A participação de Minas no PIB nacional elevou-se para 9,33% – maior nível deste século
Minas Gerais detém a posição de 3ª maior economia estadual do país, sendo ultrapassada apenas por São Paulo e Rio de Janeiro
No acumulado dos quatro anos iniciais do governo Zema, a economia mineira teve desempenho um pouco pior do que a média nacional
Carlos Alberto Teixeira de Oliveira*
O desempenho da economia mineira no ano passado está, ainda de forma não definitiva, considerado melhor do que o do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais atingiu R$ 924,7 bilhões (equivalentes a US$ 179,12 bilhões) em 2022, com crescimento real de 3,49% em relação a 2021, superando o avanço do resultado nacional (2,90%), revela estudo contendo estimativas preliminares realizado pela Fundação João Pinheiro (FJP) e divulgado no dia 16 de março. A contribuição do Estado para o desempenho do Brasil foi de 9,33% no ano passado – o maior nível já atingido nestes 22 anos do século XXI.
Do valor total do PIB mineiro em 2022, os serviços foram majoritariamente – a exemplo de todo o Brasil, os maiores formadores do PIB estadual e responderam por 63,7% (R$ 521,0 bilhões), enquanto a indústria gerou 28,9% (R$ 235,9 bilhões) e a agropecuária, 7,4% (R$ 60,7 bilhões). O setor de serviços registrou expansão de 5% e o agropecuário, aumento de 9,7%. A indústria ficou praticamente estável, com insignificante elevação de apenas 0,1% no ano.
MINAS GERAIS – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO – 2001/2022*
Ano População em Habitantes Crescimento %
2001 18.402.608 1,235
2002 18.620.721 1,185
2003 18.832.431 1,137
2004 19.037.702 1,090
2005 19.236.503 1,044
2006 19.428.834 1,010
2007 19.614.742 0,957
2008 19.794.278 0,915
2009 19.967.560 0,875
2010 20.134.742 0,837
2011 20.294.485 0,793
2012 20.446.840 0,751
2013 20.593.356 0,717
2014 20.734.097 0,683
2015 20.869.101 0,651
2016 20.997.560 0,616
2017 21.119.536 0,581
2018 21.235.870 0,551
2019 21.346.492 0,521
2020 21.451.356 0,491
2021 21.551.428 0,467
2022 21.646.641 0,441
* Em 1º de julho
Fonte: IBGE/Elaboração: MinasPart Desenvolvimento
De acordo com o IBGE –Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a população brasileira, estimada para 1º de julho de 2022, era de 214.747.509 habitantes e São Paulo lidera o ranking nacional como o estado mais populoso do país, possuindo uma população de 46.648.199 habitantes, ou 21,72% do total. Minas Gerais vem em seguida, na segunda posição com uma população de 21.646.641 habitantes – representando 10,08% do total brasileiro. Logo após, vem o Rio de Janeiro, detendo uma população de 17.078.778 habitantes e equivalente a 7,95% do total nacional.
MINAS GERAIS X BRASIL – VARIAÇÃO ANUAL
DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2011/2022 – Em %
Ano Minas Gerais Brasil
2001 -0,12 1,39
2002 3,73 3,05
2003 2,13 1,14
2004 5,89 5,76
2005 4,02 3,20
2006 3,91 3,96
2007 5,53 6,07
2008 4,68 5,10
2009 -3,92 -0,13
2010 9,08 7,53
2011 2,48 3,97
2012 3,33 1,92
2013 0,47 3,00
2014 – 0,70 0,50
2015 -4,26 -3,55
2016 -2,00 -3,27
2017 1,66 1,32
2018 1,33 1,78
2019 -0,01 1,22
2020 -3,03 -3,28
2021 4,93 4,99
2022 3,49 2,90
*Anos em que a economia de MG teve desempenho
pior do que a brasileira
Os dados de 2021 e 2022 são preliminares
Fonte: IBGE/FJP – Elaboração: MinasPart Desenvolvimento
Nos 22 anos já decorridos deste século XXI, em doze deles a variação do PIB – Produto Interno Bruto de Minas Gerais teve desempenho pior do que a média nacional (2001, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2013, 2014, 2014, 2018, 2019 e 2021). Isto significa, literalmente, que a economia estadual cresceu menos do que a média de todos os estados brasileiros nos referidos anos.
Nos quatro anos iniciais do governo Romeu Zema – de 2019 a 2022, a economia de Minas Gerais não conseguiu se desvencilhar do aprisionamento ao já histórico crescimento inferior à média nacional deste século XXI pois, enquanto o PIB brasileiro registrou um aumento médio anual de1,46% e acumulado de 5,77%, o do estado ficou restrito a uma expansão média anual de 1,35% e acumulada de 5,29% no mesmo período.
Os estudos preliminares indicam que o PIB de Minas Gerais em 2022 totalizou R$ 924,7 bilhões – equivalente a US$ 179,12 bilhões. O documento foi apresentado pela Fundação João Pinheiro, responsável pelo cálculo oficial do Produto Interno Bruto do estado, durante coletiva à imprensa, no dia 16 de março último. As informações são parte do Informativo FJP – Contas Regionais – PIB MG – 4º trimestre de 2022, que se encontra disponível no site da instituição.
MINAS GERAIS – COMPOSIÇÃO SETORIAL DO PIB – Valor Adicionado
Agropecuária: R$ 60,7 bilhões – (US$ 11,75 bilhões) – 7,42%
Indústria: R$ 235,9 bilhões – (US$ 45,72 bilhões) – 28,86%
Serviços: 521,0 bilhões – (US$ 100,87 bilhões) – 63,72%
MINAS GERAIS DESEMPENHO SETORIAL EM RELAÇÃO AO PIB TOTAL 2022
Agropecuária: 4,7%
Indústria: 0,1%
-Extrativa Mineral: -1,6%
-Construção: 5,4%
-Transformação: -1,3%%
Serviços: 5,0%
Fonte: Fundação João Pinheiro
Elaboração: MinasPart Desenvolvimento
Segundo a Fundação João Pinheiro, do valor adicionado do PIB, 63,7% (R$ 521,0 bilhões) são atribuídos aos serviços; 28,9% (R$ 235,9 bilhões), à indústria; e 7,4% (R$ 60,7 bilhões), à agropecuária.
Para a FJP, “no último trimestre de 2022, considerando a série com ajuste sazonal, o PIB de Minas Gerais apresentou variação negativa de -2,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Nessa mesma base de comparação, no Brasil, a queda em volume do produto agregado foi de 0,2%.
No estado, ao longo do ano, a variação positiva do índice de volume do PIB se concentrou, praticamente, no segundo trimestre, e foi de 6,1%, tendo em vista que, no primeiro trimestre, a economia expandiu-se apenas 0,5% e que houve retração de 2,9% no nível de atividade produtiva no terceiro trimestre e de 2,0% % no quarto trimestre de 2022, explicou o pesquisador da FJP Raimundo Leal.
No cenário nacional, o também pesquisador da FJP Thiago Almeida comentou que a atividade econômica foi desacelerando ao longo de 2022 e que no Brasil, houve expansão de 1,3% no primeiro trimestre, 0,9% no segundo, 0,3% no terceiro, e retração de 0,2% no quarto trimestre do ano passado.
Mesmo assim, apesar do resultado negativo do índice de volume do PIB mineiro na série dessazonalizada no terceiro e no quarto trimestre de 2022, com o resultado favorável do segundo trimestre, na comparação dos últimos 12 meses com o resultado acumulado no ano, houve crescimento de 3,5% no estado, valor acima da taxa de expansão observada no cenário nacional (2,9%).
Setores – A retração do índice de volume do PIB mineiro no quarto trimestre de 2022 em relação ao trimestre imediatamente anterior se deve, principalmente, à variação negativa dos setores de agropecuária, energia e saneamento e comércio. Em menor magnitude em termos de variação na taxa, a queda observada na construção civil e na administração pública também contribuiu para o resultado negativo no índice de volume do PIB mineiro nos três últimos meses do ano
Na atividade agropecuária, o índice de volume do Valor Adicionado Bruto (VAB) teve queda de 9,2% em nível estadual na comparação do quarto trimestre de 2022 com o trimestre imediatamente anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2021, a retração foi de 12,8%. Já na área de energia e saneamento, Minas Gerais apresentou decréscimo de 3,2% no volume de VAB no quarto trimestre de 2022, mas, apesar desse desempenho negativo, foi registrada uma expansão de 4,0% em 2022 na comparação com 2021. No comércio, a retração foi de -1,1% no volume de VAB na comparação do quarto com o terceiro trimestre de 2022 e, assim como o verificado para o setor de energia e saneamento, houve variação positiva de 1,1% no acumulado do ano.
A indústria de transformação mineira, por sua vez, registrou ligeiro crescimento de 0,3% no volume de VAB na comparação do quarto trimestre de 2022 com o trimestre imediatamente anterior, enquanto, no cenário nacional, houve retração de -1,4% no período. Em termos anualizados, o índice de volume do valor agregado setorial teve queda em Minas Gerais de 1,3%, ao passo que, em âmbito nacional, a retração foi de 0,3%. Na construção civil, houve retração de 0,5% no volume de VAB na comparação do quarto trimestre de 2022 com o trimestre imediatamente anterior em Minas Gerais e, no Brasil, de -0,7%. Mesmo assim, o setor apresentou expansão de 5,4% em Minas Gerais no acumulado do ano e de 6,9% em âmbito nacional.
Já a indústria extrativa mineral de Minas Gerais, após resultado desfavorável no terceiro trimestre, apresentou expansão no volume de VAB de 3,9% no quarto trimestre de 2022 em relação ao trimestre imediatamente anterior e de 4,0% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Apesar desses resultados, houve queda de 1,6% no volume de VAB no acumulado do ano.
Com desempenho similar no estado e no país, o setor de administração pública também contribuiu para a redução do índice de volume do PIB mineiro e brasileiro no quarto trimestre de 2022. Em Minas Gerais, o volume de VAB setorial diminuiu -0,4% na comparação do quarto trimestre de 2022 com o trimestre imediatamente anterior, enquanto, no Brasil, a queda foi de -0,5%. Assim como nos demais setores de atividade, apesar do resultado negativo do quarto trimestre, a administração pública registrou expansão de 1,8% no acumulado do ano no estado e de 1,5% em âmbito nacional.
No agrupamento formado pelos “outros serviços”, houve expansão do índice de volume do VAB de 0,4% em Minas Gerais e de 0,9% no território nacional no quarto trimestre do ano passado. Em termos anualizados, porém, o crescimento desse agrupamento foi destaque em 2022, com crescimento de 10,4% no estado e de 6,3% na economia brasileira na comparação com 2021.
Composição – Para o quarto trimestre de 2022, o PIB de Minas foi estimado em R$ 233,4 bilhões e representou 9,0% do PIB nacional no mesmo período. Desse total, R$ 27,7 bilhões dizem respeito aos impostos indiretos líquidos de subsídios e R$ 205,7 bilhões referem-se ao Valor Adicionado Bruto (VAB), informou Leal. “Na composição setorial relativa ao quarto trimestre de 2022, o VAB agropecuário foi responsável por R$ 2,8 bilhões (1,3% do total); o da indústria, por R$ 61,8 bilhões (30,1% do total); o dos serviços, por R$ 141,1 bilhões (68,6% do total), conclui o pesquisador.”
MINAS GERAIS/BRASIL – EVOLUÇÃO DO PIB EM US$ milhões – 2001/2022*
Ano Minas Gerais Brasil MG/Brasil-%
2001 47.837 559.563 8,55
2002 42.345 508.101 8,33
2003 46.956 559.465 8,39
2004 58.761 669.340 8,78
2005 77.411 892.033 8,68
2006 97.715 1.107.131 8,83
2007 123.421 1.396.797 8,84
2008 151.689 1.693.147 8,96
2009 144.247 1.672.625 8,62
2010 199.673 2.209.751 9,04
2011 239.042 2.614.482 9,14
2012 226.302 2.463.549 9,19
2013 225.938 2.468.456 9,15
2014 219.463 2.454.846 8,94
2015 155.584 1.796.168 8,66
2016 156.432 1.800.134 8,69
2017 180.570 2.063.185 8,75
2018 168.224 1.916.213 8,78
2019 165.155 1.872.506 8,82
2020* 132.340 1.475.365 8,97
2021* 150.263 1.649.431 9,11
2022* 179.118 1.919.805 9,33
Projeções preliminares – US$ correntes
Fonte: IBGE/Banco Central do Brasil/Fundação João Pinheiro –
Elaboração:MinasPart Desenvolvimento
MINAS GERAIS – VARIAÇÃO ANUAL DO PIB PER CAPITA –
2011/2022 – Em %
Ano PIB Total Crescimento da População PIB Per Capita
2011 2,48 0,79 1,68
2012 3,33 0,75 2,56
2013 0,47 0,72 -0,25
2014 -0,70 0,68 -1,36
2015 -4,26 0,65 -4,88
2016 -2,00 0,62 -2,64
2017 1,66 0,58 1,07
2018 1,33 0,55 0,78
2019 -0,01 0,52 -0,53
2020 -3,03 0,49 -3,50
2021* 4,93 0,47 4,44
2022* 3,49 0,44 3,04
*Dados preliminares
Fonte: IBGE/Fundação João Pinheiro
Elaboração: MinasPart Desenvolvimento
MINAS GERAIS – RENDA PER CAPITA – 2011/2022 – Em US$
Ano PIB-US$ milhões População Renda Per Capita – US$
2011 239.042 20.294.485 11.778,60
2012 226.302 20.446.840 11.067,80
2013 225.938 20.593.356 10.971,40
2014 219.463 20.734.097 10.584,60
2015 155.584 20.869.101 7.455,20
2016 156.432 20.997.560 7.450,00
2017 180.570 21.119.536 8.550,00
2018 168.224 21.235.870 7.921,69
2019 165.155 21.346.492 7.736,87
2020 132.340 21.451.356 6.169,31
2021* 150.263 21.551.428 6.972,23
2022* 179.118 21.646.641 8.274,63
*Estimativa – Fonte: IBGE/Elaboração: MinasPart Desenvolvimento
MINAS GERAIS – RENDA PER CAPITA – 2011/2022 – Em US$
Ano PIB-US$ milhões População Renda Per Capita – US$
2011 239.042 20.294.485 11.778,60
2012 226.302 20.446.840 11.067,80
2013 225.938 20.593.356 10.971,40
2014 219.463 20.734.097 10.584,60
2015 155.584 20.869.101 7.455,20
2016 156.432 20.997.560 7.450,00
2017 180.570 21.119.536 8.550,00
2018 168.224 21.235.870 7.921,69
2019 165.155 21.346.492 7.736,87
2020 132.340 21.451.356 6.169,31
2021* 150.263 21.551.428 6.972,23
2022* 179.118 21.646.641 8.274,63
*Estimativa – Fonte: IBGE/Elaboração: MinasPart Desenvolvimento
1995 a 1998 – EDUARDO AZEREDO – Em %
Ano Minas Gerais Brasil
1995 3,20 4,42
1996 3,69 2,15
1997 3,00 3,38
1998 -0,27 0,04
Média Anual 2,41 2,50
Diferença -0,09
Acumulado do Período 9,92 10,31
Diferença -0,39
(Diferença em pontos percentuais)
1999 a 2002 – ITAMAR FRANCO – Em %
Ano Minas Gerais Brasil
1999 0,08 0,25
2000 5,11 4,40
2001 -0,12 1,39
2002 3,73 3,05
Média Anual 2,20 2,27
Diferença -0,10
Acumulado do Período 8,99 9,35
Diferença -0,36
(Diferença em pontos percentuais)
2003 a 2006 – AÉCIO NEVES I– Em %
Ano Minas Gerais Brasil
2003 2,13 1,14
2004 5,89 5,76
2005 4,02 3,20
2006 3,91 3,96
Média Anual 3,99 3,52
Diferença 0,47
Acumulado do Período 16,89 14,76
Diferença 2,13
(Diferença em pontos percentuais)
2007 a 2010 – AÉCIO NEVES 1 – Em %
Ano Minas Gerais Brasil
2007 5,53 6,07
2008 4,68 5,10
2009 -3,92 -0,13
2010 9,08 7,53
Média Anual 3,84 4,64
Diferença -0,80
Acumulado do Período 15,73 19,72
Diferença -3,99
(Diferença em pontos percentuais)
2003 a 2010 – AÉCIO NEVES – 1 e 2– Em %
Ano Minas Gerais Brasil
Média Anual 3,92 4,08
Diferença -0,16
Acumulado do Período 35,28 37,38
Diferença -2,19
(Diferença em pontos percentuais)
2011 a 2014 –ANTONIO ANASTASIA ALBERTO P. COELHO
Em %
Ano Minas Gerais Brasil
2011 2,48 3,97
2012 3,33 1,92
2013 0,47 3,00
2014 -0,70 0,50
Média Anual 1,40 2,35
Diferença -0,95
Acumulado Período 5,65 9,69
Diferença -4,04
(Diferença em pontos percentuais)
2015 a 2018 – FERNANDO PIMENTEL – Em %
Ano Minas Gerais Brasil
2015 -4,26 -3,55
2016 -2,00 -3,27
2017 1,66 1,32
2018 1,33 1,78
Média -0,82 -0,93
Diferença 0,11
Acumulado Período -3,35 -3,80
Diferença 0,45
(Diferença em pontos percentuais)
2018 a 2022 – ROMEU ZEMA* – Em %
Ano Minas Gerais Brasil
2019 -0,01 1,22
2020 -3,03 -3,28
2021 4,93 4,99
2022 3,49 2,90
Média 1,35 1,46
Diferença -0,11
Acumulado Período 5,29 5,77
Diferença – 0,48
2021 e 2022 são estimativas
*Leva-se em consideração a média nacional durante o mesmo período.
Diferença em pontos percentuais
Fonte: IBGE/FJP – Elaboração: MinasPart Desenvolvimento
Desempenho medíocre do PIB mineiro no século XXI
Estudos do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, revelam que durante o período de 2002 a 2020 – (últimos dados disponíveis oficialmente) enquanto O PIB brasileiro contabilizou uma expansão média anual de 2,0% e acumulada de 42,0%, o de Minas Gerais aumentou em média 1,6% anualmente e, no acumulado, em 34,0% – situando o estado na 24ª posição quanto ao desempenho da economia brasileira no período, ficando à frente apenas dos estados do Rio Grande do Norte (32,8%), Rio Grande do Sul (24,3%) e Rio de Janeiro (21,6%).
Minas Gerais já foi a 2ª maior economia estadual do Brasil
Em 1990, durante o governo Newton Cardoso, o Estado de Minas Gerais posicionou-se como a 2ª maior economia estadual brasileira e esse fato foi devidamente divulgado no ano seguinte pela revista Veja, através de reportagem baseada em dados da FGV – Fundação Getúlio Varga e, naquele tempo, realizava esse estudos sobre a economia regional brasileira. A reportagem encontra-se aqui parcialmente reproduzida.
À época, São Paulo liderava o ranking nacional, detendo 35,68% do PIB nacional, seguido por Minas Gerais com 12,47% e, em seguida, vinha o Rio de Janeiro, com 10,87%
Ranking de Competitividade dos Estados em 2022 classifica Minas Gerais na 8ª posição nacional
O Centro de Liderança Pública (CLP) divulgou no dia 13 de setembro de 2022 a 11ª edição do Ranking de Competitividade dos Estados, estudo realizado em parceria com a Tendências Consultoria e a Startup Seall, anualmente, a partir de dados oficiais.
Na décima-primeira edição consecutiva do Ranking de Competitividade dos Estados Municípios, a avaliação das 27 unidades federativas está baseada em 86 indicadores, distribuídos em dez pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos estados brasileiros: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.
De acordo com o Centro de Liderança Pública – CLP, “em um ambiente onde existe a competição saudável entre pessoas, equipes e organizações, é natural que ocorram maiores incentivos para a excelência de resultados, bem como para a inovação em instrumentos e métodos que possibilitem a superação de desafios.
O setor privado é uma esfera social competitiva por natureza. Já o setor público seria, para alguns, um ambiente não competitivo. Sob essa perspectiva, justamente por não ser regido por leis de mercado, o setor público deveria ser guiado por critérios como justiça e equidade, princípios que não são objetos-fins do setor privado. Aliás, estaria aí justamente uma das principais justificativas para a atuação estatal: sendo o mercado orientado muito mais para objetivos individuais, em detrimento de objetivos coletivos, ocorreriam as chamadas “falhas de mercado”, que seriam corrigidas pela ação do Estado.
O Ranking de Competitividade dos Estados surge a partir de uma visão diferente: a competição saudável no setor público, além de possível, é desejável. A competição no setor público é um elemento complementar à promoção da justiça, equidade e desenvolvimento econômico e social.
O elemento competitivo é compatível com a ideia de uma república federativa como a brasileira. A competição saudável faz com que Estados e Municípios busquem melhorar seus serviços públicos, atraindo empresas, trabalhadores e estudantes para ali viverem e se desenvolverem social e economicamente.
Como mostra a literatura especializada, ao possibilitar uma comparação direta, entre as unidades da federação, de uma série de atributos econômicos e sociais que são comumente de difícil mensuração e avaliação, sistemas de ranking proporcionam aos cidadãos uma eficiente ferramenta de avaliação e cobrança de resultados dos gestores públicos. Desse modo, os rankings têm potencial para operar como um poderoso sistema de incentivo e de enforcement aos agentes públicos. Também funcionam como um mecanismo de accountability e promoção das melhores práticas na gestão pública.
Em suma, sistemas de rankings possuem grande potencial para alavancar a eficácia e a eficiência das políticas públicas, fornecendo um mapeamento dos fatores de competitividade e de fragilidade das políticas públicas em cada Estado.
O Ranking de Competitividade dos Estados tem como objetivo principal alcançar um entendimento mais profundo e abrangente das 27 unidades da federação, trazendo para o público uma ferramenta simples e objetiva para pautar a atuação dos líderes públicos brasileiros na melhoria da competitividade e da gestão pública dos seus Estados.
Ao mesmo tempo, o Ranking de Competitividade dos Estados pode representar também uma ferramenta bastante útil para o setor privado balizar decisões de investimentos produtivos, ao estabelecer critérios de atratividade em bases relativas entre os Estados, de acordo com as especificidades de cada projeto de investimento.
Para definir a estrutura, composição e a metodologia de cálculo do Ranking de Competitividade dos Estados, foi empreendido um amplo estudo da literatura acadêmica especializada, bem como da experiência nacional e internacional na confecção de rankings de competitividade.
Como resultado final, foram selecionados os indicadores considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos Estados brasileiros, distribuídos em 10 pilares temáticos: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação”.
Os Estados mais bem posicionados no Ranking de Competitividade dos Estados de 2022 estão reportados na figura acima.
Assim como nas demais edições, São Paulo segue na primeira colocação e Santa Catarina, na segunda. Nesta edição, houve troca de posição entre os terceiro e quarto colocados, com o Paraná atingindo a 3ª colocação e o Distrito Federal recuando para a 4ª.
Enquanto os Estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste concentram-se na metade superior do Ranking, os do Norte e Nordeste ocupam as últimas posições. Nesta edição, a Paraíba tornou-se o representante do Nordeste mais bem colocado (12ª posição), ultrapassando o Ceará (13ª posição), e o estado do Amazonas (16ª posição) seguiu na liderança da região Norte.
Os três últimos colocados do Ranking de Competitividade dos Estados de 2022 foram Amapá, Maranhão e Piauí.
DESTAQUES DE 2022
Nesta edição do Ranking de Competitividade dos Estados, merecem destaque positivo Rio de Janeiro e Roraima, por terem sido os que mais ganharam posições em relação à edição de 2021.
O Rio de Janeiro ganhou 6 posições no Ranking Geral, passando da 17ª para 11ª colocação. O Estado subiu 9 posições no pilar de Eficiência da Máquina Pública, 6 posições no pilar de Segurança Pública, 3 posições no de Solidez Fiscal, e 1 posição no de Sustentabilidade Ambiental.
No pilar de Eficiência da Máquina Pública, o RJ subiu 9 posições, passando da 14ª para 5ª colocação, com melhoras relativas nos indicadores de Qualidade da Informação Contábil e Fiscal (+11 posições), Eficiência do Judiciário (+7), Oferta de Serviços Públicos Digitais (+6), e Equilíbrio de Gênero no Emprego Público Estadual (+5). No pilar de Segurança Pública, o Estado subiu 6 posições em relação à edição de 2021, passando da 26ª para 20ª colocação, com destaque para o desempenho no indicador de Presos sem Condenação (+7 posições). No pilar de Solidez Fiscal, o Rio de Janeiro subiu 3 posições, passando da última para 24ª colocação, com melhora relativa nos indicadores de Resultado Primário (+19 posições), Poupança Corrente (+18), Gasto com Pessoal (+10) e Índice de Liquidez (+6).
Já o estado de Roraima ganhou 5 posições no Ranking Geral, passando da última para a 22ª colocação. O Estado subiu 13 posições no pilar de Sustentabilidade Ambiental, 7 posições no pilar de Capital Humano, 4 posições no de Infraestrutura, 2 posições no de Inovação e 1 posição no de Eficiência da Máquina Pública.
No pilar de Sustentabilidade Ambiental, RR subiu 13 posições, passando da 25ª para 12ª colocação, com melhoras relativas nos indicadores de Emissões de CO2 (+24 posições) e Destinação do Lixo (+11). No pilar de Capital Humano, o Estado subiu 7 posições em relação à edição de 2021, passando da 10ª para 3ª colocação, com destaque para o desempenho no indicador de Custo de Mão de Obra (+4 posições). No pilar de Infraestrutura, Roraima subiu 4 posições, passando da 23ª para 19ª colocação, com melhora relativa nos indicadores de Backhaul de Fibra Óptica (+12 posições), Custo da Energia Elétrica (+9) e Custo de Combustíveis (+3).
Minas Gerais tem, hoje, o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas a colocação de Minas no Ranking de Competitividade dos Estados, publicado no dia 13 de setembro último, não reflete a mesma posição e, em 2022, o Estado permaneceu em oitavo lugar. Minas caiu do sexto para o oitavo em 2019, posição da qual só melhorou em 2020, quando passou para o sétimo, porém retornou ao oitavo logo em seguida.
Solidez Fiscal é o pior pilar de Minas, penúltimo Estado do ranking nesse quesito
Entre os dez pilares do Ranking de Competitividade dos Estados, a Solidez Fiscal é o pior. Em meio aos debates sobre o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), Minas é o penúltimo Estado na listagem, à frente apenas do Rio Grande do Norte. Em uma escala de zero a cem, a pontuação de Minas nesse pilar é 6,03. Ele caiu duas posições em relação à lista de 2021. Entre os indicadores que compõem esse pilar, só no quesito de Sucesso do Planejamento Orçamentário o Estado caiu cinco posições. “Minas vai mal em quatro dos nove indicadores de Solidez Fiscal. Ela é a base para todas as demais políticas”, avalia Cepeda.
De um ano para o outro, Minas caiu, ainda, três posições no pilar de Sustentabilidade Ambiental e, agora, ocupa a oitava posição. Também houve uma queda de três posições nos quesitos Segurança Pública e Sustentabilidade Ambiental, em que ela ocupa o 11º e o oitavo lugares, respectivamente.
O Centro de Liderança Pública (CLP) também calcula o Ranking de Sustentabilidade dos Estados. Ele avalia os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável e as 169 metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), além de critérios de ESG (governança ambiental, social e corporativa) validados pela União Europeia. Nesse ranking, Minas ocupa a sexta posição, com 64,7 de cem pontos. O primeiro colocado, São Paulo, alcançou pontuação de 99,7.
Outro ranking organizado pelo CLP é o de Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU. Minas também aparece em sexto lugar nessa lista, com 68,3 pontos.
*Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis. Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais. Ex-Presidente do BDMG e ex-Secretário de Planejamento e Coordenação Geral de Minas Gerais; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico e Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico, Ltda. Editor Geral de MercadoComum.
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