Relativamente à matéria publicada na edição 335 de agosto de 2024, sob o título de “A verdadeira história do Palácio das Mangabeiras, considerado a residência oficial dos governadores mineiros de JK até a posse do governador Roberto Zema, em 01.01.2019 – que o renegou”, contendo o pronunciamento do governador Juscelino Kubitschek à Rádio Inconfidência em 26 de julho de 1952 e após seis meses de governo, recebemos do ex-governador e ex-senador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, a seguinte consideração:

“Prezado Carlos Alberto, muito bom relembrar estes fatos. O discurso de JK e o depoimento do Governador Francelino Pereira são textos primorosos ao demonstrar a construção simples do “Palácio das Mangabeiras”. A narrativa sobre o dia a dia de um governador é uma demonstração ainda atual. Vivi lá durante 3 anos e 9 meses já que no início de 1995 permaneci algum tempo na minha residência, apesar das objeções do Gabinete Militar quanto à segurança e incômodo aos vizinhos. Com Heloísa e meus três filhos então com 17,13 e 6 anos tivemos uma vida normal e pude receber em ambiente familiar lá autoridades como o presidente Fernando Henrique, governadores, lideranças políticas e empresariais. “

Azeredo concluiu: “não tenho dúvidas em afirmar que este ambiente foi importante para muitos entendimentos que beneficiaram nosso estado e sua população. Foi lá que consegui , por exemplo, garantir a instalação da fábrica da Iveco que iria para o Paraná, durante um jantar com a diretoria mundial da Fiat. É importante ter uma visão mais ampla como JK sempre teve”.

A esse propósito cabe, ainda mencionar, as declarações de outro ex-governador de Minas, Francelino Pereira, sobre o Palácio das Mangabeiras

Mil e uma noites sem luxo e sem riqueza

“O próprio Juscelino, como governador, foi o melhor exemplo de que as divergências políticas muitas vezes não passavam de espuma: incorporou integralmente, e sem restrições, o excelente modelo de planejamento deixado pelo ex-governador Milton Campos.

Mas nem por isso nós o poupamos. Quando mandou reformar, para seu próprio uso, uma casa que a Polícia Militar construíra no alto das Mangabeiras, contratando Oscar Niemeyer para executar o trabalho, não tivemos dúvidas em apelidá-la de “Palácio das mil e uma noites”. JK até abriu a casa para mostrar aos deputados udenistas que não passava de uma construção sem qualquer luxo, mas foi inútil. Nós éramos duros, na oposição, e cumpríamos o nosso papel.

Duas décadas depois, quando ocupei o Palácio das Mangabeiras, pude constatar que a então residência oficial do governador de Minas era, na realidade, como é até hoje, uma das mais simples e modestas do bairro. Mas aí a história já estava escrita.” – Texto extraído do livro JK: Profeta do Desenvolvimento – de autoria de Carlos Alberto Teixeira de Oliveira.”

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