O levantamento do “Mapa da Riqueza do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, apresenta dados das 27 unidades da Federação. O Distrito Federal lidera e está no topo do ranking apresentando uma renda média de R$ 3.148 por habitante, seguido por São Paulo (R$ 2.093) e Rio de Janeiro (R$ 1.754). Minas Gerais ocupa a 9ª posição, com renda média de R$ 1.153.
Considerando a renda média dos declarantes do Imposto de Renda, o Estado fica em 8º lugar, com R$8.194. O valor da renda média contabilizado em Minas foi menor que a média do País, que alcançou R$1.310. No outro extremo do ranking estão estados da região Nordeste e Norte, como Maranhão e Pará.
Segundo cálculo da FGV Social sobre os dados de rendimentos declarados no Imposto de Renda divididos pelo total da população por habitante entre as capitais, Florianópolis, possui R$ 4.215 mensais e mantém a liderança desde 2019. São Paulo que ocupava a segunda posição em 2019, caiu para a quarta em 2020 (R$ 3.542), sendo ultrapassada por Porto Alegre (R$ 3.775), que é considerada a segunda mais rica, seguida de Vitória (R$ 3.736), a terceira. A hegemonia Sul-Sudeste é nítida com as capitais ocupando as primeiras posições. Com renda média de R$ 2.952, Belo Horizonte ficou em sétimo lugar entre as capitais.
Conforme dados apresentados pelo estudo, mais de 80% da população não fez a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 24 das 27 unidades no País e em 16 das 27 capitais brasileiras em 2020, o que indica que a maioria das pessoas nessas localidades tinha renda inferior a R$ 2.000.
Por outro lado, alguns bolsões do país têm ganho médio próximo de R$ 40.000. É o caso do Lago Sul, no Distrito Federal, onde a renda mensal é de R$ 39.535 entre os declarantes do IRPF. O levantamento também mostra que São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, é a cidade com maior proporção de declarantes do IRPF, com 43,87% da população.
Nova Lima, em Minas Gerais, lidera a renda média no País
A cidade de Nova Lima, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi novamente o município com maior renda média em Minas Gerais e no País, segundo o levantamento “Mapa da Riqueza no Brasil”, da Fundação Getulio Vargas (FGV) Social. O estudo mapeia fluxos de renda e estoques de ativos dos mais ricos brasileiros a partir do último Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) disponível, que é o relativo ao ano de 2020.
A renda média na cidade famosa por abrigar condomínios de alto padrão é de R$ 8.897. “Isso não é uma novidade e vem acontecendo, pelo menos, desde 2018”, frisa o economista Marcelo Neri, responsável pelo estudo. Em 2019, o valor da renda média no município foi de R$ 7.270.
Nesta edição da pesquisa, entre os 5.570 municípios brasileiros, a segunda posição no ranking da renda média foi de Aporé, em Goiás (R$ 8.109), seguido por Nova Alvorada, no Rio Grande do Sul (R$ 6.150). A quarta posição foi ocupada por Santana de Parnaíba, em São Paulo (R$ 5.791), em seguida está São Caetano do Sul, na Grande São Paulo (R$ 4.698), que se destaca pelo maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro há algumas décadas.
Em Nova Lima, 32,93% da população declaram Imposto de Renda, percentual superior ao de Belo Horizonte (26,03%), cuja renda média foi de R$ 2.952, ocupando o segundo lugar no Estado, seguido pelo município de Itaúna, na região Central do Estado (R$ 2.581).
Considerando dados somente declarantes do imposto, a renda média em Nova Lima é de R$ 27.017, com patrimônio líquido médio de R$ 1.442.584. Na análise que leva em conta somente os municípios com mais de 50 mil habitantes, Nova Lima, com população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 97.378, mantém a primeira posição no País, o que muda é a colocação dos municípios seguintes, com o segundo lugar ocupado por Santana do Parnaíba, seguido por São Caetano do Sul.
Cidades com as maiores rendas médias em Minas Gerais
- Nova Lima: R$ 8.897
- Belo Horizonte: R$ 2.925
- Itaúna: R$ 2.581
- Brumadinho: R$ 2.087
- Lagoa Santa: R$ 2.022
- Uberlândia: R$ 1.820
- Juiz de Fora: R$ 1.779
- Araxá: R$ 1.689
- Poços de Caldas: R$ 1.633
- Uberaba: R$ 1.630
Cidades com as piores rendas médias em Minas Gerais
- Verdelândia: R$ 62
- São João do Pacuí: R$ 78
- Monte Formoso: R$ 81
- Cônego Marinho: R$ 87
- Matias Cardoso: R$ 87
- Fruta de Leite: R$ 88
- Pedras de Maria da Cruz: R$ 89
- Pintópolis: R$ 89
- Mamonas: R$ 89
- Santo Antônio do Retiro: R$ 90
O estudo da FGV Social também analisou os impactos da pandemia com base na variação de real renda observada entre 2019 e 2020. “O que foi constatado é que mesmo com o auxílio emergencial que preservou a renda dos mais pobres, a desigualdade não caiu em 2020, como se acreditava. Isso porque o ganho da classe média brasileira teve desempenho muito pior que o dos mais ricos”, analisa Neri.
O economista destaca que a maior variação de renda entre 2019 e 2020, dentre os 19 municípios mais ricos e maiores, foi encontrada em Nova Lima (22,38%), o que aprofunda a posição de liderança de renda. A menor variação foi observada no município de São Paulo (-12,83%).
O ganho de renda foi verificado em locais influenciados pela alta do preço das commodities bem como de atividades de agropecuária e mineração. “Em Nova Lima, o que se verifica é a concentração de pessoas com alta renda que procuram o município para morar em um dos diversos condomínios, ainda tem como o atrativo ser a sede da Fundação Dom Cabral e contar uma atividade econômica relevante, como é a mineração”,
diz. O ranking completo, com informações de todos os 853 municípios mineiros, está disponível no site do Mapa da Riqueza, do FGV Social – (Fonte: FGV – Juliana Gontijo/Diário do Comércio – Jornal O Tempo 15.01.2023)
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