COPOM indica que promoverá ao menos mais dois novos aumentos da mesma magnitude em 2025, o que levaria a Selic a 14,25% ao ano até março
Autor: Carlos Alberto Teixeira de Oliveira*
Em sua última reunião do ano do Comitê de Política Monetária-COPOM realizada dia 11 de dezembro, o Banco Central decidiu elevar a taxa básica Selic em 100 pontos-base, para 12,25% ao ano. A decisão foi unânime – e veio em linha com a expectativa que passou a preponderar nos mercados depois que a frustração com o anúncio do pacote fiscal provocou expressivo repique do câmbio e das expectativas de inflação.
O comunicado de política monetária sofreu alterações para indicar que o Banco Central passou a enxergar um “cenário mais adverso para a convergência da inflação”, em contexto de “materialização de riscos”. De acordo com o Copom, essa materialização de riscos tornou o cenário “menos incerto”, porém “mais adverso”. O COPOM entende que “o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio” – avaliando que “tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”.
Cabe lembrar que a dívida bruta consolidada brasileira – União, Estados e Municípios – alcançou 78,6% do PIB-Produto Interno Bruto do país em outubro último– totalizando R$ 9.008,3 bilhões, de acordo com o Banco Central do Brasil, conforme estudo detalhado apresentado a seguir. Portanto, a elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic significará uma expansão de despesas no pagamento de juros da ordem de R$ 90 bilhões/ano – muito superior aos R$ 70 bilhões que o governo pretende economizar com o Pacote Fiscal anunciado recentemente e ainda sujeito a aprovação pelo Congresso Nacional.
Merece destaque que no acumulado de 12 meses até outubro, o setor público consolidado gastou R$ 869,3 bilhões com juros da dívida – ou 7,57% do PIB – Produto Interno Bruto e que déficit fiscal nominal das contas públicas brasileiras consolidadas nos doze últimos meses até outubro, foi de R$ 1,093 trilhão, o que representa 9,52% do PIB;
A justificativa do COPOM é que seus integrantes passaram a enxergar um cenário “marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade [econômica] e maior abertura do hiato do produto [que se encontra em terreno positivo]”. Isso, somado à elevação da projeção oficial de inflação para 4% no horizonte relevante para a política monetária (2º trimestre de 2026), levou o Banco Central a indicar que o cenário “exige uma política monetária ainda mais contracionista”.
Nessas circunstâncias, o COPOM “decidiu realizar um ajuste de maior magnitude”, elevando a Selic em 100 pontos-base e indicando que “diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, antevê (…) ajustes da mesma magnitude nas próximas duas reuniões”. Ou seja, o Banco Central já “encomendou” ao menos mais dois aumentos de 100 pontos-base, o que levaria a Selic a 14,25% ao ano até março – nível superior à projeção que o mercado vinha mantendo em um cenário base, ainda que com viés de alta, de que a Selic chegaria a 13% no final do ciclo de aperto monetário em curso.
Ademais, é preciso notar que o Banco Central reafirmou que a “magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”. Ou seja, indicou que a Selic poderá ser elevada para além dos dois ajustes adicionais de 100 pontos-base sinalizados no comunicado.
De acordo com a LCA Consultores Econômicos, “nossa curva projetada para a Selic está sendo novamente revisada. A princípio, incorporaremos apenas os dois aumentos adicionais de 100 pontos-base cada sinalizados pelo comunicado do COPOM, elevando a Selic para 14,25% até março. Mas será preciso avaliar com cuidado as implicações dessa alteração para a evolução as demais variáveis do cenário macroeconômico – bem como dos desenvolvimentos nas conjunturas externa e doméstica ao longo dos próximos meses -, para ajustarmos a curva projetada para a Selic para 2025 e 2026”.
Com nova alta da Selic, Brasil sobe para a 2º posição no ranking de maiores juros reais do mundo.
O país ocupava a terceira posição em novembro, conforme levantamento do MoneYou. O topo segue com a Turquia, enquanto a Rússia vem em terceiro lugar. A Argentina saltou da última para a 28ª colocação, em meio a cortes de juros e queda na inflação.
O Brasil passou, a partir do dia 11 de dezembro, a ter o segundo maior juro real do mundo após o Comitê de Política Monetára – COPOM elevar, mais uma vez, a taxa básica de juros. O Banco Central (BC) decidiu aumentar a Selic em 1 ponto percentual (p.p.), para 12,25% ao ano.
O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses.
Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram em 9,48%. O líder do ranking é a Turquia, com taxa real de 13,33%.
Na última divulgação, em novembro, o Brasil ocupava a terceira posição da lista. Fatores como o risco fiscal, o câmbio, a inflação e os receios em relação ao pacote de corte de gastos do governo pressionaram o fechamento da taxa real de juros, informou o MoneYou.
Nesta edição do ranking, destaque também para a Argentina, que saltou da última para a 28ª colocação e retornou aos juros reais positivos após “muitos anos”. O movimento é resultado das quedas na taxa de juros e na inflação do país. Agora, a lanterna do ranking ficou com a Holanda.
Ranking de países com as maiores taxas de juros reais
01 – Turquia 13,33%
02 – Brasil 9,48%
03 – Rússia 8,29%
04 – Colômbia 6,46%
05 – México 5,75%
06 – África do Sul 4,48%
07 – Indonésia 4,19%
08 – Filipinas 2,92%
09 – Índia 2,43%
10 – Hong Kong 2,13%
11 – Reino Unido 2,09%
12 – Hungria 1,87%
13 – Estados Unidos 1,65%
14 – Tailândia 1,43%
15 – Cingapura 1,33%
16 – Chile 1,30%
17 – Malásia 1,19%
18 – Austrália 1,18%
19 – Israel 1,17%
20 – Coreia do Sul 0,75%
21 – República Checa 0,58%
22 – França 0,47%
23 – Itália 0,41%
24 – Nova Zelândia 0,39%
25 – Áustria 0,30%
26 – Alemanha 0,29%
27 – Polônia 0,15%
28 – Argentina 0,07%
29 – China -0,03%
30 – Grécia -0,06%
31 – Espanha -0,22%
32 – Suíça -0,22%
33 – Portugal -0,23%
34 – Taiwan -0,57%
35 – Suécia -0,59%
36 – Canadá -0,77%
37 – Bélgica -1,14%
38 – Japão -1,45%
39 – Dinamarca -2,10%
40 – Holanda -3,92%
Fonte: MoneYou
Ranking de países com as maiores taxas de juros nominais
01 – Turquia 50,00%
02 – Argentina 32,00%
03 – Rússia 21,00%
04 – Brasil 12,25%
05 – México 10,25%
06 – Colômbia 9,75%
07 – África do Sul 7,75%
08 – Hungria 6,50%
09 – Índia 6,50%
10 – Filipinas 6,00%
11 – Indonésia 6,00%
12 – Polônia 5,75%
13 – Chile 5,25%
14 – Hong Kong 5,00%
15 – Reino Unido 4,75%
16 – Estados Unidos 4,50%
17 – Israel 4,50%
18 – Austrália 4,35%
19 – Nova Zelândia 4,25%
20 – República Checa 4,00%
21 – Canadá 3,75%
22 – Alemanha 3,40%
23 – Áustria 3,40%
24 – Espanha 3,40%
25 – Grécia 3,40%
26 – Holanda 3,40%
27 – Portugal 3,40%
28 – Bélgica 3,40%
29 – França 3,40%
30 – Itália 3,40%
31 – Cingapura 3,19%
32 – China 3,10%
33 – Coreia do Sul 3,00%
34 – Malásia 3,00%
35 – Dinamarca 2,85%
36 – Suécia 2,75%
37 – Tailândia 2,25%
38 – Taiwan 2,00%
39 – Suíça 1,00%
40 – Japão 0,25%
Fonte: MoneYou
Recordes históricos: pagamento de juros nominais sobre a dívida pública consolidada brasileira alcançou R$ 869,3 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses até outubro de 2024. Vai continuar subindo…
No acumulado de 12 meses até outubro, o setor público consolidado gastou R$ 869,3 bilhões com juros da dívida – ou 7,57% do PIB – Produto Interno Bruto;
Déficit fiscal nominal das contas públicas brasileiras consolidadas nos doze últimos meses até outubro, foi de R$ 1,093 trilhão, o que representa 9,52% do PIB;
A dívida bruta do Brasil ultrapassou R$ 9 trilhões pela 1ª vez na história em outubro e atingiu 78,6% do PIB.
Esses dados constam do relatório “Estatísticas Fiscais” divulgado pelo Banco Central do Brasil em 29 de novembro último.
A persistência da taxa básica, a Selic, em nível elevado encarece o financiamento da dívida expande o seu estoque. Os principais fatores responsáveis pelo aumento da dívida bruta foram os juros nominais incorridos no período.
A forma convencional de analisar a dívida bruta é em comparação com o PIB-Produto Interno Bruto. Em outubro de 2024, o estoque atingiu 78,64% do PIB, que corresponde ao maior patamar desde outubro de 2021, quando foi de 79,1%.
- Resultados fiscais
O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 36,9 bilhões em outubro, ante superávit de R$ 14,8 bilhões no mesmo mês de 2023. No Governo Central houve superávit de R$ 39,1 bilhões, e nos governos regionais e empresas estatais, déficits respectivos de R$ 1,9 bilhão e R$ 360,0 milhões. Em doze meses, o setor público consolidado acumulou déficit de R$ 223,5 bilhões, equivalente a 1,95% do PIB e 0,21 p.p. inferior ao déficit acumulado nos doze meses até setembro.
Os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por competência, somaram R$ 111,6 bilhões em outubro de 2024, comparativamente a R$ 61,9 bilhões em outubro de 2023. Esse aumento foi influenciado pelo resultado das operações de swap cambial (perda de R$ 30,3 bilhões em outubro de 2024 e ganho de R$ 1,8 bilhão em outubro de 2023), pelo maior número de dias úteis (+2) e pelo crescimento do IPCA no período. No acumulado em doze meses até outubro deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 869,3 bilhões (7,57% do PIB), comparativamente a R$ 720,1 bilhões (6,71% do PIB) nos doze meses até outubro de 2023.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 74,7 bilhões em outubro. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 1.092,8 bilhões (9,52% do PIB), ante déficit nominal de R$ 1.065,3 bilhões (9,33% do PIB) acumulado até setembro de 2024.
- Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG)
A DLSP atingiu 62,1% do PIB (R$ 7,1 trilhões) em outubro, reduzindo-se 0,2 p.p. do PIB no mês. Esse resultado refletiu em especial os impactos da desvalorização cambial de 6,1% no mês (-0,8 p.p.), do superávit primário (-0,3 p.p.), da variação do PIB nominal (-0,4 p.p.), dos juros nominais apropriados (+1,0 p.p.), e dos demais ajustes da dívida externa líquida (+0,3 p.p.). No ano, a DLSP elevou-se 1,2 p.p. do PIB, em função, sobretudo, dos impactos dos juros nominais (+6,6 p.p.), do déficit primário (+0,5 p.p.), do reconhecimento de dívidas (+0,2 p.p.), do efeito da desvalorização cambial de 19,3% acumulada no ano (-2,1 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-3,3 p.p.), dos demais ajustes da dívida externa líquida (-0,4 p.p.), e do ajuste de privatizações (-0,3 p.p.).
A DBGG – que abrange Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 78,6% do PIB (R$ 9.008,3 bilhões) em outubro de 2024, aumento de 0,4 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Esse aumento decorreu principalmente da evolução dos juros nominais apropriados (+0,7 p.p.), do efeito da desvalorização cambial (+0,3 p.p.), do resgate líquido de dívida (-0,1 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,5 p.p.). No ano, o aumento de 4,2 p.p. do PIB resulta sobretudo da incorporação de juros nominais (+6,3 p.p.), da emissão líquida de dívida (+1,1 p.p.), do efeito da desvalorização cambial acumulada (+0,7 p.p.), do reconhecimento de dívida (+0,2 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (-4,1 p.p.).
Aumento da Selic preocupa pequenos negócios
Sebrae acompanha atentamente o movimento do mercado e pede apoio para o crescimento do empreendedorismo no país
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros (Selic) de 11,25% para 12,25% ao ano. A decisão, confirmada no dia 11 de dezembro, vai na contramão de outros indicadores positivos da economia brasileira, como a alta na geração de empregos no Brasil, o aumento da expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para este ano e o mais recente resultado do Indice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que recuou para 0,83% na primeira prévia de dezembro, após alta de 0,99% no mês de novembro.
Esse já é o terceiro aumento consecutivo da Selic. A taxa retornou ao nível de dezembro do ano passado, quando estava em 12,25% ao ano. As alterações na taxa básica de juros impactam diretamente os custos de empréstimos e financiamentos. “Isso influencia as decisões de consumo da população, além de impactar os investimentos das empresas, principalmente dos pequenos negócios”, argumenta o presidente do Sebrae, Décio Lima.
“Uma economia não é feita só de números, mas de comportamento. É preciso prestar muita atenção aos sinais do mercado, no aquecimento das vendas e na queda do preço de produtos e serviços para fazer uma decisão justa para a população brasileira”, avaliou o dirigente.
Peso no bolso
De acordo com levantamento do Sebrae, com base em dados do Banco Central, a taxa de juros em empréstimo para um microempreendedor individual (MEI) fica, na média nacional, mais que quatro vezes maior que a Selic. No caso dos MEI da região Nordeste, esse valor chega até 51% ao ano.
O Sebrae tem atuado junto ao governo federal, no Programa Acredita, para ampliar o acesso das micro e pequenas empresas a crédito. Por meio do Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe), cerca de 30 instituições bancárias estão aptas a ofertar os recursos. Nos próximos três anos, estão previstas o aval de R$ 30 bilhões em operações de crédito.
Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis, com vários cursos de pós graduação no Brasil e exterior. Ex-Executive Vice-Presidente e CEO do Safra National Bank of New York, em Nova Iorque, Estados Unidos. Ex-Presidente do BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais; Foi Secretário de Planejamento e Coordenação Geral e de Comércio, Indústria e Mineração; e de Minas e Energia do Governo de Minas Gerais; Também foi Diretor-Geral (Reitor) e fundador do Centro Universitário Estácio de Sá de Belo Horizonte; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Atualmente é Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais. Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico, Ltda. Integra vários Conselhos Consultivos e de Administração de diversas empresas e instituições. Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Vice-Presidente da diretoria executiva da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente/Editor Geral de MercadoComum. Autor de vários livros, como a coletânea de 3 livros – 2.336 páginas, intitulada “Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI”.
MERCADOCOMUM estará circulando, em dezembro, com uma edição especial impressa e outra eletrônica trazendo matérias sobre os premiados, as empresas/instituições e personalidades – destacando a relevância desta iniciativa para a economia e o desenvolvimento de Minas Gerais. Cabe, ainda ressaltar, a importância da realização desse evento, que reúne expressiva parcela formadora do PIB mineiro e obtém ampla repercussão na mídia em geral. Nesta edição especial constará o descritivo do XXVIII Ranking de Empresas Mineiras, listando-se as Maiores Empresas de Minas – em ordem alfabética, por setor econômico, receita operacional líquida, resultado, patrimônio líquido e ativos totais, entre outros.
MercadoComum, ora em seu 31º ano de circulação e em sua 336ª edição é enviado, mensalmente, a um público constituído por 121 mil pessoas formadoras de opinião em todo o país diretamente, via email e Linkedin, Whatsapp,Telegram, além de estar disponibilizado, para acesso, o seu site www.mercadocomum.com, juntamente com as suas edições anteriores.
De acordo com estatísticas do Google Analytics Search a publicação MercadoComum obteve – de 03 de outubro de 2023 a 03 de novembro de 2024 – 38 milhões de visualizações no acumulado do período.
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