As despesas no pagamento de juros nominais sobre a dívida pública consolidada brasileira consomem mais de 1/4 de toda a arrecadação tributária nacional e, durante os últimos doze meses até novembro de 2024 já custaram, aos cofres públicos nacionais, a impressionante cifra de R$ 918,16 bilhões (7,85% do PIB).
De acordo com o Relatório “Estatísticas Fiscais” divulgado pelo Banco Central do Brasil em 30 de dezembro de 2024, o PIB brasileiro fechou o mês de novembro, do ano passado, estimado em R$ 11.693,35 bilhões. Já o estoque da Dívida Bruta Consolidada atingiu R$ 9,086 trilhões – 77,7% do PIB-Produto Interno Bruto, o que corresponde a um dos maiores patamares desde outubro de 2021, quando atingiu 79,1%.
Assim, qualquer aumento de 1% na taxa Selic, essa decisão implicará, inevitavelmente, em um custo adicional de despesas de juros nominais aos cofres públicos nacionais, da ordem de R$ 90,86 bilhões ao ano.
A persistência da taxa básica, a Selic, em nível elevado encarece o financiamento da dívida e expande o seu estoque. Os principais fatores responsáveis pelo aumento da dívida bruta brasileira foram os juros nominais incorridos no período.
FED: Powell justifica a pausa no movimento de queda da Fed Fund rate
Segundo o presidente do Federal Reserve, após três reuniões consecutivas nas quais os juros foram reduzidos em 100 pontos-base, para o intervalo de 4,25%-4,50%, a política monetária permanece suficientemente restritiva. Powell destacou que esse patamar de juros está acima da taxa neutra, mesmo se considerarmos que o nível atual supera a estimativa mais alta dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que é de 3,875%.
Powell também comentou sobre a estabilidade no mercado de trabalho, ao observar que as taxas de desemprego se mantêm estáveis por seis meses e que as condições estão amplamente equilibradas. Para ele, o mercado de trabalho parece estar em equilíbrio, sem sinais de superaquecimento. No que se refere à inflação, Powell mencionou que os índices mais recentes apresentaram leituras mais positivas. No entanto, enfatizou que o FOMC evita reações exageradas a dados pontuais, embora essas leituras sinalizem progresso. Diante disso, o cenário atual da economia indica que a política monetária está bem calibrada e não há necessidade de haver pressa para novos ajustes.
Futuras alterações nos juros dependerão de evidências claras de avanço no combate à inflação ou de sinais consistentes de fraqueza no mercado de trabalho.
Quanto ao novo governo, Powell foi cauteloso e evitou comentar as declarações do presidente Trump que pressionavam por cortes nos juros. Segundo o presidente do Federal Reserve, o FOMC está em modo de observação, aguardando os impactos das políticas tarifárias, de imigração, fiscais e regulatórias. “Precisamos esperar que essas políticas sejam articuladas para avaliarmos suas implicações na economia”, afirmou Powell.
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