*Por Cesar Vanucci

“De todos nós, é o nome dele que vai durar mil anos”.
(Afonso Arinos, referindo-se a Juscelino Kubitschek de Oliveira)

 Dou continuidade agora, como prometido, à reprodução das palavras que proferi na saudação ao novo acadêmico Carlos Alberto Teixeira de Oliveira em sua posse nos quadros da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais.

“Em pregação continua, no que fala e escreve, Carlos Alberto ganhou notoriedade por enfatizar a urgente, necessária e inadiável retomada do crescimento econômico como saída para as crises. Explica que essa é a maneira única, insubstituível, de fazer com que o Brasil consiga galgar degraus na escalada em direção aos patamares de progresso que lhe estão reservados, previstos numa vocação de grandeza antevista pela História e calcada nas potencialidades sem par das riquezas naturais que possuímos e virtualidades de nosso povo, criativo e generoso.

O currículo de Carlos Alberto é um “nunca acabar” de citações acerca de funções relevantes públicas e privadas, exercidas sempre com elevada competência. Secretário de Estado em mais de uma pasta, presidiu o BDMG e a Associação Brasileira de Instituições de Desenvolvimento. Esteve à frente do Sebrae, Indi, Fundação João Pinheiro, Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, reitoria de universidade, antigos Bemge, Banco de Crédito Real e Banco Agrimisa. Participou de numerosos cursos de pós-graduação no país e no exterior. Entre as instituições financeiras em que trabalhou, figura o Safra Nacional Banco de Nova Iorque, do qual foi vice-presidente executivo. Preside na atualidade a Associação dos Economistas de Minas, o IBEF Nacional, e a MinasPart – Desenvolvimento Empresarial e Econômico Ltda, sendo ainda diretor geral da apreciada revista “Mercado Comum”. Acumulou em sua trajetória um sem número de títulos, condecorações e honrarias. É autor de vários livros, cabendo destaque a “JK 50 Anos de Progresso em 5 Anos de Governo” e “Economia com Todas as Letras e Números”.

Representando o município de Belo Horizonte na Municipalista, ele escolheu como patrono um personagem da maior envergadura cultural e política da história mineira: o saudoso Murilo Badaró, ex-deputado, ex-senador, ex-presidente da Academia Mineira de Letras, tribuno e escritor consagrado.

Meus Senhores e Minhas Senhoras, “De todos nós, é o nome dele que vai durar mil anos. Ele estará na memória das gerações por que sua aventura vital foi extraordinária.” O autor desta frase é Afonso Arinos, figura de proa na vida intelectual e política brasileira no século passado. As grandiloquentes referências contemplam ninguém mais, ninguém menos que Juscelino Kubitschek de Oliveira, nome indelevelmente envolto na reverência e na saudade nos lares e ruas brasileiras. Sugestivo anotar que Afonso Arinos foi adversário político e crítico da obra do cidadão cuja memória, num gesto que o engrandece, fez questão de enaltecer com as palavras reproduzidas.

Rogo, agora, especial atenção da distinta plateia. Ponham tento todos nas circunstâncias afortunadas desta festa de exaltação da cultura e da inteligência e de elevada evocação cívica com a qual a Amulmig recepciona o cidadão Carlos Alberto Teixeira de Oliveira. Aqui, neste recinto, simultaneamente com a posse do nosso novo acadêmico, adepto fervoroso da doutrina desenvolvimentista do presidente que fez o Brasil avançar meio século em cinco anos de governo, está sendo oficialmente lançado um livro magnífico. Livro que nos brinda com preciosas informações sobre a vida e obra de um cidadão dotado de sabedoria incomum, de espírito aberto, que provou exuberantemente ser este “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”, como está na bela canção popular, possuidor de todas as condições necessárias para se transformar na maior potência deste planeta azul.

A publicação “Juscelino Kubitschek. Profeta do Desenvolvimento – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI” oferece ao presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais ensancha oportunosa para revelações que constituem motivo de orgulho muito grande para a instituição. A sede da Amulmig, além de Casa de São Francisco, é também conhecida por Casa de JK. E por mais de uma razão, permitam-nos a gabação. Primeira razão: JK fez parte do quadro de associados da Amulmig. Segunda razão: a sede da Municipalista, no alto das Mangabeiras, próximo à praça Israel Pinheiro, também conhecida por praça do Papa, quase no sopé da majestosa Serra do Curral, fica localizada em prédio que pertenceu a JK e que conserva nas paredes traços arquitetônicos desenhados por Oscar Niemeyer, companheiro de Nonô na epopeia de Brasília e em muitas outras vitoriosas empreitadas políticas e culturais”.

Nos dizeres que virão na sequência, nesta divulgação do discurso que proferi na solenidade de posse ocorrida na Amulmig, serão relatados pormenores históricos relativos à eleição e posse (objeto de veto por parte do autoritarismo então vigente) de JK nos quadros acadêmicos.

* Jornalista ([email protected])

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