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Por: Raimundo Couto

 

Ele é um dos mais longevos projetos de nossa indústria automobilística, perde apenas para a Kombi (que se prepara para dizer adeus) e para o Gol. Foi lançado em 1980 e chega, agora, à sua terceira geração, carregando na bagagem a responsabilidade da liderança em seu segmento nos últimos 23 anos. Falamos do Fiat Fiorino, que ganhou ainda mais notoriedade depois de citado em música de sucesso e que acaba de passar por uma transformação radical.

Ainda está longe de poder contar com o apelo da sedução sugerido para “ganhar” as gatas do pedaço, mas passou por uma mudança radical que o fez mudar da água para o vinho. Não é uma novidade de todo, deu as caras durante a última Fenatran, em São Paulo, que aconteceu ano passado e esteve garbosamente exposto no estande da Fiat no Expominas, nos dias de duração da 4ª Bienal do Automóvel.

Após ser comercializado desde 1988 em carroceria herdada do Mille, agora o Fiorino 2014 é baseado no novo Uno. A antiga plataforma não poderia receber freios ABS e airbag duplo, itens obrigatórios a partir do próximo ano. Com capacidade para 650 kg de carga (30 kg a mais que a versão anterior), o modelo é basicamente um Uno até a coluna dianteira, o que inclui design frontal, capô, para-lamas, para-brisa e portas da versão 2p do hatch. Daí para trás, há um grande baú que termina em duas portas traseiras com abertura lateral. As lanternas são verticais como no Doblò.

Diferentemente do que ocorreu com a nova Strada, que manteve o motor 1.4 Fire, a nova Fiorino já chega com a versão atualizada “Evo” deste propulsor, com comando variável das válvulas de admissão e potência de 85/88 cv com torque de 12,4/12,5 kfgm. O câmbio segue manual, com cinco marchas. Uma história de sucesso que ajuda a manter a montadora italiana no topo do ranking em vendas no país.

Ao encerrar este ano, a Fiat entra no 12º ano à frente do mercado brasileiro, conquista comparado apenas ao que conseguiu a VW em tempos de mercado fechado e restrito a poucos montadores de automóvel no Brasil. Voltando ao Fiorino, ele nasceu a partir da plataforma do 147, depois ganhou a frente e chassi do Mille e agora se atualiza para se manter em sintonia com a gama de produtos da marca.

 

Mercado livre

Segundo o fabricante é comercializado em “mais de 40 países”, tendo 575 mil unidades exportadas desde seu lançamento e mais de 1 milhão de unidades produzidas. Ideal para transportes de pequenas cargas dentro dos centros urbanos, que a cada ano ganham ainda mais restrição de circulação de veículos comercias, o novo Fiorino chega em um momento mais do que favorável. Com o fim de produção da lendária Kombi, seu único concorrente é o Renault Kangoo, que não é um exemplo de desempenho em vendas. Lélio Ramos, diretor comercial da Fiat, estima que sejam comercializadas 2.000 unidades mensais do comercial leve, que é dono de quase 30% da fatia do mercado onde está inserido.

A nova plataforma o fez crescer em tamanho, ficando 200 mm mais comprido, 21 mm mais largo, 27 mm mais alto e com um entre-eixos 140 mm maior. A suspensão traseira ganhou reforço com a adoção da arquitetura derivadas da picape Strada. Os espelhos retrovisores ficaram maiores e proporcionam melhor visibilidade do trânsito e na hora das manobras. O sensor de estacionamento é item opcional, deveria ser de série. As portas do compartimento de carga abrem 180° e oferecem dois estágios. Em uma primeira fase ficam travadas quando formam um ângulo de 90º em relação à carroceria; depois de destravadas, podem ser abertas (180º) totalmente. A maçaneta da porta foi posicionada verticalmente, para facilitar a abertura e o manuseio de cargas. Opcionalmente, as portas traseiras podem vir com vidros, melhorando, e muito, a visibilidade. Neste caso, o Fiorino passa a contar com vidro na parede divisória entre a cabine e o compartimento de carga.

 

Carga leve

A proteção da carga é feita por meio dos seguintes equipamentos: forração integral do assoalho de vão de carga, recobrimentos laterais parciais de plástico, “bate carga” reforçado, luz do vão de carga com três posições de funcionamento (acendimento vinculado à abertura da porta, acendimento forçado, desligamento forçado) e ganchos para a fixação da carga.

As rodas têm medidas de 5,5 x 14” e calçam pneus maiores (175/70 R14) do que os da versão anterior. O painel também é do Novo Uno e recebeu outro quadro de instrumentos. Ele traz duas alternativas: base e luxo. A versão base vem com velocímetro, indicadores de combustível, temperatura (digitais) e hodômetro totalizador e parcial. Na versão de acabamento luxo ele conta com: velocímetro, indicadores de combustível e temperatura (digitais), hodômetro totalizador e parcial, conta-giros e trip computer.

O painel tem também porta-objetos posicionado do lado esquerdo do motorista, mas que é substituído por botões de comando quando o utilitário for equipado com trip computer. A tomada de força de 12v é item de série. O banco do motorista pode vir equipado com regulagem de altura. Também oferece como opcional volante com regulagem de altura e apóia-pé para o motorista. Os painéis das portas foram equipados com bolsa porta-objetos/garrafas.

São equipamentos oferecidos no novo Fiorino airbag duplo, freios ABS, sensor de estacionamento, ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, faróis de neblina, rádio USB MP3/WMA com RDS, travas elétricas, vidros elétricos dianteiros com one-touch (subida e descida) para o motorista; brake light; para-brisas degradê, alça de segurança do lado passageiro, alerta de manutenção programada (luz espiã), Drive by Wire (controle eletrônico da aceleração) e porta-luvas iluminado. Com preço sugerido de R$ 38.540,00 (R$ 500,00 acima do que era cobrado pela versão anterior), o comercial já está sendo vendido na rede de concessionárias Fiat.

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