Fuga de cérebros: Por que estamos perdendo tantos jovens talentos para o exterior?
Fuga de cérebros: Por que estamos perdendo tantos jovens talentos para o exterior?
Fuga de cérebros: Por que estamos perdendo tantos jovens talentos para o exterior?

Você conhece o termo “fuga de cérebros”? É um fenômeno de migração que envolve pessoas academicamente qualificadas que, para conseguir oportunidades de trabalho em suas respectivas áreas de atuação, vão para países os quais contam com programas de atração de talentos e iniciativas de permanência para estrangeiros que contribuem para o mercado de trabalho e desenvolvimento científico. No Brasil, esse êxodo tem se intensificado nos últimos anos e está relacionado aos déficits de incentivo à produção científica, dificuldade de obtenção de posições equivalentes nas empresas e questões relacionadas à qualidade de vida.

Uma prova dessa tendência migratória entre as gerações mais novas é que, segundo pesquisa conduzida pelo Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getúlio Vargas), 47% dos jovens brasileiros têm desejo de deixar o país. Esse número, correspondente ao ano de 2019, antes da pandemia, podendo ser ainda maior, dado ao contexto simultâneo de crise econômica e sanitária do Brasil. As condições do ensino público básico e superior e do quadro de desemprego, com cerca de 14% da população desempregada em 2021, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) refletem o anseio desses estudantes e profissionais de “fugirem” para lugares com maiores possibilidades de crescimento e valorização de carreira.

Essa taxa de 47% – que se configura como recorde – vai de encontro com as dos anos anteriores. Como é o caso do período entre 2011-2014, quando iniciativas governamentais como o Ciências Sem Fronteiras e maior alcance de bolsas de iniciação científica estavam em vigência, apenas 20,1% dos respondentes de 15 a 29 anos concordaram que querem deixar o Brasil. Essa contradição ocorre porque, na época, a permanência no país era facilitada através das políticas públicas de cunho educacional. Dessa forma, os estudantes podiam aprimorar seus conhecimentos e especializações em instituições internacionais e retornar para aplicá-los em suas carreiras e projetos aqui. Agora, o movimento é contrário, muitos desses jovens realizam sua formação acadêmica na rede pública de ensino e utilizam o conhecimento obtido nos países que os acolhem pelas iniciativas de atração de talentos.

CEBRAC
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“Países como o Canadá e a Noruega, estão em um processo chamado envelhecimento populacional, que é o aumento da expectativa de vida em detrimento da diminuição da taxa de natalidade. Isso acontece por conta da alta qualidade de vida desses lugares. Por conta desse fenômeno, esses lugares recorrem à mão de obra especializada estrangeira, principalmente de países em desenvolvimento, como a Índia e o Brasil”, explica Jefferson Vendrametto, especialista em carreiras e Diretor Institucional do CEBRAC – Centro Brasileiro de Cursos

Para que a fuga de cérebros seja, pelo menos, reduzida nos próximos anos, a prioridade é o investimento em Educação e boas condições de trabalho. Ou seja, é necessário qualificar e empregar os profissionais do futuro para que, assim, eles possam colaborar ativamente com o desenvolvimento científico, econômico e social do Brasil. Pensando na importância de reter esses jovens promissores, o CEBRAC – Centro Brasileiro de Cursos, desenvolveu o CebracPro (Programa Nacional de Incentivo à Qualificação Profissional e Geração de Emprego e Renda). Através de Cursos gratuitos, Orientação Profissional, Feira das profissões e Campanhas de arrecadação de alimentos, o programa visa a desenvolver as competências e a autoestima daqueles que estão ingressando ou estão enfrentando dificuldades no mercado de trabalho.