Esse tipo de negócio é crescente; o investidor diversifica a carteira e dolariza o patrimônio em busca de segurança
Adquirir um imóvel no exterior faz parte da “lista dos sonhos” de muitos brasileiros e os Estados Unidos estão entre os destinos preferidos para investir no mercado imobiliário internacional. Além de diversificar os investimentos em uma das moedas mais fortes do mundo, ao dolarizar o patrimônio é possível obter boa rentabilidade no médio e longo prazo, mesmo com os juros ainda em alta por lá.
Adquirir um imóvel no exterior não envolve grandes segredos. O mercado oferece múltiplas modalidades de financiamento, desde corretoras especializadas até plataformas digitais que possibilitam a compra de um bem nos Estados Unidos, mesmo morando no Brasil.
De acordo com a National Association of Realtors (que reúne corretores de imóveis de várias regiões), é crescente o interesse dos estrangeiros no mercado imobiliário. Os brasileiros respondem por 3% das transações, o que faz com que seja o quinto maior grupo, com base nas informações de 2022. Um ano antes, o percentual brasileiro era de 1%.
Dados mais recentes apontam que os brasileiros compraram 3,2 mil imóveis, com valor médio de US$ 500 mil. O campeão é a Flórida (em especial a região sul), com 55% dos negócios.
Bem posicionados no ranking de compradores estrangeiros na Flórida, os brasileiros normalmente compram os imóveis mais caros. A média é de US$ 460,7 mil, o que corresponde a aproximadamente R$ 2,4 milhões. Do total, 46% dos contratos são financiados – a maioria de casas.
Outro levantamento que demonstra a vontade de expandir horizontes é da FB Capital, especializada em intermediações de operações de câmbio, que aponta que os recursos destinados a este fim chegaram a US$ 60 milhões no primeiro semestre de 2023, alta de 30% em comparação a igual período de 2022.
O mercado oferece algumas opções que possibilitam ampliar o leque financeiro e facilitar a compra de imóveis no exterior. A Bricksave, por exemplo, é uma plataforma que fornece acesso direto a imóveis selecionados. Segundo Sofia Gancedo, cofundadora e COO da Bricksave, a compra de imóveis combina renda com aluguel com tempo de valorização do ativo.
Ela explica que a empresa “oferece ao brasileiro a possibilidade de comprar propriedades residenciais em cidades como Miami, Chicago, Detroit ou Viena, no conceito turn-key (chave na mão), sem custos administrativos adicionais ou necessidade de deslocamento até o local. Sofia lembra que o brasileiro sempre teve a sensação de que imóveis representam segurança. “E, na hora de dolarizar o patrimônio, é natural priorizar o mercado imobiliário”, destaca.
Outra modalidade disponível é a Foreign National Loan, que tem o objetivo de fazer financiamentos para estrangeiros. O interessado precisa dar uma entrada, normalmente de 25% do valor total, e oferecer garantias de que tem capacidade financeira para arcar com as prestações, num prazo que varia entre 15 e 30 anos. A taxa de juros é de aproximadamente 6,79% e a avaliação do imóvel não pode ultrapassar US$ 1 milhão.
Algumas dicas dos especialistas:
– O mercado imobiliário nos Estados Unidos é diferente do Brasil. As leis são rigorosas, transparentes, e não há possibilidade de se conseguir “vantagem fiscal”. É comum pedirem duas parcelas do financiamento, como uma espécie de cheque caução. O pagamento em espécie não é permitido, para evitar a lavagem de dinheiro.
– Comprar e alugar por temporada é um dos objetivos de muitos que compram um imóvel em Orlando, na Flórida, um dos destinos preferidos dos brasileiros. Quando não estão no local, é possível ganhar dinheiro com o bem. As leis de Orlando permitem a locação por temporada. No entanto, diversas outras cidades estadunidenses oferecem boas oportunidades de compra. Para acertar na escolha, recomenda-se buscar profissionais especializados que acompanham o mercado local para identificar as melhores oportunidades em determinado momento.
– A “animação” na hora de comprar o imóvel não pode ser maior do que o planejamento. É preciso fazer as contas e checar se o valor da entrada cabe no bolso e quanto será necessário financiar, além de consultar o crédito pré-aprovado. Isso tudo pode ajudar na escolha de regiões e tipos de imóveis.
– Uma dúvida comum: quem compra um imóvel nos Estados Unidos não leva junto o Greencard.
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