O boom do mercado imobiliário de alto padrão
O boom do mercado imobiliário de alto padrão
O boom do mercado imobiliário de alto padrão

 

Demanda por imóveis no Brasil pode disparar no 2º semestre.

O mercado brasileiro de imóveis de luxo tem algumas características peculiares. Ele independe do crescimento do país e, de tempos em tempos, apresenta forte expansão — mesmo se os indicadores econômicos estiverem no caminho oposto. É isso que se vê agora. Há alguns dias, Gisela Araújo, corretora experiente desse segmento, vendeu lote de 1860m² no condomínio Aldeia do Vale, em Goiânia, por R$1.100.000,00. Por mais que o valor seja assombroso para maioria dos brasileiros, negócios desse tipo não são exatamente uma raridade, mesmo em pandemia.

“A pandemia nos afetou de forma positiva. Durante esse período foi perceptível a redução das taxas de juros, onde foi registrado o valor mais baixo da história da taxa Selic, de apenas 2%. A poupança não rendia nada, quem estava com dinheiro guardado não tinha retorno. Sendo assim, possibilitou que o mercado tivesse uma movimentação maior para realizar negociações e financiamentos. O cliente de alto padrão viu toda essa situação como oportunidade para investimentos. Vimos uma alta gigantesca na compra de imóveis em condomínios fechados e chácaras. Hoje estamos em uma crescente, reflexo da pandemia”, destaca Gisela.

Alguns fatores contribuíram para o crescimento do mercado desde 2020, como Gisela explicou. Com a taxa Selic nos níveis mais baixos da história, aplicações tradicionais de renda fixa deixaram de ser atrativas. Na renda variável, o risco é elevado, especialmente em um cenário de pandemia e com incertezas sobre a capacidade de recuperação da economia no futuro próximo. Sem ter para onde correr, os muito ricos compram, portanto, imóveis.

As fronteiras fechadas, que bloquearam viagens e dificultaram investimentos no exterior, também estimularam o segmento. Um terceiro fator é o avanço irrefreável do home office. Com a perspectiva de trabalhar em casa, profissionais bem-sucedidos — aqueles obviamente que ganham mais — resolveram investir em moradias. Junte tudo isso e o resultado é um mercado em ascensão como poucas vezes se viu no Brasil.

O home office desencadeou outro fenômeno: a busca por casas em condomínios fechados e chácaras. Segundo Gisela, também com forte presença no segmento de luxo, a procura por imóveis desse tipo acelerou nos últimos dois anos.

“Imóvel é uma necessidade básica. Ao meu ver é como comprar um carro novo, tem pessoas que trocam de ano em ano, já outras de três em três anos. No mercado do alto padrão isso acontece com mais frequência, pois além de sentirem a necessidade de estar sempre renovando, tem aqueles que sempre gostam de investir, pois sabem que é um retorno certo. O que mudou nessa pandemia foi que, está mais em alta casas e imóveis mais distantes, pois, o executivo, ou empresário, que não parava em casa, hoje descobriu que pode curtir o espaço doméstico e ainda trabalhar ali”, afirma corretora.

Demanda por imóveis no Brasil pode disparar no 2º semestre

O mercado imobiliário brasileiro pode viver o melhor semestre do século 21. Segundo a última pesquisa da Datastore, empresa de pesquisas de mercado para o setor imobiliário, que entrevistou 1.647 pessoas entre 4 de junho a 2 de julho, o índice de intenção de compra nos segmentos popular, médio padrão e alto luxo em todo o País chega a 28,7%. Os números indicam que mais de 14,5 milhões de famílias teriam intenção de adquirir um imóvel nos próximos 24 meses.

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