A Primavera e seus vinhos rosados

Vinho, Gente, Coisas e Adjacências

Inimá Souza*

Também chamados de rosés – como os definem os franceses -, são eles os vinhos com a “cara” da encantadora Primavera; assim, são frutados, frescos e delicados. Pode-se afirmar que o rosé fica a meio caminho do vinho tinto e do vinho branco; ou, é correto considerar que ele pode apresentar estrutura e corpo de um tinto leve, e o frescor aromático e agradável de um vinho branco.

Como a base do rosado é predominantemente a uva tinta, deduz-se que qualquer região produtora de vinho tinto também produz vinho rosado. Não é uma realidade, e raro anotar-se regiões especializadas na sua produção. A exceção é a França – berço dos rosados mais famosos do mundo -, secundada pela Itália e Espanha.

Nas regiões produtoras é normal a utilização de suas principais uvas tintas na produção dos vinhos rosados, a exemplo de Rosé de Malbec, Rosé de Tempranillo ou de Garnacha, Rosé de Syrah e Grenache, e por aí afora. Os Estados Unidos já aparecem com bastante expressividade no cenário dos rosados com a uva Zinfandel.

O Brasil vem destacando-se, safra após safra, com rosados de ótima qualidade, majoritariamente produzidos na Serra Gaúcha, onde o terroir origina vinhos com elevada acidez, o que é essencial em um rosado. E a maioria das nossas vinícolas produz, ao menos, um vinho rosado, a cada safra.

COM COMIDA – na hora da comida o rosado harmoniza com lista ampla de comidas: saladas, embutidos, pescados, frutos do mar, massas, queijos, pizzas, carnes, defumados, frios em geral, comidas japonesas como sushis sashimis; além da combinação deliciosa com salmão (cujas cores mais os aproximam) seja cru, grelhado, assado ou frito. Ademais, são deliciosos aperitivos. 

OLHO NA TEMPERATURA – vinho da Primavera, e, naturalmente, também do Verão, o rosado, com seus aromas, seu colorido, seu frescor, deve ter temperatura ideal no momento de ser degustado, sob pena de perder-se todas essas suas virtudes. A orientação é que essa temperatura acompanhe a temperatura dos brancos. Mutatis mutandis.

Existe, sim, rosados para todos os gostos e preferências, independentemente da Estação. E o Mateus Rosé – com seus bilhões de garrafas vendidas -, está aí para confirmar.

UM CERTO SALDANHA – Nascido José Duarte, Saldanha tem, em Belo Horizonte, sua imagem e endereços muito visíveis: Restaurante do Porto – O Porto do Bacalhau. Sobre ele, resumindo assim, soa simplismo, pois o Saldanha – que padece de um mal chamado trabalho, que nele é crônico -, tendo estendido suas ações, para além das fronteiras de Minas, é o melhor produtor de café Arábica, do Espírito Santo, no município de Pancas, localizado a 180 km de Capital, Vitória. E, também o maior exportador.

Mas, quem não se lembra do Saldanha, Venerável Mestre do Grande Oriente de Minas Gerais, presidente – se não me falha a memória, por 12 anos, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), fundador da ABRASEL. De fato, o Restaurante do Porto, é apenas uma das imagens desse certo, Saldanha.

Tim, tim.

*inima.souza@gmail.com