Autor: Carlos Alberto Teixeira de Oliveira

Presidente/Editor Geral de MercadoComum

O Banco Central do Brasil – que calcula mensalmente as transações correntes do país, divulgou, no dia 24 de janeiro, o relatório intitulado “Estatísticas do setor externo brasileiro”. 

De acordo com o BC, o aumento no déficit é decorrente da redução de US$ 26,1 bilhões no superávit da balança comercial e ao crescimento de US$ 9,8 bilhões no déficit de serviços, cujo resultado foi parcialmente compensado pela redução no déficit de renda primária, de US$ 4,1 bilhões, e pelo aumento no superávit de renda secundária, US$ 367 milhões.

O déficit apresentado, de US$ 56 bilhões, representa mais que o dobro do que foi registrado em 2023, quando as contas externas do Brasil tiveram negativas em US$24,5 bilhões (1,12% do PIB).

Nas análises da LCA Consultores Econômicos, “o ano de 2024, o déficit acumulado chegou a US$ 56,0 bilhões, bem superior aos US$ 24,5 bilhões de 2023. A tendência de crescimento do déficit em porcentagem do PIB continua, para agora alcançar a marca de 2,6%. O valor em dólares do déficit em conta corrente acumulado em doze meses continuou a se aproximar do investimento estrangeiro direto, mas ainda há folga no financiamento do déficit em conta corrente pelo investimento direto, uma vez que o IDP acumulado em doze meses ainda é superior ao déficit em CC na mesma métrica.

Essa forte queda do saldo de 2024 em relação à 2023 tem relação com o alto nível de demanda, o que impactou substancialmente duas aberturas: i) a balança comercial, com queda do seu superávit de US$ 92,3 bilhões no acumulado de 2023 para US$ 66,2 bilhões em 2024, devido ao expressivo avanço das importações, e a conta de serviços, que apresentou retração no seu saldo de -US$ 39,9 em 2023 para -US$ 49,7 bilhões em 2024. A remessa líquida de renda primária, por outro lado, se reduziu de US$ 79,5 bilhões em 2023 para US$ 75,4 bilhões em 2024, enquanto renda secundária apresentou desempenho semelhante ao ano passado, com pequeno superávit de US$ 2,9 bilhões.

1 – Em 2024, o Brasil exportou US$ 337,1 bilhões e importou US$ 262,5 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 74,6 bilhões. Cabe lembrar que 41,29% do saldo positivo foram obtidos com a China.

2 – Em 2024, o Brasil exportou para a China US$ 94,4 bilhões e importou US$ 63,6 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 30,8 bilhões.

3 – Em 2024, o Brasil exportou para os Estados Unidos US$ 40,3 bilhões e importou US$ 40,6 bilhões, gerando um saldo na balança comercial negativo para o Brasil de US$ 0,8 bilhão.

4- Em 2024, o movimento corrente da balança comercial (exportações mais importações) cresceu 3,3% em relação ao ano de 2023. Com redução das exportações em -0,8% e aumento das importações em 9,0%, e redução do saldo comercial de -24,6%.

Na conta de serviços, o déficit acumulado de US$ 49,7 bilhões correspondeu ao maior desde 2014. Essa tendência de crescimento do déficit é vista desde 2020. Os principais destaques do ano nesta conta foram as atividades de demais serviços, com expressivo aumento em relação à 2023, puxado pela rápida ampliação das remessas de serviços de propriedade intelectual (que chegou a um déficit de US$ 8,6 bilhões neste ano), de aluguel de equipamentos (que registraram -US$ 7,1 bilhões no em 2024), e serviços culturais, pessoais e recreativos (que registraram -US$ 4,7 bilhões, com destaque para as remessas relacionadas às apostas eletrônicas). O déficit na atividade de Aluguel de equipamentos foi o segundo maior no ano, com clara tendência de avanço desde o início de 2024.”

De acordo com o Bacen, são as seguintes as principais estatísticas do setor externo brasileiro em 2024:

  1. Balanço de pagamentos

As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$ 9,0 bilhões em dezembro de 2024, ante déficit de US$ 5,6 bilhões em dezembro de 2023. Na comparação interanual, o superávit comercial diminuiu US$ 4,3 bilhões; o déficit em serviços aumentou US$ 1,0 bilhão; o déficit em renda primária diminuiu US$ 1,5 bilhão; e o superávit em renda secundária aumentou US$ 360,0 milhões.

No ano de 2024, o déficit em transações correntes somou US$ 56,0 bilhões (2,55% do PIB), ante US$ 24,5 bilhões (1,12% do PIB) em 2023. O aumento de US$ 31,4 bilhões no déficit deveu-se à redução de US$ 26,1 bilhões no superávit da balança comercial e ao crescimento de US$ 9,8 bilhões no déficit de serviços, parcialmente compensados pela redução no déficit de renda primária, US$ 4,1 bilhões, e pelo aumento no superávit de renda secundária, US$ 367,0 milhões.

A balança comercial de bens foi superavitária em US $4,3 bilhões em dezembro de 2024, ante saldo positivo de US $8,6 bilhões em dezembro de 2023. As exportações de bens totalizaram US$ 25,1 bilhões, redução de 13,2% na comparação interanual, enquanto as importações de bens aumentaram 2,3%, na mesma base de comparação, totalizando US$20,8 bilhões.

No ano de 2024, a balança comercial registrou superávit de US$ 66,2 bilhões, redução de 28,2% em relação a 2023. As exportações de bens somaram US$ 339,8 bilhões, redução de 1,2%, e as importações somaram US$ 273,6 bilhões, aumento de 8,8%.

O déficit na conta de serviços totalizou US$ 4,6 bilhões em dezembro de 2024, 27,3% superior ao déficit de US$ 3,6 bilhões registrado em dezembro de 2023. A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 1,4 bilhão, aumento de 27,0% na comparação com dezembro de 2023, impulsionadas pelas elevações do volume importado e do custo de frete. Os serviços de propriedade intelectual registraram despesas líquidas de US$ 841,0 milhões, aumento de 14,6% ante US$ 733,0 milhões em dezembro de 2023. As despesas líquidas com viagens internacionais alcançaram US$ 568,0 milhões, aumento de 23,7% em relação a dezembro de 2023, com acréscimos de 16,0% nas receitas (para US 721 milhões) e de 19,2% nas despesas (para US$ 1,3 bilhão).

No ano de 2024, o déficit em serviços somou US$ 49,7 bilhões, aumento de 24,7% comparativamente ao déficit em 2023, US$ 39,9 bilhões. Destacaram-se os aumentos das despesas líquidas de serviços de propriedade intelectual, US$ 3,2 bilhões; transportes, US$ 2,4 bilhões; serviços de telecomunicação, computação e informações, US$ 1,5 bilhão; e aluguel de equipamentos, US$ 1,4 bilhão. A receita líquida de outros serviços de negócio recuou US$ 1,7 bilhão.

O déficit em renda primária somou US$ 9,1 bilhões em dezembro de 2024, redução de 13,8% comparativamente ao déficit de US$ 10,6 bilhões em dezembro de 2023. As despesas líquidas com lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 4,1 bilhões, inferiores aos US$ 4,6 bilhões registrados em dezembro de 2023. Na comparação interanual, as despesas e as receitas brutas com lucros e dividendos aumentaram 3,3% e 34,7%, respectivamente. As despesas líquidas com juros somaram US$ 5,1 bilhões em dezembro de 2024, US$ 1,0 bilhão inferiores às registradas em dezembro de 2023.

Em 2024, o déficit em renda primária totalizou US$ 75,4 bilhões, 5,1% inferior ao déficit de US$ 79,5 bilhões registrado em 2023. As despesas líquidas de lucros e dividendos de investimento direto e em carteira somaram US$ 45,6 bilhões em 2024, 8,9% abaixo dos US$ 50,0 bilhões em 2023. As despesas brutas recuaram US$ 1,5 bilhão, enquanto as receitas brutas aumentaram US$ 3,0 bilhões, na mesma comparação. As despesas líquidas de juros somaram US$ 30,3 bilhões em 2024, aumento de 1,9% em relação aos US$ 29,7 bilhões em 2023. Em 2024 houve crescimentos de 4,6% nas receitas brutas de juros, para US$ 10,5 bilhões, e de 2,6% nas despesas brutas de juros, para US$ 40,8 bilhões.

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 2,8 bilhões em dezembro de 2024, ante saídas líquidas de US$ 2,0 bilhões em dezembro de 2023. Os ingressos líquidos em participação no capital atingiram US$ 4,8 bilhões, compostos por US$ 4,5 bilhões em participação no capital exceto lucros reinvestidos, e US$ 296,0 milhões em lucros reinvestidos. As operações intercompanhia totalizaram saídas líquidas de US$ 2,0 bilhões.

No ano de 2024, o IDP totalizou US$71,1 bilhões (3,24% do PIB), aumento de 13,8% em relação a 2023, em que totalizou US$ 62,4 bilhões (2,85% do PIB). O ingresso líquido em participação no capital somou US$60,1 bilhões, aumento de 13,7%, com incremento de 57,0% em reinvestimentos e recuo de 15,2% em ingressos de investimentos exceto lucros reinvestidos. O ingresso líquido em operações intercompanhia somou US$ 11,0 bilhões, aumento de 14,6%.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$ 12,6 bilhões em dezembro de 2024, compostos por saídas líquidas de US$ 8,1 bilhões em ações e fundos de investimento e saídas líquidas de US$ 4,5 bilhões em títulos de dívida.

No ano de 2024, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram saídas líquidas de US$ 4,3 bilhões, resultado de saídas líquidas de US$ 17,1 bilhões em ações e fundos de investimentos e ingressos líquidos de US$ 12,8 bilhões em títulos de dívida. Em 2023, os ingressos líquidos somaram US$ 10,6 bilhões, com ingressos de US$ 803,0 milhões em ações e fundos de investimentos, e de US$ 9,8 bilhões em títulos de dívida.

  1. Reservas internacionais

As reservas internacionais somaram US$ 329,7 bilhões em dezembro de 2024, redução de US$ 33,3 bilhões em relação ao mês anterior. Contribuíram para reduzir o estoque de reservas a liquidação de vendas à vista, US$ 19,8 bilhões; a concessão de linhas com recompra, US$ 11,0 bilhões; e as variações por preços, US$ 1,5 bilhão, e por paridades, US$ 1,4 bilhão. As receitas de juros contribuíram para elevar o estoque em US$ 754,0 milhões.

MERCADOCOMUM estará circulando, em dezembro, com uma edição especial impressa e outra eletrônica trazendo matérias sobre os premiados, as empresas/instituições e personalidades – destacando a relevância desta iniciativa para a economia e o desenvolvimento de Minas Gerais. Cabe, ainda ressaltar, a importância da realização desse evento, que reúne expressiva parcela formadora do PIB mineiro e obtém ampla repercussão na mídia em geral. Nesta edição especial constará o descritivo do XXVIII Ranking de Empresas Mineiras, listando-se as Maiores Empresas de Minas – em ordem alfabética, por setor econômico, receita operacional líquida, resultado, patrimônio líquido e ativos totais, entre outros.

MercadoComum, ora em seu 31º ano de circulação e em sua 336ª edição é enviado, mensalmente, a um público constituído por 121 mil pessoas formadoras de opinião em todo o país diretamente, via email e Linkedin, Whatsapp,Telegram, além de estar disponibilizado, para acesso, o seu site www.mercadocomum.com, juntamente com as suas edições anteriores. 

De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período.

 

De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve - de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período
De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período

 

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