Copom realizou quarta reunião do ano no dia 20 de junho. Juros altos e endividamento das famílias afasta empreendedores dos bancos
Pesquisas realizadas pelo Sebrae mostram que a alta taxa de juros praticada no Brasil tem feito com que os donos de pequenos negócios pensem mais na hora de buscar crédito. Nos meses de abril e maio deste ano, 73% dos empreendedores não buscaram crédito.
“O Brasil precisa voltar a crescer, e o Banco Central precisa ser mais sensível com os micro e pequenos empresários brasileiros. Com esses juros aí ninguém cresce, talvez nem o sistema financeiro, apenas alguns tubarões que estão ganhando muito, além disso, tomar crédito nesse ambiente é submetê-los à falência”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.
No dia 20 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realizou a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros. “Nós, do Sebrae, somos um forte apoio aos pequenos empresários e empreendedores brasileiros. Por isso, defendemos a redução da taxa de juros. Para ajudar o país crescer, os pequenos precisam ser prioridade. Os pequenos negócios geram 80% dos empregos brasileiros, em média, todos os meses. Com essa taxa nas alturas ninguém cresce, pelo contrário, muitos desistem de empreender”, acrescenta Décio Lima.
Em 2022, cerca de 7,6 milhões de empresas foram tomadoras efetivas de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Desse total, 7,3 milhões são pequenos negócios (95,7%), compreendendo os microempreendedores individuais (828,7 mil), microempresas (3,9 milhões) e empresas de pequeno porte (2,5 milhões).
Manter taxa de juros em 13,75% é injustificável, afirmou o presidente do Sebrae
Declaração de Décio Lima foi feita no dia 22 de junho, durante Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae
O presidente do Sebrae, Décio Lima, condenou a decisão do Banco Central que manteve a taxa de 13,75% diante de uma inflação sob controle. Ele disse que “falta sensibilidade com os pequenos empresários e empreendedores do país. Tem dinheiro para emprestar no mercado, mas os pequenos se forem pegar emprestado com essa taxa que está aí, já era, vão falir, será uma questão de tempo. Assim acho que o BC está jogando contra a retomada do crescimento do país, só pode ser”, falou indignado.
As palavras de Décio foram reforçadas por Milton Coelho, secretário da Micro e Pequena Empresa do Mdic, que destacou a necessidade urgente desta situação mudar. “Precisamos baixar os juros urgentemente para o país crescer e há espaço para isso, por que não fazem?”, indagou. “Não fazem porque não querem que o país cresça”, destacou.
Décio lembrou ainda que o Banco Central precisa se colocar no lugar dos pequenos empresários, caso contrário, a situação vai piorar e as pequenas empresas podem deixar de gerar empregos no país. “É inviável obter um crédito nesse patamar. É pegar para falir ou quebrar amanhã. É insuportável o que estamos vivendo”, acrescentou.
Pesquisas realizadas pelo Sebrae mostram que a alta taxa de juros praticada no Brasil tem feito com que os donos de pequenos negócios pensem mais na hora de buscar crédito. Nos meses de abril e maio deste ano, 73% dos empreendedores não buscaram empréstimos.
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