Minas Gerais mantém expansão da economia e PIB cresce 2,9% no 1º trimestre de 2024, mas pode estar no limite do crescimento

Autor: Carlos Alberto Teixeira de Oliveira*

A Fundação João Pinheiro – FJP divulgou, no dia 1º de julho, os dados relativos ao desempenho do PIB – Produto Interno Bruto de Minas Gerais no 1º trimestre de 2024. Segundo a instituição, “ economia mineira mantém, em 2024, o ritmo de crescimento com o qual fechou o último ano. No primeiro trimestre, a geração de riquezas pelo estado teve avanço real de 2,9% frente a igual período de 2023 e ficou acima da registrada pela média nacional, de 2,5%. A expansão da indústria mineira foi, de janeiro a março, o principal destaque do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas.

O PIB nominal de Minas Gerais totalizou R$ 253,8 bilhões no primeiro trimestre de 2024, contra R$ 240,8 bilhões no mesmo intervalo do ano passado.

Com o montante, o estado responde por uma fatia de 9,4% da riqueza produzida pelo País no mesmo período (R$ 2,71 trilhões), acima dos 9,3% apurados no mesmo trimestre de 2023.

A agropecuária contabilizou R$ 15,3 bilhões para a economia mineira, seguida da indústria (R$ 66,6 bilhões) e dos serviços (R$ 141,2 bilhões). O restante ficou por conta dos impostos indiretos gerados sobre produtos líquidos de subsídios: R$ 30,7 bilhões.

No confronto com o último trimestre de 2023, o PIB de Minas avançou 0,5%. Já no acumulado dos últimos quatro trimestres, houve expansão de 2,9%, com contribuição positiva das três atividades: agropecuária (10,5%), indústria (2,7%) e serviços (2,2%).

Desinflação e queda nos juros aquecem indústria

A indústria, responsável por mais de um quarto do PIB mineiro, liderou o aumento da soma de bens e serviços produzidos no estado no começo deste ano. A alta de 3,9% do setor foi impulsionada pelo bom desempenho de todos os seus segmentos frente a igual trimestre do ano passado, favorecidos por um ambiente de menor inflação, queda nos juros e pelo clima.

A indústria extrativa (7,2%) e a de utilidades públicas (10,4%) foram as que mais cresceram, seguidas pelas da construção (4,4%) e da transformação (1,0%). No caso da indústria extrativa, predominou a produção e venda/exportações de minério de ferro, tradicionalmente um produto de grande peso para a economia mineira e brasileira. Na de utilidades públicas, o destaque ficou com o segmento de geração de eletricidade.

O investimento em energia limpa é um dos carros-chefes da gestão do governador Romeu Zema. Por meio de políticas públicas como o Projeto Sol de Minas, o estado já superou a marca de 8 GW de geração solar fotovoltaica em operação, volume 15 vezes maior do que o de seis anos atrás.

“A transição energética é uma preocupação e uma meta do Governo de Minas. O incentivo à atração de investimentos para produção de uma energia limpa, sustentável, é fundamental não apenas pelo nosso projeto de desenvolvimento responsável, como, em outra ponta, contribui para a melhoria na qualidade de vida da população por meio dos empregos criados”, afirma o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

O setor de serviços, que inclui segmentos como comércio e transportes, se beneficiou do bom momento da indústria estadual e cresceu 2,5% no 1º trimestre, enquanto a agropecuária recuou 4,6% no confronto com os primeiros três meses de 2023.

“Como este ano foi relativamente seco, isso é ruim para a pecuária, a agricultura, mas é bom para a mineração. Quando temos um janeiro, fevereiro, muito chuvosos, a mineração sofre bastante, mas, neste ano, esse (tempo seco) foi um aspecto a mais que contribuiu”, explica o coordenador de Contas Regionais da FJP, Raimundo de Sousa, sobre o avanço da indústria extrativa. 

Laticínios e metalurgia apresentam recuperação

O aumento do consumo, com a redução dos juros e a menor pressão da inflação, também favoreceu outras indústrias, como a de transformação. Thiago Almeida, pesquisador da Coordenação de Contas Regionais da FJP, destaca o desempenho, principalmente, da produção de alimentos.

“O setor de alimentos tem um peso grande na composição da indústria da transformação. Tivemos, por exemplo, a recuperação na indústria de laticínios, a melhora no consumo e uma expectativa do controle das importações de leite. Teve também (como destaque) o segmento da metalurgia, que vinha de dois trimestres de resultados negativos, que também pode ter sido influenciado positivamente pela construção civil”, aponta.

Crescimento do PIB indica que a economia de Minas Gerais está diminuindo o ritmo, mas o cenário ainda não pode ser considerado negativo

Impulsionado por um mercado de trabalho aquecido, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais pode perder fôlego nos próximos meses, avaliam economistas. Com queda do desemprego mais aguda que no País, o cenário de pleno emprego pode fazer o Estado chegar ao limite da sua capacidade de crescimento econômico por meio da incorporação de pessoas no mercado de trabalho, que aumenta a renda média da população e, por conseguinte, o consumo de bens e serviços.

A economia mineira cresceu 2,9% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023 e 0,5% comparado com os três meses anteriores. A alta ficou acima do crescimento nacional, de 2,5%.

Entre os destaques no primeiro trimestre está o crescimento de 7,2% na indústria extrativa, uma das principais atividades econômicas do Estado, impulsionando o PIB do setor industrial, que registrou alta de 3,9% na mesma base de comparação.

Já o segmento de utilidades públicas, que inclui geração, energia e saneamento, cresceu 10,4%, fomentado pelo momento de grandes investimentos em energia solar no Estado.

Ainda dentro do setor industrial, a construção civil, impulsionada pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), pela retomada de obras públicas e redução da taxa básica de juros (Selic), cresceu 4,4% no período em comparação com mesmo trimestre de 2023. 

Além disso, o aumento do consumo de bens e serviços, proveniente do crescimento da renda média da população, em um mercado de trabalho aquecido, impulsionou o comércio e os transportes e fez o setor de serviços crescer 2,5%.

O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mauro Sayar Ferreira, aponta que na comparação ano a ano, o crescimento do PIB estadual é superior ao nacional, impactado principalmente pelo mercado de trabalho mais aquecido no Estado que na média nacional.

Mas, na comparação com o trimestre anterior, a economia mineira dá sinais de esgotamento desse que é um de seus impulsos. “Como a população ocupada aqui cresceu muito ano passado, esgotou praticamente a capacidade de ampliar muito a produção através da incorporação de pessoas no mercado de trabalho. Chegou no limite para isso”, afirma.

O professor da UFMG pontua que o fato não significa retração econômica. “Quer dizer simplesmente que um dos motores de crescimento mais acelerado talvez esteja se esgotando. Você continua produzindo no patamar elevado, mas em termos de taxa de crescimento, talvez ao longo deste ano o crescimento nacional suplante o de Minas”, disse Sayar Ferreira. Ele ressalta que a base de comparação alta pode resultar em taxas de crescimento menores do PIB de Minas Gerais e uma saída para continuar o crescimento é aumentar a produtividade.

Minas Gerais pode aumentar participação no PIB nacional

Walter Horta, economista da FIEMG-Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, também espera um ritmo menor do crescimento econômico estadual, ainda que ligeiramente maior que o nacional. A estimativa da FIEMG é que o PIB mineiro cresça 2,1% este ano. Já o último Boletim Focus estimou alta de 2,09% do PIB brasileiro.

“Tem todo um contexto mais positivo na economia, principalmente se tem um mercado de trabalho aquecido, um patamar elevado de transferências de renda e gastos públicos, tudo isso favorece aumento da massa de rendimento das famílias”, comenta Horta. “Consequentemente, quando tem maior crescimento da renda, tem crescimento do consumo, seja de bens, de serviços também”, completa.

Ele destaca o aumento da participação de Minas Gerais na proporção do PIB nacional no primeiro trimestre deste ano, agora, de 9,4%, ante 9,3% no mesmo período de 2023. “Se continuar nessa toada, de Minas crescer com patamar acima do Brasil, a tendência é que a gente continue ganhando espaço na economia brasileira”, finaliza. (Fonte: O Tempo/Diário do Comércio)

*Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis, com vários cursos de pós graduação no Brasil e exterior. Ex-Executive Vice-Presidente e CEO do Safra National Bank of New York, em Nova Iorque, Estados Unidos. Ex-Presidente do BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e do Banco de Crédito Real de Minas Gerais; Foi Secretário de Planejamento e Coordenação Geral e  de Comércio, Indústria e Mineração; e de Minas e Energia do Governo de Minas Gerais; Também foi Diretor-Geral (Reitor) do Centro Universitário Estácio de Sá de Belo Horizonte; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Atualmente é Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico; Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais.  Presidente da MinasPart Desenvolvimento Empresarial e Econômico, Ltda. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Presidente/Editor Geral de MercadoComum. Autor de vários livros, como a coletânea intitulada “Juscelino Kubitschek: Profeta do Desenvolvimento”.

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