Autor: Ricardo Guimarães*
Eu não fui a São Paulo para a manifestação. Queria ter ido. Por quê? Me identifico com o grupo? Compartilho suas crenças? Ou temos um objetivo comum?
Reunir-se em grupos é um instinto da maioria dos animais. Ambos formam bandos. Há semelhanças entre multidões humanas e animais. Principalmente quando homens agem como bichos. Veja os linchamentos. Ou os vândalos.
Animais e homens têm razões práticas para andar em bando. Caçam. Se defendem física e intelectualmente. Migram. Fazem guerras. Um inimigo comum une animais e pessoas.
Mas as diferenças superam as semelhanças. Humanos têm cognição complexa. Formam ideias abstratas. Se organizam por ideais, projetos e propósitos.
Como conseguem se organizar? O segredo? Expressando ideias. A comunicação entre humanos é sofisticada. Facilita criar e coordenar grandes grupos. Estruturas sociais influenciam as multidões. Mais que em animais.
Emoções coletivas são poderosas. Raiva. Medo. Em grupo, o medo some. Outras emoções crescem. As pessoas fazem coisas que não fariam sozinhas.
Perguntei ao Google sobre grandes manifestações do mundo. Ele citou a praça Celestial na China. Você se lembra do chinesinho carregando uma sacola e impedindo a marcha do tanque Outro exemplo foi a Revolução dos Cravos em Portugal em 1978. E o terceiro foi a passeata dos 100 mil no Brasil em 1968.
Na China, queriam democracia. Em Portugal, militares e povo derrubaram a ditadura. Cravos nos canos das armas deram nome a revolução. Símbolo de paz e liberdade até hoje. No Brasil, protestavam contra a ditadura militar. Estudantes, artistas, intelectuais unidos.
Os três tinham um sentimento em comum. O medo. Ditaduras não respeitam direitos. Prendem sem acusar. Julgam em segredo. Não permitem defesa. Todos estes movimentos lutavam por liberdade. Por seus direitos políticos e civis. Liberdade nunca e concessão do estado. É sempre uma reinvindicação do povo.
O que move as pessoas nestes movimentos? Indignação coletiva. Muita gente insatisfeita vira um motor poderoso. No Brasil, foi a corrupção e violência da ditadura que provocou o protesto. E claro, também a censura. Afinal, cala a boca já tinha morrido na constituição imperial de Dom Pedro.
Em Portugal, 41 anos de ditadura acabaram. No Brasil, mais 6 anos se passaram entre 68 e 74. Na China… bem, na China os diamantes são eternos.
A China sabe como controlar a imprensa. E redes sociais não existiam ainda. Só o boca-a-boca não bastou. Em Portugal, os militares ajudaram. Viraram as baionetas até então apontadas pela ditadura contra o povo, contra a própria ditadura. No Brasil, alguma imprensa livre existia.
Por isso demorou mais 6 anos.
Hoje, as redes sociais fazem um papel fundamental no alerta contra abusos. Espalham informação rápido. Condenam ações ilegais e de abusos. As ditaduras daquela época não aguentariam as redes sociais de hoje. Aliás, nenhuma ditadura resiste a uma rede social livre.
Elas criam união. Motivam mais gente a participar.
Acreditar na mudança cria expectativa e motiva as pessoas. Em Portugal e no Brasil, foi a esperança de democracia moveu as pessoas. Bem na verdade, em Portugal foram os militares.
Gustave Le Bon estudou as multidões. Seu livro de 1895 ainda é referência. Fala da “mente coletiva”. Explica como as emoções se espalham no grupo e cria o contágio emocional.
As pessoas se identificam naturalmente com quem pensa igual. Afinal somos animais gregários, sociais. Em uma manifestação, todos clamam pela mesma coisa. Quase sempre se trata de ar para respirar liberdade. Ler Le Bon ajuda a entender muito mais a Passeata dos Cem Mil em 1968 do que A Revolução dos Cravos ou os protestos na China.
Le Bon era médico. Nasceu ainda no século 19. Estudou antropologia, arqueologia, psicologia, sociologia. Em 1907 escreveu L’Évolution des Forces quando profetizou a era atômica. Dizia que se um cientista descobrisse uma maneira de dissociar rapidamente um grama de qualquer metal produziria uma explosão capaz de pulverizar uma cidade inteira. Grande profeta da bomba atômica quando havia mais cavalos e carroças que carros nas ruas de Paris e quando Madame Curie ainda não havia ainda descoberto a radioatividade. Escreveu para Einstein sobre átomos. Reclamou quando Einstein não lhe deu crédito. Einstein respondeu que “a ideia era velha’. E ele quase ganhou o Nobel de Física.
Freud e Jung beberam das ideias de Le Bon. Freud focou na liberação do inconsciente individual dentro da multidão e até escreveu o livro sobre o Inconsciente Coletivo. Jung expandiu o conceito do inconsciente coletivo que influencia comportamentos e emoções compartilhadas. para a clínica. O inconsciente molda comportamentos e emoções de grupo.
Através do inconsciente coletivo, as pessoas em uma multidão podem compartilhar comportamentos e emoções, criando uma percepção de realidade comum.
Cada um é o arquiteto de sua própria realidade. Nossa história pessoal, formação e desejos são os tijolos dessa construção. Em uma manifestação, a voz coletiva reforça nossa percepção, criando uma realidade compartilhada. As redes sociais são hoje, os vocalizadores de nosso pensamento coletivo e amplificadores da força de nossos desejos. Elas inspiram, mobilizam, coordenam, criam um senso de pertencimento, espalham solidariedade e incentivam mais pessoas a se unirem. A psicologia das multidões revela muito sobre como indivíduos se transformam em grupos e como esses grupos, por sua vez, moldam os indivíduos. Juntos, eles desencadeiam ações poderosas e, por vezes, surpreendentes.
*Diretor do Hospital de Olhos de MG; Presidente da União Brasileira para a Qualidade (UBQ), Inovador e Empreendedor em Educação.
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