belo Horizonte, apontados por diversos estudos, são os atrativos culturais e gastronômicos, a localização geográfica que facilita o acesso aos principais centros do Brasil. Até o fato de a cidade não ter praia influenciaria positivamente, porque sem o mar, os participantes ficariam mais focados nos eventos.
“Esses dados só comprovam que a Copa deixará um grande legado, porque há uma forte demanda para esses hotéis
devido ao crescimento do turismo de negócios em Belo Horizonte”, afirma Tiago Lacerda, presidente do Comitê Executivo Organizador da Copa do Mundo de Belo Horizonte.
Para cada quarto de hotel construído, estima-se que sejam gerados em média quatro empregos diretos. Isso significa: até a Copa em 2014 somente o setor hoteleiro vai gerar cerca de 60 mil empregos em Minas. Essa cadeia produtiva envolve muitos setores: têxtil, moveleiro, tecnologia da informação, telefonia, jardinagem, tradução etc e ainda há o impacto no comércio local. “É o poder da indústria do turismo e lazer. Depois da Copa de 2010, o número de turistas na África aumentou 25%. Minas tem potencial para ultrapassar esse patamar”, diz Barroso.
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