MercadoComum: Jornal on-line BH – Cultura – Economia – Política e Variedades

O equívoco dos juros altos praticados nos Brasil

Autor: Carlos Alberto Teixeira de Oliveira*

Tive o privilégio de ser um dos coautores do livro “Lanterna na Proa – Roberto Campos Ano 100”, organizado por Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro, lançado pela Editora Resistência Cultural, em 2017.

O texto que contribuí para essa obra, intitulado “O país do juro alto – o absurdo custo da dívida brasileira”, iniciou-se com as seguintes ponderações:

“Integro, nos últimos 20 anos, um grupo escasso de economistas que vem discordando da dosimetria da política que condena o país a elevadas taxas reais de juros para se combater a inflação. Provavelmente o Brasil seria, hoje, uma das raras economias do mundo que tenha conseguido sobreviver por um período de tempo tão amplo, contabilizando taxas reais de juros exorbitantes e ostentando o título de campeão mundial disparado neste perverso indicador. Será que só o Brasil está certo ao utilizar essa política monetária de taxa de juros real elevadíssima?

De outro lado, é interessante observar que outros instrumentos usuais de política monetária não foram suficientemente utilizados, reinando o medicamento das taxas reais de juros como um dos únicos instrumentos no combate à inflação. Não se trata de uma discussão em relação ao diagnóstico ou ao remédio indicado, mas quanto à dosagem aplicada. Tivesse sido acertada, a política monetária adotada, provavelmente não teríamos colhido os resultados alcançados quando, em várias oportunidades, superou-se o limite do teto da meta de inflação estabelecida.”

Mais à frente, ainda acrescentei:

“A taxa de juros real elevada tornou-se um repelente ao crescimento econômico brasileiro. Cabe destacar, mais uma vez, que a política monetária não fica restrita a um único instrumento, o que vem ocorrendo no Brasil ao longo das últimas décadas. Se antes o antídoto eram os juros, há muito este remédio já se transformou no veneno do nosso crescimento econômico. Os juros se convolaram na nova saúva: ou o Brasil acaba com o uso da taxa de juros real extorsiva para o combate à inflação ou ele acabará com o Brasil, resultando poucas alternativas ao crescimento – questão que deve ser resgatada e alçada à condição de prioridade nacional”.

Em artigo intitulado Política monetária causou a deterioração fiscal, de autoria do economista Demian Fiocca, ex-presidente do BDNES e publicada no Valor de 25 de janeiro, destaco, a seguir, alguns destaques e conclusões do autor:

“Ora, mas o que hoje chamamos de medidas macroprudenciais não são preferivelmente aplicadas visando apenas à estabilidade do sistema financeiro? Sim. Só que, mais uma vez, tal convenção é adequada a economias nas quais juros reais médios de 2% dão conta do controle da inflação. Para uma realidade muito diferente, cabem soluções pelo menos um pouco diferentes.

Dada a altíssima entropia a que chegou a Selic, é até provável que a intensidade necessária dos macroprudenciais seja pequena, quando a Selic for substancialmente reduzida.

A meta de inflação errada e a ineficiência da Selic não se corrigirão sozinhas. Insistir na trilha atual, como se não houvesse anomalia na política, resultará apenas em empresas fragilizadas, famílias endividadas, Estado em má condição fiscal e pior desempenho econômico.”

Para reflexão de nossos leitores destaco, a seguir, textos que considero relevantes para o debate do tema, extraídos do artigo intitulado O equívoco dos juros altos, publicado pelo Valor de 09.08.2019, de autoria do renomado economista André Lara Resende.

“Curiosamente, a possibilidade de que a taxa de juros excessivamente alta possa estar por trás tanto do estrangulamento fiscal como da estagnação da produtividade e da queda do investimento nunca foi levada a sério pelos responsáveis pela condução da política monetária. Tratada como mera ignorância dos fundamentos macroeconômicos, ou mais comumente como pura demagogia, pelos especialistas que pontificam na mídia, nunca houve uma preocupação de refutar racionalmente uma hipótese altamente plausível.

Altamente plausível porque, como é trivial constatar e não há quem discorde, os juros altos aumentam o serviço da dívida e desestimulam o investimento. A opinião dominante é que, como não há alternativa, pouco importa se os juros altos devem ou não ser responsabilizados pelo estrangulamento fiscal e pelo baixo crescimento. Os juros são o que são e nas condições prevalecentes, não haveria como baixá-los. Estão altos porque os investidores exigem taxas altas para refinanciar uma dívida alta de um governo altamente deficitário. São o desequilíbrio fiscal e o peso da dívida pública que impõem os altos juros para o financiamento do governo, não os juros altos que sobrecarregam o custo da dívida, reduzem o crescimento e aumentam a relação entre a dívida e o PIB.

O argumento seria perfeitamente válido se a dívida pública brasileira fosse, como já foi no passado, uma dívida externa, denominada em moeda estrangeira e carregada por investidores externos. Não é o caso, a dívida pública brasileira é hoje uma dívida quase que integralmente, mais de 95% dela interna, denominada em reais. A estrutura de custo do financiamento de uma dívida interna denominada na moeda nacional fiduciária é baseada na taxa básica de juros. Esta, a taxa fixada pelo Banco Central para as reservas bancárias, é que determina a base de toda a estrutura a termo das taxas de juros da dívida.

Como os títulos públicos são negociados com reservas bancárias no Banco Central, no chamado Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), é o custo das reservas bancárias, a taxa básica de juros, também conhecida como a taxa Selic, que estabelece o custo de carregamento da dívida. No jargão financeiro, o custo de carregamento é o custo de financiamento de um ativo. No caso da dívida pública, o custo de financiamento para o sistema financeiro é dado pela taxa de juros nas reservas bancárias. Como essa é a taxa de referência, que se deve utilizar para calcular se vale ou não a pena comprar títulos do Tesouro, toda a estrutura de taxas para títulos de diferentes prazos de vencimento é função dessa taxa básica.

Um Estado que emite a sua própria moeda fiduciária só irá deixar de servir a sua dívida se essa for uma opção política, nunca por incapacidade financeira. Pela mesma razão, numa eventual crise de iliquidez, o Banco Central, como agente emissor do Estado, será sempre capaz de recomprar ou de refinanciar os títulos em poder do mercado. Não existem riscos de crédito nem de iliquidez associados a títulos da dívida pública de um Estado emissor de sua moeda fiduciária.

A dívida pública mobiliária brasileira é hoje quase integralmente denominada em moeda nacional e carregada por investidores cuja referência é o custo de financiamento estabelecido pela taxa básica das reservas bancárias. Quase 25% da dívida é efetivamente financiada através de “operações compromissadas”, que são reservas bancárias tomadas do mercado a curtíssimo prazo pelo Banco Central, com lastro em títulos do Tesouro que ele mantém em sua carteira.

Se o preço das reservas bancárias, a taxa básica de juros, é um instrumento incapaz de controlar a liquidez na economia, mas determina toda a estrutura de custos da dívida pública, a taxa de juros deve ser fixada com o objetivo de reduzir o custo da dívida pública. Outras medidas institucionais e regulatórias devem ser tomadas para balizar as expectativas e evitar que a liquidez criada pelo sistema financeiro provoque bolhas especulativas. Ao usar taxa básica para o controle da liquidez e da inflação, os Bancos Centrais se equivocam sobre o papel da taxa de juros. Utilizam um instrumento poderoso com o objetivo errado. O efeito da taxa de juros no controle da liquidez e de inflação é altamente questionável, mas o seu efeito sobre o custo da dívida pública é inquestionavelmente perverso.

No mundo contemporâneo, os juros já estão muito próximos de zero, a moeda digital já permite taxas nominais negativas, mas a teoria econômica ainda não entendeu a distinção entre a taxa de juros e a taxa de retorno do capital, a EMK. Enquanto a EMK é função da tecnologia e de forças econômicas que estão fora do alcance das autoridades monetárias, a taxa de juros está sob o controle direto do Banco Central. A EMK é o principal determinante da taxa de investimento e, portanto, da taxa de crescimento de longo prazo.

A reponsabilidade primordial do Banco Central, num país onde a moeda é fiduciária, é garantir a oferta de liquidez a uma taxa de juros inferior à EMK. Ao longo da história, enquanto prevaleceu a moeda metálica, prevaleceu uma iliquidez crônica. Com o desenvolvimento do sistema financeiro e do crédito bancário, a liquidez crônica foi superada, mas os surtos de pânico e as corridas bancárias continuaram a provocar graves crises de iliquidez. Depois da Grande Depressão dos anos 30, com o fim do padrão-ouro, os Bancos Centrais passaram a atuar como emprestadores de última instância e garantir a oferta de liquidez, também e sobretudo, em momentos de crise de confiança bancária.

O FED americano, ao manter a taxa básica de juros próxima de zero, mesmo depois que a economia deu sinais inequívocos de que estava em recuperação e que o desemprego havia caído, dá sinais de ter compreendido o que a teoria macroeconômica ainda não parece ter incorporado: a taxa básica tem pouca ou nenhuma influência sobre a inflação e muita sobre o custo da dívida e sobre o investimento.

Diferentemente da regra heurística, hoje adotada para tentar controlar a inflação, esse é um objetivo que tem sustentação intelectual clara e inquestionável. Mas, como Keynes observou, a dificuldade não está nas novas ideias, mas sim em escapar das velhas, das formas arraigadas de pensar e de expressão. A influência da teoria econômica moderna é comparável à das religiões, pois é bem mais difícil exorcizar o óbvio do que levar as pessoas a acreditar no recôndito e no irracional. Mais uma vez, o extraordinário feito da teoria econômica foi superar as crenças do homem comum e, ao mesmo tempo, estar errada.”

Já tivemos antes a oportunidade, juntamente com vários outros colegas economistas, de ressaltar a necessidade de compreendermos a importância da retomada do crescimento econômico de forma vigorosa, consistente, contínua, sustentável e que o desenvolvimento precisa ser considerado a meta número um do País.

Entendo que alguns equívocos têm permeado as políticas econômicas do País e, se persistirem, obstruirão inapelavelmente qualquer tentativa de relançamento da economia brasileira de volta ao caminho do desenvolvimento. Não basta apenas crescer. É necessário que o crescimento da nossa economia supere a média mundial e possa se compatibilizar com o nível de expansão das economias dos países emergentes. E, ainda, que incorpore outros elementos, como as da qualidade, da produtividade e da competitividade.

Um desses equívocos diz respeito à crença de que a estabilidade econômica é condição prévia à retomada do desenvolvimento do País. Primeiro a estabilidade, só depois o desenvolvimento. Sendo assim, as políticas de estabilização assumem um caráter de primazia absoluta, subordinando e sufocando todas as outras políticas. Apequena-se a política econômica, amesquinham-se os objetivos para a economia do País. E já lá se vão algumas décadas de busca inglória da miragem da estabilidade.

Evidentemente, ninguém, em sã consciência, há de negar a necessidade de as economias nacionais ostentarem bons e saudáveis fundamentos macroeconômicos. O caminho da estabilidade deve ser concebido e implementado, no bojo de uma política de desenvolvimento para o País. A estabilidade não precede o desenvolvimento; ao contrário, é a estratégia de desenvolvimento do País que deve, simultaneamente, orientar e contextualizar as opções da política macroeconômica. Até porque, ao contrário do que se costuma propagar, os caminhos possíveis para se alcançar a estabilidade econômica são vários.

Outro desses equívocos é imaginar que apenas o ajuste fiscal e algumas reformas – como a previdenciária – também devem ser considerados como condições prévias à retomada do desenvolvimento. Da mesma forma colocada em relação à estabilidade econômica, deve-se privilegiar – concomitantemente – a expansão econômica que produzirá ganhos generalizados e, em especial, aumentos da arrecadação tributária. Cabe destacar que, quando um denominador é baixo, todos os numeradores podem ser considerados altos – o que se aplica efetivamente no tocante à questão das receitas e despesas públicas. Quando há declínio da atividade econômica, como ocorre nos anos mais recentes – a produção nacional não cresce – os lucros se transformam em prejuízos para empresas e, com isso, não há como gerar Imposto de Renda e outras receitas tributárias.

E, para concluir, deixo aqui uma mensagem do nosso saudoso estadista Juscelino Kubitschek de Oliveira, proferida durante discurso de 25 de outubro de 1956, no Rio de Janeiro – no Automóvel Clube do Brasil, por ocasião de homenagem à Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria e extraída do livro de minha autoria intitulado Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI:

“E qual é o caso do Brasil? Em resumo, é que logremos tirar as consequências do nosso patrimônio, de nossa herança. Que o que vale não o valha apenas simbolicamente, mas de maneira tangível. O problema do Brasil, que envolve tudo o mais, é ativar a riqueza nacional.

Precisamos produzir e produzir em boas condições econômicas, para salvar o Brasil. Precisamos produzir e bem, para que os preços baixem. Não se descobriu até agora melhor combate à carestia do que produzir. A revolução necessária entre nós é do progresso e da expansão. O resto é loquela, é perda de substância, é maldade de impatriotas desajustados.

Convoco-vos para a tarefa de acompanhar e dirigir o crescimento desta nação. Convoco-vos para a revolução da prosperidade, para a reação contra a miséria, para o repúdio ao qualificativo de país subdesenvolvido, com que nos designam ainda. Não queremos ser país subdesenvolvido, não devemos aceitar esse rótulo. País que se desenvolve, isso sim”. 

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis, com vários cursos de pós graduação no Brasil e exterior. Ex-Executive Vice-Presidente e CEO do Safra National Bank of New York, em Nova Iorque, Estados Unidos. Ex-Presidente do BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais; Foi Secretário de Planejamento e Coordenação Geral e  de Comércio, Indústria e Mineração; e de Minas e Energia do Governo de Minas Gerais; Também foi Diretor-Geral (Reitor) e fundador do Centro Universitário Estácio de Sá de Belo Horizonte; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Atualmente é Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais.  Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico, Ltda. Integra vários Conselhos Consultivos e de Administração de diversas empresas e instituições. Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e da Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Vice-Presidente da diretoria executiva da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente/Editor Geral de MercadoComum. Autor de vários livros, como a coletânea de 3 livros – 2.336 páginas, intitulada “Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI”.

MERCADOCOMUM estará circulando, em dezembro, com uma edição especial impressa e outra eletrônica trazendo matérias sobre os premiados, as empresas/instituições e personalidades – destacando a relevância desta iniciativa para a economia e o desenvolvimento de Minas Gerais. Cabe, ainda ressaltar, a importância da realização desse evento, que reúne expressiva parcela formadora do PIB mineiro e obtém ampla repercussão na mídia em geral. Nesta edição especial constará o descritivo do XXVIII Ranking de Empresas Mineiras, listando-se as Maiores Empresas de Minas – em ordem alfabética, por setor econômico, receita operacional líquida, resultado, patrimônio líquido e ativos totais, entre outros.

MercadoComum, ora em seu 31º ano de circulação e em sua 336ª edição é enviado, mensalmente, a um público constituído por 121 mil pessoas formadoras de opinião em todo o país diretamente, via email e Linkedin, Whatsapp,Telegram, além de estar disponibilizado, para acesso, o seu site www.mercadocomum.com, juntamente com as suas edições anteriores. 

De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período.

 

De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período

 

Rota

Sua localização: Rota não pode ser calculada

Mercado Comum Jornal on-line BH Cultura Economia Política e Variedades

Rua Padre Odorico, 128 – Sobreloja São Pedro
Belo Horizonte, Minas Gerais 30330-040
Brasil
Telefone: (0xx31) 3281-6474
Fax: (0xx31) 3223-1559
Email: revistamc@uol.com.br
URL: https://www.mercadocomum.com/
DomingoAberto 24 horas
SegundaAberto 24 horas
TerçaAberto 24 horas Abra agora
QuartaAberto 24 horas
QuintaAberto 24 horas
SextaAberto 24 horas
SábadoAberto 24 horas

SEO Muniz – Especialistas em tráfego orgânico Google AI

Especialista Semântico SEO Orgânico – Search Engine Optimization – Google AI engineer algorithm development – SEO Muniz

Planejamento Detalhado de SEO

SEO Muniz – Especialistas em tráfego orgânico Google AI

Fale com Seo Muniz WhatsApp 31 99606-1099

contato@searchengineoptimization.com.br

Instagram SEO_MUNIZ

John Mueller – Google I/O John coordinates Google Search Relations efforts as a Search advocate. He and his team connect the Google-internal world of Search engineering e Marcos Muniz @seo_muniz

SEO Muniz – Especialistas em tráfego orgânico Google AI

 

Nordic Cycle Hot and Cold Contrast Therapy Advanced Recovery
Nordic Cycle Hot and Cold Contrast therapy offers a natural and effective way to accelerate healing and enhance overall well-being
Nordic Cycle Benefits
Hot and cold therapy has many benefits including faster recover, decreased pain and muscle soreness and improved mental wellness
Nordic Cycle Contrast Therapy in Houston – How To Do it
Tips on how to do contrast therapy. Come hydrated, enter the cold plunge tub, jump in the sauna and repeat!
Nordic Cycle Contrast Therapy Cold Plunge and Sauna Houston
Learn how cold plunges and sauna enhance recovery and improve circulation. Experience hot and cold therapy at Calisthenics Club Houston!
Sauna Houston
A sauna is a small room or building designed as a place to experience dry or wet heat sessions.  It has ancient roots, with the earliest versions dating back thousands of years.  Though traditions and specific types of saunas vary across cultures, the core purpose remains consistent: to induce sweating and relaxation in a heated environment.
Cold plunge Houston
Cold plunges are a powerful tool for recovery, inflammation reduction, and mental and physical well-being. By incorporating cold water immersion into your routine, you can tap into its potential benefits and enhance your overall health and resilience.
Contrast therapy Houston
Contrast therapy is a safe and effective recovery modality for many people. By harnessing the power of hot and cold, it can help reduce inflammation, enhance circulation, and speed up the healing process. However, it’s crucial to follow proper guidelines and consult with your doctor if you have any concerns.
Ice bath Houston
Ice baths are a powerful tool for recovery, inflammation reduction, and mental and physical well-being. By incorporating ice baths into your routine safely and responsibly, you can tap into their potential benefits and enhance your overall health and resilience.
Dips Demystified: A Comprehensive Guide
Dips are a fantastic bodyweight exercise that can build serious upper body strength and muscle.  They’re a compound movement, meaning they work multiple muscle groups at once, making them efficient and effective. This guide will break down everything you need to know about dips, from basic form to advanced variations.
Crunches: Core Sculpting for a Defined Midsection
a classic abdominal exercise that has stood the test of time. While it may not be the most complex move, when done correctly, the crunch can effectively target your core muscles, helping you sculpt a stronger and more defined midsection.
Leg Raises: Unleash Your Lower Abs
Leg raises are a powerful exercise for targeting those lower abs and building a strong and stable core. By mastering the proper form and incorporating variations, you can unleash your lower ab potential and sculpt a defined midsection.
Dips Demystified: A Comprehensive Guide
Dips are a fantastic bodyweight exercise that can build serious upper body strength and muscle.  They’re a compound movement, meaning they work multiple muscle groups at once, making them efficient and effective. This guide will break down everything you need to know about dips, from basic form to advanced variations.
Crunches: Core Sculpting for a Defined Midsection
a classic abdominal exercise that has stood the test of time. While it may not be the most complex move, when done correctly, the crunch can effectively target your core muscles, helping you sculpt a stronger and more defined midsection.
Leg Raises: Unleash Your Lower Abs
Leg raises are a powerful exercise for targeting those lower abs and building a strong and stable core. By mastering the proper form and incorporating variations, you can unleash your lower ab potential and sculpt a defined midsection.
Calf Raises: Enhance Your Ankle Strength & Stability
By incorporating calf raises into your fitness routine, you can strengthen your calves, improve ankle stability, enhance your balance, and boost your overall lower body power. So, step up your calf game and experience the benefits of this often-underappreciated exercise!
Burpees: The Ultimate Full-Body Blast
Burpees are a challenging yet rewarding exercise that can take your fitness to the next level. By mastering the proper form and incorporating variations, you can unleash the full-body blasting power of the burpee and achieve your fitness goals. So, embrace the challenge and get ready to burpee your way to a fitter you!
Calisthenics Exercises Intermediate Club Houston
While there may not be a specific club in Houston with that exact name, let’s explore what an intermediate calisthenics club in Houston would likely offer those ready to level up their bodyweight training.
Pike Push-Ups: Build Shoulder Strength & Stability
Pike push-ups are a fantastic bodyweight exercise that takes the classic push-up to the next level. By shifting your body into an inverted V shape, you place greater emphasis on your shoulders, building strength, stability, and control.
Decline Push-Ups: Amp Up Your Chest Workout
The decline push-up is a powerful variation of the classic push-up that shifts the focus to your upper chest and shoulders, adding a new dimension to your bodyweight training. By elevating your feet, you increase the resistance and engage different muscle fibers, leading to greater strength and muscle gains.
Bulgarian Split Squats: Leg Day Just Got Harder
The Bulgarian split squat, often called the “king of unilateral leg exercises,” is a challenging yet incredibly effective movement for building lower body strength, muscle, and balance. It takes the traditional squat and adds a unique twist – literally – by elevating your rear foot.
Jumping Lunges: Explosive Power & Cardio
Jumping lunges, also known as plyo lunges, are a dynamic and challenging exercise that takes the traditional lunge to a whole new level. By adding a jump and switching legs in mid-air, you transform this classic movement into a powerful plyometric exercise that builds explosive power, enhances cardiovascular fitness, and sculpts lean, athletic legs.
Side Plank Variations: Core Strength & Oblique Activation
The side plank: a powerful exercise that goes beyond the standard plank, targeting those often-neglected obliques (side abdominal muscles) and building serious core strength and stability. This guide will delve into the benefits, proper form, and a variety of side plank variations to challenge your core and sculpt a strong, defined midsection.
Calisthenics for Men: Achieve a Powerful Physique
Calisthenics, the art of using your bodyweight as resistance, offers men a powerful pathway to achieving a physique that’s not only aesthetically impressive but also functionally strong and resilient.
Australian Pull-Ups: Build Strength for Full Pull-Ups
By mastering Australian pull-ups and incorporating them into your training, you’ll build the strength and foundation necessary to achieve full pull-ups and unlock a world of upper body strength and calisthenics potential.
Calisthenics Exercises Advanced Club Houston
By finding the right advanced calisthenics club in Houston, you can unlock your full potential, master impressive skills, and join a community of dedicated athletes pushing the boundaries of bodyweight training.
Handstand Push-Ups: Unleash Your Inner Acrobat
By mastering handstand push-ups and incorporating them into your training, you’ll unlock a new level of upper body strength, core stability, and body control.
One-Arm Push-Ups: The Pinnacle of Upper Body Strength
The one-arm push-up (OAPU) stands as a testament to exceptional upper body strength, control, and balance. It’s a challenging calisthenics movement that requires not only brute force but also impeccable technique and core stability.
Pistol Squats: Master the One-Legged Wonder
The pistol squat, a true testament to lower body strength, balance, and mobility, is often called the “king of bodyweight leg exercises.” This advanced movement requires you to squat down on one leg while extending the other leg forward, resembling the shape of a pistol.
Muscle-Ups: The Ultimate Calisthenics Challenge
The muscle-up is a dynamic and impressive feat of strength that combines a pull-up and a dip into one fluid movement. It’s a challenging exercise that requires significant upper body strength, explosive power, and coordination.
Planche Progressions: Defy Gravity with Straight-Arm Strength
By mastering the planche and its progressions, you’ll unlock a new level of straight-arm strength, core stability, and body control. So, embrace the challenge, defy gravity, and elevate your calisthenics journey to new heights!
Front Lever: Achieve Superhero-Level Core Strength
The front lever is a gravity-defying calisthenics skill that showcases incredible core strength, back strength, and body control. It involves holding your body horizontally while suspended from a bar, creating an awe-inspiring display of strength and defying gravity.
Back Lever: Master the Art of Back Suspension
The back lever is a captivating calisthenics skill that showcases extraordinary back and core strength, body control, and a touch of fearless grace. Imagine yourself suspended horizontally from a bar, facing the sky, your body forming a perfectly straight line. This impressive feat, while demanding dedication and practice, unlocks a new level of strength, body awareness, and a physique that exudes power.
Human Flag: A Feat of Strength & Coordination
The human flag is an advanced calisthenics exercise that requires exceptional upper body and core strength, as well as balance and coordination. It involves holding your body parallel to the ground while gripping a vertical pole or bar with both hands. This impressive feat resembles a flag waving in the wind, hence the name.
L-Sit: Core Strength & Stability Mastery
The L-sit is a challenging but rewarding exercise that can significantly improve your core strength, stability, and body control. With dedication and consistent effort, you can master this impressive feat of bodyweight training.
V-Sit: Sculpt Your Abs with This Challenging Exercise
The V-sit is a challenging bodyweight exercise that targets the abdominal muscles and hip flexors. It involves balancing on your sit bones while simultaneously lifting your legs and torso off the ground, forming a “V” shape with your body. This exercise requires significant core strength, stability, and balance, making it a great addition to any core strengthening routine.
Calisthenics Exercises Workout Routines & Programs Club Houston
Calisthenics is a form of exercise that utilizes your own bodyweight as resistance to build strength, endurance, flexibility, and coordination.  In Houston, there’s a growing interest in calisthenics, with dedicated clubs and programs catering to different levels and goals
The Beginner’s Calisthenics Workout: A 4-Week Plan
This beginner’s calisthenics plan is a starting point. Feel free to adjust it based on your individual needs and progress. You can also incorporate other bodyweight exercises or variations to keep your workouts challenging and engaging
The Full-Body Calisthenics Workout for Strength & Endurance
This full-body calisthenics workout is designed to build both strength and endurance, pushing your limits while improving your overall fitness. It incorporates compound movements that engage multiple muscle groups simultaneously, maximizing calorie burn and promoting functional strength
Anúncio
Sair da versão mobile