“Não gosto muito de livros de administração e acho que não tenho nada a ensinar. Vou mostrar aqui somente as coisas que fiz ao longo de minha vida.” Foi assim que Manoel Bernardes deu início a sua apresentação no Partners Sharing, em 14 de maio. Ao longo da noite o empresário, que queria apenas contar sua experiência profissional e pessoal, acabou dando uma aula de construção de marca e valores éticos no mundo dos negócios.
Há 40 anos à frente de uma das maiores joalherias brasileiras, Manoel destacou conceitos que sempre pautaram a produção das joias de sua empresa, como criatividade e sensualidade. Ressaltou ainda o trabalho de mudar a percepção dos brasileiros em relação ao consumo de pedras de cor e elencou os cinco eixos que estruturaram a construção de sua marca: design, comunicação e imagem, ponto de venda, marketing de relacionamento e qualidade do produto.
Os desafios que a Manoel Bernardes lida constantemente foram listados. E as questões que envolvem o reposicionamento do simbolismo da joia em meio aos novos costumes da sociedade e a atração de novos segmentos consumidores também ganharam destaque.
Reflexões
Manoel Bernardes pontuou alguns dos períodos mais marcantes sua vida. Ele relembrou momentos em que passou por descobertas profissionais e por experiências de crescimento e de “mutação” – como sua aposta no trading up da empresa. O empresário declarou ainda que vive, atualmente, numa fase de dúvidas: “Quanto mais vivo, mais sei que não sei, menos quero ensinar e mais me sinto incapaz de dar a todos as respostas que exigem de mim, em todos os pontos”.
Visões de mundo
Num dos momentos mais reflexivos e humanos da noite, Manoel discorreu sobre a dificuldade de manter a coerência e os valores em todos os âmbitos da vida. “A questão da coerência pessoal é muito complexa. Numa de minhas experiências, vi que empresários criticam políticos, mas cometem os mesmos erros e as mesmas mentiras que eles”, ressaltou.
Embora tenha apontado com certo desânimo características das esferas política e empresarial, Manoel se mostrou uma pessoa com fé no futuro. “É necessário ser sempre otimista e acreditar que as coisas podem mudar para melhor.”
Assalto à loja
O palestrante também falou sobre o assalto a um de seus estabelecimentos no shopping Pátio Savassi, em 2012. “Isso gerou muito estresse para nós. Os funcionários ficaram traumatizados e não conseguiam trabalhar”, contou. O joalheiro afirmou ainda que foi necessário pagar terapia de grupo para a equipe, a fim de criar o mínimo de estabilidade emocional nas pessoas. ”Tenho um enorme sentimento de impotência em face dessa situação social na qual vivemos. Infelizmente, a violência se banalizou.”
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