Gustavo Werneck da Cunha atua como CEO da Gerdau desde janeiro de 2018 e membro do Conselho de Administração da empresa desde 2019. Anteriormente, liderava a operação Gerdau Aços Brasil, principal negócio da empresa no país.
Exerce suas atividades profissionais na empresa desde 2004, tendo ocupado diversas posições estratégicas, como Diretor Corporativo de Tecnologia de Informação (CIO), Diretor Industrial da Gerdau Índia e Diretor Industrial da Gerdau Aços Especiais. Gustavo é graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e completou sua formação acadêmica com MBA em Gestão de Projetos na Fundação Getúlio Vargas, MBA em Gestão de Negócios no INSPER, Leading Change and Organizational Renewal pela Harvard Business School (Estados Unidos) e Advanced Corporate Finance pela London BusinessSchool).
É conselheiro do Instituto Aço Brasil, do Juntos Somos + e da Amcham (Câmara Americana do Comércio), e Conselheiro Emérito do Capitalismo Consciente. Gustavo também é coordenador do Grupo Impacto, do CEO’s Legacy (Fundação Dom Cabral) e Conselheiro da WCD (Women Corporate Directors) Foundation.
Eleito cinco vezes Executivo de Valor na categoria Siderurgia, Mineração e Metalurgia pelo jornal Valor Econômico (2020-2024) e um dos 10 CEO’s que melhor se comunicam com jornalistas pela revista Negócios da Comunicação e pelo CECOM – Centro de Estudos da Comunicação. Recentemente, assinou mais um pacto de diversidade e inclusão, o Pacto de Promoção da Equidade Racial, elaborado por 140 apoiadores, entre eles CEO’s.
ENTREVISTA
Gustavo Werneck – CEO do Grupo Gerdau
MC – Como é para o Sr. receber o prêmio de Personalidade Empresarial do Ano de Minas Gerais?
GW – Minas Gerais é um estado extremamente estratégico para a Gerdau. No momento estamos com 6 R$ bilhões de investimentos em curso. E entendemos que nosso papel é participar ativamente da sociedade, deixando a nossa contribuição para além do nosso negócio em si. Por isso, apoiamos diversas iniciativas voltadas para o social, esporte e cultura. E esse reconhecimento nos enche de alegria e orgulho, pois demonstra que, ao longo de nossos 123 anos, seguimos no caminho certo. A Gerdau tem se consolidado cada vez mais como referência em sua área de atuação, com um trabalho que valoriza as pessoas e gera riqueza e desenvolvimento para Minas Gerais.
MC – Quais são os planos da Gerdau para Minas Gerais nos próximos anos?
GW – Somos uma empesa mineira de coração. Minas Gerais é responsável por 70% da produção da Gerdau, por isso, temos planos ambiciosos para o estado nos próximos anos. Atualmente, nossos investimentos em curso no estado superam R$ 6 bilhões.
No momento temos vários projetos em curso em Minas Gerais, dos quais destaco dois. O primeiro, está acontecendo na nossa usina em Ouro Branco, onde estamos com investimento em curso de R$ 1,5 bilhão para ampliação de capacidade, com a instalação no novo laminador de bobinas a quente. A capacidade do laminador de bobinas a quente (BQ) será de 250 mil toneladas por ano e será inaugurado em 2025.
Outro exemplo é o projeto de mineração responsável no município de Ouro Preto. O projeto permitirá à empresa aumentar a competitividade de suas operações e ampliar futuramente sua produção de aço em Minas Gerais. O investimento, que compreende equipamentos e processos com as tecnologias mais modernas disponíveis, seguirá as melhores práticas de mineração e contará com o método de empilhamento a seco para disposição de 100% dos rejeitos de mineração, eliminando a necessidade do uso de barragem.
MC – A produção industrial sustentável é uma demanda crescente, tanto da sociedade quanto do mercado. Como a Gerdau tem lidado com essas exigências?
GW – A Gerdau é uma das indústrias do setor com menores emissões de gases de efeito estufa globalmente. Os fatores que contribuíram para esta posição é o nosso modelo de produção, no qual 70% do aço produzido vem da reciclagem de sucata. Somos a maior recicladora da América Latina, transformando 11 milhões de toneladas de sucata em aço anualmente. Além disso, temos mais de 250 mil hectares de base florestal em Minas Gerais, e nossas florestas plantadas são uma fonte renovável de matéria-prima. A Gerdau é a maior produtora de carvão vegetal do mundo.
Como resultado de nossa matriz produtiva sustentável, a Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), de 0,91 t de CO₂e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO₂ e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono para 0,82 t de CO₂e por tonelada de aço.
Temos um projeto nos Estados Unidos voltado para a pesquisa de uso de hidrogênio em escala industrial na produção do aço. A iniciativa em pesquisa recebeu o investimento de US$ 10 milhões, o maior valor já destinado pelo governo norte-americano como incentivo a estudos de descarbonização, e visa trazer mais conhecimento sobre o uso do hidrogênio em escalas piloto e industrial. A pesquisa está sendo conduzida pela Purdue University, com o apoio da Linde (líder global em gases industriais e engenharia) e de empresas produtoras de aço – inclusive, os testes serão realizados em nossa planta de Monroe, em Michigan (Estados Unidos).
MC – A Gerdau é uma empresa centenária, mas que parece estar mais jovem do que nunca. Poderia contar para nós um pouco sobre esse aspecto da inovação dentro da companhia
GW –A Gerdau possui uma série de grandes projetos de inovação em andamento, com o objetivo de beneficiar a eficiência operacional da companhia. Entre eles, aqui em Minas, destaco a conectividade pioneira na indústria de produção de aço: recentemente, concluímos a implantação da tecnologia 5G privada na unidade de Ouro Branco (MG), em um projeto junto com a Embratel.
Essa infraestrutura tecnológica permite à Gerdau acelerar a implementação dos conceitos da Indústria 4.0 em Ouro Branco, impulsionando a automação, a produtividade, a flexibilidade, a visibilidade, a rastreabilidade, o uso de dados e a segurança nos processos, incluindo planejamento, produção e logística. Com a rede 5G operacional, houve uma evolução significativa na digitalização da companhia e no aprimoramento de suas operações.
Cerca de 500 dispositivos já foram implantados para reforçar a segurança, a produtividade e a eficiência da unidade. Diversos exemplos demonstram como essa tecnologia está sendo aplicada na operação, como o monitoramento de ativos em tempo real e o aumento da conectividade nos almoxarifados e pátios de expedição, melhorando consideravelmente a eficiência logística ao agilizar os processos de armazenamento e distribuição. Com o suporte dessa nova infraestrutura de rede, a Gerdau planeja expandir seus investimentos em tecnologias avançadas, como veículos autônomos e telecontrolados, Internet das Coisas e Inteligência Artificial.
MC – Como a Gerdau tem investido em qualificação e formação profissional para a comunidade
GW – O nosso negócio tem processos que exigem conhecimentos muito específicos e conseguir isso pronto no mercado tem sido cada vez mais desafiador. Nós acreditamos que os investimentos em projetos de educação, formação técnica, empreendedora e cultural, que coloque as pessoas no centro dos interesses, é o melhor caminho para alcançarmos o sucesso.
Desenvolvemos programas gratuitos de formação e qualificação técnica, como o Programa Aprimorar, realizado em parceria com o Sesi/Senai com a oferta de cursos em diferentes áreas como eletroeletrônica industriais, soldagem, entre outros.
Nossos programas de Jovem Aprendiz acolhe os estudantes em seu primeiro emprego, ofertando conhecimento do mercado de trabalho e da atuação na indústria, mas também desenvolvendo habilidades como inteligência emocional e visão empreendedora.
Neste mês de novembro, a Gerdau, junto com a Fundação Dom Cabral (FDC), concluiu mais uma edição do programa B-EPIC (Brazil Enterprise Productivity & Inclusion Club), que visa promover o crescimento empresarial e inclusão social de jovens de Minas Gerais. Complementar ao Jovem Aprendiz, o programa traz em seu escopo atividades de desenvolvimento profissional e de habilidades socioemocionais dos estudantes, como autonomia, confiabilidade e flexibilidade. Para os supervisores, são abordadas habilidades de mentoria para liderarem diferentes gerações. Ao todo, participaram da formação 55 jovens e 41 mentores.
E nesta semana, estamos abrindo aqui em Minas o Programa de Estágio Técnico Gerdau, voltado para jovens que estão cursando o ensino técnico em áreas como Elétrica, Mecânica, Metalurgia, Mineração e Química.
MC – A responsabilidade social também é uma preocupação da Gerdau?
GW – A atuação social é um pilar fundamental da cultura da nossa empresa, com forte adesão também entre os nossos colaboradores. O nosso foco principal contempla três pilares: educação empreendedora, habitação e reciclagem.
Desenvolvemos e apoiamos diversos projetos sociais e culturais principalmente nas cidades onde temos operação, como forma de valorizar e fortalecer as regiões. O “Reforma que Transforma”, por exemplo, é o maior projeto social já realizado pela Gerdau e tem o objetivo de fomentar a transformação do panorama da habitação de baixa renda no Brasil. Serão investidos R$ 40 milhões na reforma de mais de 13 mil residências vulneráveis até 2032. Em Minas já foram centenas de famílias que participaram do projeto e tiveram as suas vidas melhoradas.
Destaco, ainda, o museu MM Gerdau – Museu da Minas e do Metal, que fica na Praça da Liberdade. O Prédio Rosa, como é popularmente conhecido, oferece, mensalmente, uma série de ações e atividades visando a aproximação do público com os temas abordados no Museu. Mais de 1 milhão e 600 mil pessoas visitaram o museu desde 2010, sendo 200 mil atendidas em ações educativas e outras 300 mil em ações culturais e científicas, com acesso gratuito a informações acessíveis sobre os patrimônios cultural e geológico de Minas Gerais e do Brasil.
MERCADOCOMUM estará circulando, em dezembro, com uma edição especial impressa e outra eletrônica trazendo matérias sobre os premiados, as empresas/instituições e personalidades – destacando a relevância desta iniciativa para a economia e o desenvolvimento de Minas Gerais. Cabe, ainda ressaltar, a importância da realização desse evento, que reúne expressiva parcela formadora do PIB mineiro e obtém ampla repercussão na mídia em geral. Nesta edição especial constará o descritivo do XXVIII Ranking de Empresas Mineiras, listando-se as Maiores Empresas de Minas – em ordem alfabética, por setor econômico, receita operacional líquida, resultado, patrimônio líquido e ativos totais, entre outros.
MercadoComum, ora em seu 31º ano de circulação e em sua 336ª edição é enviado, mensalmente, a um público constituído por 121 mil pessoas formadoras de opinião em todo o país diretamente, via email e Linkedin, Whatsapp,Telegram, além de estar disponibilizado, para acesso, o seu site www.mercadocomum.com, juntamente com as suas edições anteriores.
De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período.
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