Em decisão unânime Copom ignora Lula e manteve a taxa Selic a 10,5% ao ano;
A despesas com juros nominais alcançaram R$781,6 bilhões (7,04% do PIB) nos últimos doze meses, até maio de 2024;
Déficit Nominal das contas públicas alcançou R$1.061,9 bilhões (9,57% do PIB) nos últimos doze meses, até maio de 2024;
Carlos Alberto Teixeira de Oliveira*
O Comitê de Política Monetária (Copom) o Banco Central interrompeu, no dia 19 de junho, o ciclo de flexibilização monetária ao manter a taxa básica Selic em 10,5% ao ano. A decisão, desta vez, foi unânime – e veio em linha a expectativa do mercado financeiro de que, para mitigar a desconfiança em relação ao seu comprometimento com o cumprimento das metas de inflação, o colegiado buscaria votar em ordem unida.
O Copom reduziu a taxa Selic durante as últimas sete reuniões. Foram 6 quedas de 0,50 p.p. (ponto percentual) e uma de 0,25 p.p. A taxa básica continua no patamar mais baixo desde dezembro de 2021, quando era de 9,25%. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Influencia diretamente as alíquotas que serão cobradas de empréstimos, financiamentos e investimentos. No mercado financeiro, impacta o rendimento de aplicações.
RANKING DOS JUROS REAIS – JUNHO DE 2024
(Descontando-se a inflação em % ao ano)
Ordem País Juros reais – %
01 Rússia 8,91
02 Brasil 6,79
03 México 6,52
04 Turquia 4,65
05 Indonésia 4,13
06 Hungria 3,60
07 Coreia do Sul 3,04
08 África do Sul 2,79
09 Hong Kong 2,66
10 Colômbia 2,66
Obs: O cálculo considera o “ex-ante” quando há
Estimativa dos juros reais para os próximos 12 meses
Fonte: MoneYou – Jason Vieira
A opção por interromper o ciclo de cortes da Selic ocorreu na esteira da avaliação de que “o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas [inflacionárias] desancoradas demandam maior cautela”.
O Copom notou, ademais, que houve “ampliação da desancoragem das expectativas de inflação”. Também indicou que “monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”. Ou seja, acompanha com preocupação como o aumento da desconfiança na condução da política econômica impacta os prêmios de risco e a taxa de câmbio.
O comunicado não sinalizou explicitamente os próximos passos do Copom, mas indicou que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”. Isso sugere ser provável que a Selic venha a ser mantida nos 10,5% ao ano por um período prolongado.
RANKING DOS JUROS NOMINAIS – JUNHO/2024
Ordem País Juros nominais – %
01 Turquia 50,00
02 Argentina 40,00
03 Rússia 16,00
04 Colômbia 11,75
05 México 11,00
06 Brasil 10,50
07 África do Sul 8,25
08 Hungria 7,25
09 Filipinas 6,50
09 Índia 6,50
Fonte: MoneYou – Jason Vieira
Outro indicativo de que o Banco Central parece inclinado a deixar a Selic estacionada por um período prolongado advém das projeções oficiais de inflação. Para além das projeções do cenário de referência tradicionalmente apresentadas, o Copom trouxe um “cenário alternativo”, que considera a Selic estável em 10,5% ao longo de todo o horizonte. Nesse cenário alternativo, a inflação chegaria a 3,1% ao final de 2025, um pouco acima do centro da meta, de 3%, sugerindo não haver espaço para queda adicional do juro básico no curto prazo.
A decisão unânime em favor da manutenção da Selic pode ajudar a apaziguar os ânimos nos mercados domésticos, podendo contribuir para amenizar a desconfiança dos agentes em relação ao comprometimento do Banco Central com o cumprimento do centro da meta de inflação. A LCA – uma renomada empresa de consultoria macroeconômica reconhece que será difícil desfazer rapidamente todo o estrago reputacional do Banco Central que ocorreu na esteira da decisão dividida de maio, das movimentações políticas de Roberto Campos Neto e das críticas de Lula ao atual presidente do Banco Central. Ela mantém a avaliação de que a descompressão cambial tenderá a ser lenta e irregular; e de que, a menos de um (pouco provável) refluxo consistente das expectativas inflacionárias, a taxa básica Selic será mantida nos atuais 10,5% até meados do ano que vem – quando a inflação de 2026 passará a preponderar como horizonte relevante nas decisões de política monetária.
Setor Público Consolidado brasileiro já gastou R$ 781,6 bilhões (7,04% do PIB) a título de juros nominais sobre a dívida pública nos últimos doze meses, até maio de 2024
No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 1.042,8 bilhões (9,41% do PIB), ante déficit nominal de R$ 1.061,9 bilhões (9,57% do PIB), até maio de 2024.
- Resultados fiscais
O resultado primário do setor público consolidado foi deficitário em R$63,9 bilhões em maio, ante déficit de R$50,2 bilhões no mesmo mês de 2023. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais registraram déficits respectivos de R$60,8 bilhões, R$1,1 bilhão, e R$2,0 bilhões. Em doze meses, o setor público consolidado acumulou déficit de R$280,2 bilhões, equivalente a 2,53% do PIB e 0,11 p.p. do PIB superior ao déficit acumulado nos doze meses até abril.
Os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por competência, somaram R$74,4 bilhões em maio de 2024, comparativamente a R$69,1 bilhões em maio de 2023. No acumulado em doze meses até maio deste ano, os juros nominais alcançaram R$781,6 bilhões (7,04% do PIB), comparativamente a R$695,6 bilhões (6,64% do PIB) nos doze meses até maio de 2023.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$138,3 bilhões em maio. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$1.061,9 bilhões (9,57% do PIB), ante déficit nominal de R$1.042,8 bilhões (9,45% do PIB) acumulado até abril de 2024.
- Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG)
A DLSP atingiu 62,2% do PIB (R$6,9 trilhões) em maio, elevando-se 0,7 p.p. do PIB no mês. Esse resultado refletiu em especial os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,6 p.p.), da desvalorização cambial de 1,3% no mês (redução de 0,2 p.p.), dos demais ajustes da dívida externa líquida (redução de 0,2 p.p.), e da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.). No ano, a DLSP elevou-se 1,2 p.p. do PIB, em função, sobretudo, dos impactos dos juros nominais (aumento de 3,2 p.p.), do reconhecimento de dívidas (aumento de 0,2 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 1,3 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial de 8,3% acumulada no ano (redução de 0,9 p.p.).
Ressalto, ademais, que já há muito tempo, o maior inimigo e que mais conspira contra o desenvolvimento nacional, em todos os seus setores, tem sido a política monetária adotada pelo país contemplando uma escandalosa taxa de juros real praticada, considerada elevadíssima e campeã absoluta em termos mundiais.
A taxa média real da SELIC – isto é – deflacionada pelo IPCA alcançou, em 2023, o maior nível desde 2006, conforme tabela apresentada a seguir:
*Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis, com vários cursos de pós graduação no Brasil e exterior. Ex-Executive Vice-Presidente e CEO do Safra National Bank of New York, em Nova Iorque, Estados Unidos. Ex-Presidente do BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais; Foi Secretário de Planejamento e Coordenação Geral e de Comércio, Indústria e Mineração; e de Minas e Energia do Governo de Minas Gerais; Também foi Diretor-Geral (Reitor) do Centro Universitário Estácio de Sá de Belo Horizonte; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Atualmente é Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais. Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico, Ltda. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente/Editor Geral de MercadoComum. Autor de vários livros, como a coletânea intitulada “Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento”.
_____________________________________________________________________________
Consultoria em desenvolvimento empresarial, com foco em cultura, liderança e resultados
Casa Meva Decor – Fábrica de Tapetes
Dra. Priscila Cartaxo – Dermatologista em Belo Horizonte
DR. FREDERICO CARTAXO – Nutrologia e Medicina do Esporte
As Melhores Baterias Automotivas para Seu Veículo em BH
Fábrica de Tapetes. Tapetes para sala, quarto, corredor, escritório, tapetes impermeáveis e antiderrapantes.
Construa sua Presença Online com Excelência | Quebrando Tabus
Projeto de arquitetura e design |Mozart Vidigal & Cristina Salles
Produtos do Galão Oficial CLUBE ATLÉTICO MINEIRO
Desconto Conta de Luz da Cemig
Chaozão – Fazendas Rurais à Venda no Brasil
———————————————————————————————————————————————————————————————————————————————
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Urologia Médico
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Psiquiatria Médico
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Pneumologia Médico
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Pediatria Médico
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Otorrinolaringologia Médico
Médico Otorrinolaringologia: Diagnóstico e tratamento de doenças do ouvido, nariz e garganta.
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Ortopedia Médico
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Oncologia Médico
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Oftalmologia Médico
Médico Oftalmologia: Diagnóstico e tratamento de doenças dos olhos e da visão.
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Nefrologia Médico
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Nefrologia Médico: Diagnóstico e tratamento de doenças dos rins.
Dr Pedro Benedito Batista Júnior – Infectologia Médico
———————————————————————————————————————————————————————————————————————————————
Chaozão – Fazendas Rurais à Venda no Brasil
À venda – Fazenda Haras na Região de Sapucaí Mirim, sul de Minas Gerais
À venda – Fazenda em Cocalinho – Mato Grosso
À venda – Fazenda em Confresa – Mato Grosso
À venda – Fazenda em Franca – São Paulo
À venda – Fazenda em Presidente Kennedy – Tocantins
À venda – Fazenda em Rio Acima – Minas Gerais
À venda – Fazenda em Goiás – Goiás
À venda – Fazenda em Talismã – Tocantins
À venda – Fazenda em São José do Xingu – Mato Grosso
À venda – Sítio em Inhumas – Goiás
Fazendas Rural à Venda no Brasil – Chaozão
———————————————————————————————————————————————————————————————————————————————
De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum
Rota
Mercado Comum: Jornal on-line - BH - Cultura - Economia - Política e Variedades
Fax: (0xx31) 3223-1559
Email: revistamc@uol.com.br
URL: https://www.mercadocomum.com/
Domingo | Aberto 24 horas |
Segunda | Aberto 24 horas |
Terça | Aberto 24 horas |
Quarta | Aberto 24 horas |
Quinta | Aberto 24 horas Abra agora |
Sexta | Aberto 24 horas |
Sábado | Aberto 24 horas |