Dados são do Consumer Thermometer, elaborado pela Kantar
A perspectiva de otimismo que começou a ser desenhada no segundo semestre de 2018 não conseguiu se manter nos primeiros momentos de 2019. Com a taxa de desemprego em alta – atingindo mais de 13 milhões de pessoas -, e o atraso na aprovação das reformas políticas, o consumo apresentou desempenho negativo em fevereiro. É o que aponta o Consumer Thermometer, elaborado pela Kantar. De acordo com o estudo, nos 12 meses terminados em fevereiro de 2019 houve queda de 1,3% nas unidades levadas para casa pelos brasileiros na comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso ocorre como consequência de uma redução de 0,5% na frequência de compras e 3,3% no volume médio levado por visita.
Quando analisado o acumulado do ano (janeiro + fevereiro), o declínio de unidades chega a 5,2% versus os mesmos meses de 2018. Frequência e volume por viagem também se destacaram negativamente, com diminuição de, respectivamente, 2,2% e 5,7% no período. No recorte dos três meses até fevereiro de 2019, os índices negativos se repetem.
O recuo em unidades foi sentido em todas as classes sociais e também em todas as regiões do país, segundo demonstra o levantamento. A totalidade dos períodos analisados apresentou queda para a classe AB e C. Apenas a DE conseguiu um ligeiro aumento de 1,6% nos 12 meses terminados em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior. Na análise das regiões, o Interior de São Paulo se destacou negativamente, perdendo 10,3% nos dois primeiros meses do ano.
Em relação aos canais, o atacarejo seguiu firme e forte como o grande destaque, com o porta a porta perdendo grande participação. Hipermercados, supermercado de conveniência e supermercado de vizinhança também acumularam quedas.
Na análise das cestas, o Consumer Thermometer aponta que alimentos, bebidas, lácteos, limpeza e higiene e beleza perderam penetração em todos os recortes estudados.
“O cenário atual tem como protagonista um consumidor que, ainda em meio às incertezas políticas e econômicas e também impactado pela alta taxa desemprego, precisou retrair as compras. E isso não ocorreu apenas nas classes mais baixas, sendo sentida por todas as camadas da população”, analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e Insights da Kantar. “Além disso, os consumidores continuam endividados, o que afeta ainda mais o potencial de consumo”, completa.
Os dados são do Worldpanel FMCG, que monitora os hábitos e comportamento de compra de consumidores e shoppers em todo o Brasil.
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