Especialmente elaborado para esta edição de MercadoComum, a RC Consultores apresenta, a seguir, o Cenário Econômico brasileiro para o ano de 2025, com ênfase na capacidade de crescimento da atividade econômica.
Para isso, destaca quatro grandes grupos de indicadores que influenciam a atividade do país, conforme quadro abaixo.
O Consumo Privado é o grupo mais relevante para o crescimento de curto prazo (2025), refletido pela capacidade de consumo das famílias e empresas brasileiras, com destaque para os indicadores de emprego, renda e confiança. Na sequência, temos o Consumo Público , refletindo o impacto gerado pelo setor público na demanda total do país, com reflexos diretos nas contas públicas e endividamento sobre o PIB. Os Investimentos são um grupo fundamental para o bom desempenho da atividade econômica sobretudo a mais longo prazo, com impactos decisivos no futuro da produção nacional. Os indicadores de juros, de crédito e confiança, nesse caso, são cruciais para o avanço dos investimentos. Por fim, temos a influência das Exportações e Importações na nossa economia, reagindo às condições do Setor Externo.
Projeções Econômicas 2025 – Resumo
A economia brasileira bateu a maioria das previsões em 2024, e não foi apenas no PIB. Diversos indicadores tiveram suas projeções ajustadas pelo painel FOCUS e por consultorias de bancos, principalmente a partir de abril de 2024. (Verificar no nosso Informe RC semanal sobre o Boletim Focus).
O boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC, com a médias das projeções econômicas do mercado, mostrou uma sequência de ajustes, todos para cima, do PIB. Em janeiro/24 a expectativa era de alta de apenas 1,5%. Na primeira semana de novembro, o crescimento do PIB do painel Focus já alcançava 3,10%. A RC Consultores espera um avanço ainda maior do PIB em 2024 (+3,40%).
Em 2025 a economia seguirá avançando, porém com nítida desaceleração ao longo do 2º semestre do próximo ano. Desta forma, a RC projeta um crescimento do PIB de +2,80% em 2025, acima da expectativa atual do mercado, situada em +1,98%.
A inflação também subiu em todas as projeções, com alta probabilidade de fechar os anos de 2024 e 2025 acima do teto da meta estabelecida pelo BC. Atualmente a meta é de 3,0% a.a., podendo variar 1,5 p.p. para cima ou para baixo. Como consequência dessa “desancoragem” das expectativas, o Copom iniciou um novo ciclo de alta dos juros Selic, devendo fechar 2024 com taxa de 11,75% ao ano. Para 2025 são favas contadas que novas altas da Selic sejam anunciadas ao longo do 1º semestre, para enfim encerrar o ciclo de alta no patamar de 12,75%. A RC espera que os juros voltem a cair ainda em 2025, no último trimestre do ano, finalizando 2025 com Selic de 12,25% a.a.
O desequilíbrio fiscal se agravou em 2024, mesmo com o avanço das arrecadações públicas. Em 2025, a situação ficará ainda mais delicada. Os gastos do setor público crescem em ritmo duas vezes maior que o das receitas, que andam mais coladas ao avanço do PIB. O “arcabouço fiscal” do governo Lula se mostrou ineficaz, e os possíveis cortes a serem anunciados pelo Governo Federal serão apenas paliativos. O déficit primário seguirá presente, podendo alcançar, em nossa previsão, até 1,30% do PIB em 2025, com impacto direto sobre a Dívida Líquida, que saltará para o patamar de 67,5% do PIB. A dívida bruta seguirá em alta, chegando a 82,5%. Os fatores de impulsão do déficit primário em 2025 serão, principalmente, as vinculações orçamentárias ao salário mínimo, a indexação de despesas à receita e a pressão previdenciária.
Por fim, a taxa de câmbio continuará exposta ao cambaleante quadro fiscal brasileiro, que eleva a percepção de risco da economia brasileira e a transmite à cotação do dólar. Por outro lado, as estatísticas do setor externo seguem robustas e as reservas continuam confortáveis, sem qualquer indício de um cenário de ruptura para o Real. A influência do câmbio será, sobretudo, sobre os preços no atacado e, destes, para o IPCA.
As medidas esperadas pelo novo presidente eleito dos Estados Unidos devem valorizar o dólar americano em relação às demais moedas do mundo, com impacto relevante sobre os emergentes. Neste ambiente, a RC espera um equilíbrio instável dentre esses diversos fatores de alta e de baixa, com o Real oscilando no patamar médio de 5,60 por dólar ao longo de 2025.
Destaques gerais do cenário econômico brasileiro em 2025
Panorama norte-americano: vitória de Trump e reflexos para o Brasil e o mundo
O 47º presidente dos EUA – Donald Trump – obteve um regresso à Casa Branca antes tido como improvável, até pelo acúmulo de suas condenações na Justiça americana. Foi um retorno estupendo, o que confere a Trump um capital político inicial enorme. Ele terá largo espaço de manobra no Congresso americano, apesar da retórica dura e opiniões que repeliam amplos segmentos do eleitorado. A maioria em ambas as Casas do Congresso está assegurada.
Quem são os principais perdedores e ganhadores com sua vitória Considerando seu histórico e promessas eleitorais, Trump seguirá uma linha populista e “imperial” (lembra, de longe, a era Reagan, mas a comparação fica por aqui). Trump tentará proteger as indústrias locais e seus empregos. O custo da produção doméstica fatalmente subirá em vários segmentos. Seu principal alvo de disputa será a China, que poderá encarar tarifas de até 60% em seus produtos. Esse será mais um fator de pressão sobre os preços internos.
Portanto, no balanço de impactos imediatos, os empregos industriais americanos são protegidos à custa do consumidor interno. Com mais inflação, o valor real da dívida do Tesouro tende a cair, aliviando o peso de possível alta dos juros. A China, perdedora, já busca abrir novos mercados por meio de alianças, como veio mostrar na reunião do G20. Tais esforços podem transformá-la em ganhadora líquida mais à frente. A ampliação de parceiros na Nova Rota da Seda é exemplo desse projeto maior.
No outro extremo, a Europa sai prejudicada, não só porque também sofrerá aumento das tarifas de importação americanas, embora menores que as da China, mas também porque a contribuição financeira dos EUA para a OTAN deve diminuir, implicando mais desembolso dos estados membros europeus em gastos de defesa.
Então, o público americano é o grande ganhador? Nem tanto. Esperamos um aumento da inflação americana no curto-médio prazos e, talvez, uma política monetária mais apertada, muito embora a pressão de Trump para uma rápida descida dos juros será bastante forte. O relevante é que os EUA, como grande endividado em dólares, não ficará mal se o valor real dessa enorme dívida for parcialmente diluído pela inflação.
O Brasil, como fica Melhor perguntar: onde fica Trump responderia, com sarcasmo, que o Brasil fica próximo da Argentina, seu momentâneo xodó. Hoje, portanto, o Brasil está fora do radar. Esse cenário de “apagamento” do Brasil não deverá se alterar em 2025 apesar do esperneio de Lula e seus assessores externos. No entanto, a proximidade do Brasil com a China pode até resultar benéfica se nossa quase desaparecida política de comércio exterior conseguir tirar vantagem de uma provável redução dos fluxos bilaterais China-EUA, sobretudo de produtos primários, que exportamos, e de novas tecnologias embarcadas em bens que adquirimos da China.
No cenário global de 2025, tudo vai depender da disposição de Trump em querer gastar e se desgastar. Ele não parece disposto a nenhuma das duas alternativas. No Oriente Médio, a posição pró-Israel não significa que endossará seu aliado na recente escalada do conflito. Na Europa, ainda é incerto seu posicionamento em relação à Ucrânia. Uma aposta realista é perceber que Trump não tem seu coração na “injustiça” da invasão russa. Trump poderá sugerir a Zelensky que este ceda parte de seu território à Rússia. No Mar da China Meridional, Trump deverá manter a atual política de proteção a Taiwan. A ver se a China continuará apenas com sua forte narrativa em retomar esse território ou se vai subir o tom, elevando a tensão na área. Trump está furos distante de ser um pacifista. Mas seu foco na “reconstrução” interna poderá significar que ele vai acabar posando na grande mídia como um pacificador “por acaso”.
Panorama europeu – ventos gelados sopram a Europa
O desaquecimento da Alemanha, maior economia europeia, que já virou recessão, vem de dois anos atrás. Têm ocorrido demissões massivas nas maiores empresas. A Alemanha não tem conseguido regressar à pujança que lhe deu lugar de destaque no quadro mundial, sobretudo pelas exportações industriais, onde despontaram a China como principal parceiro comercial e a Rússia no fornecimento energético (o pipeline de gás). Somam-se agora duas graves crises: política e econômica. A recente demissão do ministro liberal das Finanças foi, na verdade, decorrência da impossibilidade de fechar um enorme buraco orçamentário nas contas de 2025, com os partidos em desacordo total sobre os passos necessários para estimular o crescimento.
A dupla crise na Alemanha eclode num mau momento para a Europa, após a eleição de Trump. O colapso do governo alemão acaba sendo um “ataque cardíaco” para Europa, dado que é a potência mais importante e a parceira mais forte e confiável dentro do bloco. É presumível que a Zona do Euro sofra um revés em 2025 na esperada retomada econômica da região. Um Plano Draghi foi apresentado ao Parlamento Europeu com um roteiro de reconstrução industrial 5.0. Mas é incerto se haverá consenso para implantar as ações propostas.
Esforço de guerra: com o provável aumento dos recursos tributários agora direcionados para a segurança militar (leia-se, reforço ao orçamento de defesa via OTAN) vários investimentos estatais dos países membros tendem a ser adiados provocando maior desaceleração econômica e aumentando o desemprego.
No plano político, os partidos de direita e extrema direita seriam os maiores beneficiários com as eleições na Alemanha, segundo alguns institutos de pesquisa. Afinal, a onda conservadora que varreu os Estados Unidos tende a chegar no continente europeu. Somando tudo, não poderemos contar com a demanda europeia em 2025. Ventos gelados sopram de lá.
Atividade econômica no Brasil em 2025
PIB do Brasil surpreendeu em 2024
O país terá o mesmo cenário em 2025, com crescimento de 2,8%
O desempenho econômico surpreendeu em 2024 no Brasil. Os analistas econômicos estavam pessimistas em Jul/23, quando esperavam alta de apenas 1,2% do PIB. A correção das projeções foi rápida, começando a partir de abr/24. A última projeção do Focus do BC já indica uma alta 3,10% em 2024. Para o ano de 2025, os economistas seguem cautelosos, com expectativa de avanço de 1,98%. A RC Consultores projeta avanço mais acentuado do PIB, atingindo o patamar de 2,8% em 2025.
O Consumo das Famílias é o grande destaque positivo, com avanço anualizado de 3,7% até o 2º semestre de 2024, seguido de perto pelo consumo do governo, em 2,4%. Este cenário será mantido no próximo ano, pelo menos até o final do 1º semestre. A RC Consultores projeta desaceleração da atividade econômica no Brasil ao longo do 2º semestre de 2025, que é notícia ruim, no âmbito político, para o presidente Lula, que terá que enfrentar outro ano eleitoral em 2026 em meio a uma desaceleração forçada da economia em razão da escalada de juros já deflagrada desde agora pelo BC.
Agro e Serviços serão o destaque positivo em 2025
O setor Agropecuário segue sendo o mais dinâmico e competitivo do Brasil. Nada mudará em 2025. A safra de grãos de 23/24 sofreu forte impacto do clima, com secas prolongadas no Centro-Oeste e excesso de chuvas na região Sul, resultando num tombo de 6,9% em referência à safra recorde de 22/23. Para a safra 24/25, a CONAB estima produção total de 322,4 milhões de toneladas, um avanço de 8,3%, com impactos positivos diretos no PIB e, sobretudo, por todo o interior que, no momento, sofre parcialmente pela situação financeira apertada dos produtores rurais alavancados em financiamentos da safra passada. A queda do Real frente ao dólar também colabora para a recuperação financeira em curso.
Além disso, o setor de Serviços, o mais relevante da economia, começou a melhorar sua performance, com avanço de 2,3% em set/24. Em 2025, o ritmo de crescimento tende a subir, finalizando o ano no patamar de 3,3%. O setor irá se apropriar do bom resultado do mercado de trabalho, que manterá em 2025 um ambiente de modo geral favorável aos trabalhadores-consumidores, com destaque ao longo do 1º semestre de 2025.
Consumo privado em 2025
Emprego e Renda em patamares recordes: mais lenha para o consumo
Estamos passando por um dos melhores momentos do emprego da história recente do Brasil. O número de pessoas ocupadas ultrapassou o patamar recorde de 100 milhões de indivíduos, catapultando a massa salarial para a dimensão mensal de R$ 333 bilhões. Ou seja, em termos anuais, temos hoje cerca de R$ 4 trilhões chegando no comércio varejista e nos diversos segmentos de serviços, resultantes apenas dos salários pagos ao pessoal ocupado no País. Somam-se a este montante todos os recursos decorrentes das aposentadorias e dos demais (e expressivos) programas de assistência social, correspondendo a algo em torno de mais R$ 2 trilhões em rendas de transferência.
É preciso alertar, no entanto, que este movimento de rápida melhora do mercado de trabalho, principalmente após a pandemia da Covid-19, perderá ritmo ao longo da passagem de 2025, embora em nível suficiente para gerar o combustível para um bom resultado das vendas no próximo ano. Como consequência teremos o nível de confiança dos consumidores ainda nas alturas na maior parte do ano, até que a alta de juros consiga “estragar a festa” do consumo.
Crédito e a pedra no sapato: juros altos e novas restrições
O endividamento e o comprometimento da renda das famílias preocupam, com nível elevado, restringindo um avanço mais consistente e duradouro da demanda privada. Estamos em mais um conhecido “voo de galinha” da economia brasileira. No momento, estamos voando, mas não será por muito tempo. A inadimplência está estabilizada (3,24% do total da carteira), embora em patamar elevado.
O custo do crédito no País é um problema estrutural, e o atual governo não demostra esforço ou conhecimento para resolver a questão. A trajetória de queda da Selic já foi interrompida pelo BC. Esse novo movimento de alta deverá seguir nos próximos meses, mas a RC espera a retomada dos cortes no final do próximo ano, quando ficar claro para o COPOM que a demanda agregada infletiu. Desta forma, a Selic deverá atingir 12,75% no final do 1º trimestre de 2025, podendo superar 13% na metade do ano, com o início do ciclo de queda ocorrendo no final do ano, para encerrar 2025 no patamar de 12,25%.
O ritmo do avanço das concessões de crédito bancário, tanto público como privado, será impactado pelo aumento das taxas de juros, mas seguirá no campo positivo em 2025. Não enxergamos uma ruptura no mercado de crédito neste momento, até porque os consumidores e empresários brasileiros já aprenderam a sobreviver neste ambiente avesso ao consumo e ao investimento. As instituições financeiras ficarão, no entanto, mais restritivas na análise do perfil de risco do tomador de crédito, inviabilizando muitos negócios.
Um exemplo dessas restrições é a redução da porcentagem de financiamento de imóveis residenciais anunciado pela Caixa Econômica Federal, que passará dos atuais 80% para apenas 70% no caso da tabela SAC, e de 70% para 60% na tabela Price, que é a mais utilizada por famílias de classes baixa e média de renda. Um duro golpe para o avanço deste setor, que hoje experimenta um avanço acentuado das concessões de crédito (+22%), assim com o setor de veículos (+36%).
Consumo público no Brasil em 2025
Desequilíbrio fiscal persiste, mesmo com arrecadação recorde
O ritmo das despesas do Governo Central não para de crescer. Em ago/24 o ritmo de avanços das despesas era o dobro das receitas, já desconsiderando o efeito da inflação (+14% em comparação com +7%). Este patamar de gastos é inviável no médio e longo prazos. No entanto, no curto prazo, o maior gasto público é um grande indutor de crescimento econômico, com reflexos diretos na expectativa de crescimento do PIB.
O forte desequilíbrio entre despesas e receitas resulta num acentuado déficit primário (-R$ 269 bi), elevando o pagamento total dos juros da dívida pública, que, em ago/24, já alcançava o patamar de R$ 768 bi. Assim, o déficit nominal (soma do déficit primário com os juros da dívida) está em patamar insustentável, próximo ao registrado durante a crise da Covid, superando R$ 1 trilhão.
O atual governo do presidente Lula não demonstra real interesse no reequilíbrio das contas, com forte resistência para apresentar um plano crível de corte de despesas. O caminho no próximo ano continuará sendo o do aumento da dívida pública, comprometendo ainda mais o crescimento econômico no médio e longo prazos.
Investimentos no Brasil em 2025
Juros pressionados inibem novos investimentos
O descontrole das contas públicas gera um impacto direto sobre os juros no Brasil, que hoje já ultrapassam o patamar de 7,5% reais, quando desconsiderada a inflação média esperada para os anos de 2024/25. É um patamar extremamente elevado, e insustentável no médio e longo prazos. No desespero, o Governo Federal deverá tomar algumas ações pontuais, na direção de corte de gastos, mas não deverá ser nada estrutural, ou seja, não terá repercussão permanente. O mercado financeiro deverá aliviar a pressão sobre os juros nos próximos meses, mas não devemos esperar um juro real abaixo de 6,0% a.a. em 2025.
Como consequência, teremos ainda grandes dificuldades para elevar o nível de investimentos no país. Atualmente estamos investindo o equivalente a 16,6% do PIB. Esse percentual mal cobre a reposição do estoque de capital em máquinas, prédios e infraestruturas do País. Antes da crise de 15/16 o patamar chegou a encostar em 21%. Infelizmente, teremos grandes dificuldades para obter uma alta consistente dos investimentos em 2025. A nossa expectativa é de que ocorram avanços pontuais, com empresas repondo e atualizando suas estruturas produtivas, além de investimentos concentrados em setores com elevada vantagem comparativa, como é a agropecuária, energias renováveis, além de infraestrutura logística e de telecomunicações.
Aumento de concessões e privatizações potencializam investimentos nos estados e municípios
Ao longo dos últimos anos, presenciamos o avanço das parcerias público-privadas nos estados e municípios brasileiros. Este movimento tende a continuar, uma vez que os riscos destas operações estão cada vez mais equacionados, após anos de aprendizado. É uma injeção direta de recursos privados na economia, voltada para o investimento. Muitos setores serão agraciados, como saneamento básico, transportes públicos e energético, com novas frentes surgindo na educação e saúde pública. Num momento de fragilidade fiscal do setor público, esse ângulo positivo do gasto dos entes sub-nacionais é um cenário imprescindível para o avanço da massa dos investimentos no Brasil em 2025, com reflexos diretos no PIB.
Setor Externo (Exportações e Importações)
Menor crescimento da China e política externa de Trump impactam nossas exportações
A pauta de exportações brasileiras não apresentará mudanças drásticas em 2025. A China será nosso maior parceiro, demandando as commodities do setor agropecuário e de mineração. O menor crescimento chinês deverá reduzir o ímpeto por estes produtos, mas sem uma ruptura nos fluxos atuais. O setor de carnes, especialmente a bovina, terá significativo avanço de preços, empurrando o IPCA brasileiro. Nas demais commodities agrícolas, poderemos registrar alguma desvalorização das cotações internacionais, em função da expectativa de uma safra recorde no Brasil. Neste sentido, é plausível esperar redução do nível de superávit da balança comercial em 2025.
Por outro lado, a vitória de Trump poderá reforçar os laços do Brasil com a China. O Republicano defendeu ao longo da campanha o aumento de tributos para os produtos importados chineses, aumentado a tensão comercial entre EUA e China. O Brasil poderá, neste cenário, ganhar a preferência chinesa para alguns dos seus produtos, fortalecendo o potencial de crescimento do volume exportado ainda em 2025. Para isso, deve ser positiva a visita de Estado do líder chinês Xi-Jinping ao Brasil na esteira da participação deste na reunião do G20.
Real fragilizado em 2025, mas sem crise cambial
O Real registrou forte desvalorização em 2024, saindo de R$/US$ 4,89 no primeiro dia do ano para R$ 5,81 no início de novembro. Para 2025 enxergamos um ambiente menos “conturbado” para o Real, com expectativa de cotação média ao longo do próximo ano de R$ 5,60.
A deterioração da credibilidade na gestão fiscal terá seu ápice no final de 2024. Não teremos uma solução definitiva para a questão fiscal em 2025, mas o Governo Lula acabará sendo obrigado a demostrar uma maior preocupação com o tema, e apresentar programas pontuais de cortes de gastos. A economia seguirá crescendo acima da expectativa atual do mercado (medida pelo painel FOCUS). Tal crescimento também continuará contribuindo para o aumento da arrecadação fiscal e a acomodação da relação Dívida Pública/ PIB, embora num patamar bastante desconfortável
A RC Consultores elaborou este estudo com dados disponíveis até 20/Nov/ 2024. Apesar de cuidar da exatidão desses dados, a RC Consultores não se responsabiliza pela total precisão das informações que poderão, eventualmente, estar incompletas e / ou resumidas. A RC Consultores também não se responsabiliza por qualquer operação que venha a ser feita considerando os prognósticos sobre o comportamento dos ativos / indicadores aqui mencionados.
MERCADOCOMUM estará circulando, em dezembro, com uma edição especial impressa e outra eletrônica trazendo matérias sobre os premiados, as empresas/instituições e personalidades – destacando a relevância desta iniciativa para a economia e o desenvolvimento de Minas Gerais. Cabe, ainda ressaltar, a importância da realização desse evento, que reúne expressiva parcela formadora do PIB mineiro e obtém ampla repercussão na mídia em geral. Nesta edição especial constará o descritivo do XXVIII Ranking de Empresas Mineiras, listando-se as Maiores Empresas de Minas – em ordem alfabética, por setor econômico, receita operacional líquida, resultado, patrimônio líquido e ativos totais, entre outros.
MercadoComum, ora em seu 31º ano de circulação e em sua 336ª edição é enviado, mensalmente, a um público constituído por 121 mil pessoas formadoras de opinião em todo o país diretamente, via email e Linkedin, Whatsapp,Telegram, além de estar disponibilizado, para acesso, o seu site www.mercadocomum.com, juntamente com as suas edições anteriores.
De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período.
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