Nova piora na avaliação do governo Bolsonaro

Pesquisa XP Ipespe de 18 de maio último mostrou que avaliação positiva do governo recuou para 25% em 18/05, contra 27% em 30 de abril e 31% em 24/04. Ao mesmo tempo, a avaliação negativa do governo atingiu 50% (49% em 30/04 e 42% em 24/04).

A maioria dos entrevistados (57%) entende que a economia está no caminho errado. Enquanto 28%, avaliam que a economia está no caminho certo. Continua elevado o pessimismo quanto à manutenção do emprego e às condições financeiras das famílias. O percentual de 43% dos entrevistados teme a covid-19 e é elevado o número de pessoas que acha que o pior está por vir (68%).

O apoio ao isolamento social tem 76% e deve ser mantido até o risco ser pequeno. Atuação dos governadores no combate à pandemia é considerada como ótimo e boa por 46% da população (53% em abril). Já o desempenho do governo Bolsonaro é considerado péssimo ou ruim por 58%.

Segundo a LCA-Consultores Econômicos, “esta pesquisa da XP/Ipespe não corrobora a avaliação de que a popularidade de Bolsonaro é muito resiliente. Resta saber se essa deterioração da popularidade do governo causará algum impacto político significativo. Para tanto, em primeiro lugar, tal informação precisa ser confirmada por outras pesquisas. E quanto mais tradicional, mais conhecida, for a fonte, maior será o efeito político potencial. Mesmo assim, a própria pesquisa XP/Ipespe indica que cerca de 20% do eleitorado parece estar bastante alinhado a Bolsonaro. Por exemplo, 21% criticam o isolamento social. Consideram-no “exagerado” (14%), ou que “não é o melhor caminho para enfrentar a epidemia” (7%). Sendo assim, se esse for mesmo o piso para a avaliação positiva do governo Bolsonaro, a popularidade pode até continuar em trajetória descendente e, mesmo assim, não chegar a níveis críticos compatíveis com um cenário preponderante de impeachment.

Contudo, no caso de esses números se replicarem em outras pesquisas e alterarem a percepção a respeito da resiliência da popularidade de Bolsonaro, a informação será incorporada a um conjunto de variáveis que os políticos consideram na hora de definirem suas ações em relação ao governo. Para alguns, pode servir para aumentar o ânimo oposicionista. Para outros, pode torná-los mais cuidadosos em relação a posicionamentos convergentes ao governo. Mas também servirá para que uma parte simplesmente aumente o preço cobrado pelo apoio ao presidente”.

“Em suma, esses números não alteram o cenário atual de improbabilidade do impeachment, mas, se forem replicados por outras fontes, abalarão, em primeiro lugar, a imagem de que Bolsonaro está passando ileso às turbulências e crises recentes e, além disso, podem causar alguns desassossegos ao presidente”, avalia a LCA.

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